A chaminé instalada no topo da Capela Sistina no Vaticano exalou fumaça preta, em um sinal de que o novo papa não foi escolhido. Esta foi a primeira votação do conclave reunido para eleger o sucessor de Francisco, morto no dia 22 de abril.
Desta forma, os 133 cardeais seguirão isolados para decidir o novo líder da Igreja Católica. São necessários 89 votos.
A próxima reunião do conclave ocorre amanhã. As fumaças que marcam os escrutínios devem ocorrer nos seguintes horários: 5h30 (horário de Brasília), somente se for branca, ou seja, se o novo papa tiver sido escolhido; 7h, se não for; 12h30 (horário de Brasília), se for branca; e 14h, se não for. A cada três dias de votações, caso ninguém consiga os dois terços, haverá um dia para pausa e reflexão.
As votações ocorrem na capela. Mas se houver eleitores enfermos em seus quartos, os três infirmarii (cardeais responsáveis pelo escrutínio) vão até a Casa Santa Marta com um número apropriado de cédulas em uma bandeja e uma caixa vazia, que será depois fechada e levada para a assembleia.
Não há um franco candidato, como com Bento XVI, eleito em 2005.
Francisco, em sua autobiografia (Esperança), ainda observou por sua experiência nesses encontros que, na primeira votação, ocorrem muitas citações por amizade ou consideração, sem pensar em conclusão.
Conclave pode ser demorado
Segundo cardeais brasileiros ouvidos pelo Estadão, expectativa é de um conclave "demorado". De acordo com eles, o próximo papa não será eleito nas primeiras votações, não por desunião dos cardeais, mas porque não se conhecem.
Informações de bastidores do conclave indicam que a Igreja está dividida. Um dossiê foi entregue aos cardeais com 20 nomes "papáveis", o que não foi visto com bons olhos por alguns, pois trata-se de uma tentativa de interferência na votação.
Durante seu papado, Francisco buscou ampliar e diversificar o número de cardeais, trazendo nomes de diferentes partes do mundo, em especial dos locais mais periféricos e até então sem representatividade no Vaticano.


