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Dourados

Após 4 meses, poços de reserva indígena não estão funcionando

Enquanto a falta de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó não é resolvida, caminhões-pipa continuam sendo a única solução para o abastecimento da região

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Mesmo após um acordo firmado com o poder público há quatro meses, a construção de poços para resolver a falta de água nas aldeias de Dourados segue sem nenhuma conclusão.

Para o Correio do Estado, o vice-capitão da Aldeia Jaguapiru, Ivan Cleber de Souza, mais conhecido como Tainha, informou que foi iniciada a construção de dois poços, um para cada aldeia (Jaguapiru e Bororó), porém, os reservatórios de água ainda não estão prontos para serem utilizados pela comunidade indígena.

“Os dois poços de Jaguapiru e Borobó já estão perfurados com a base pronta, as caixas d’água estão erguidas e instaladas, mas falta a energia e a instalação da bomba d’água para funcionar”, declarou Tainha.

O vice-capitão também relatou à reportagem que o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) disse à comunidade que a Energisa deve comparecer nas aldeias para ligar a rede de energia dos poços no dia 28 – prazo esse que ultrapassa a previsão informada no acordo para a finalização dos dois poços para as aldeias de Dourados, que no caso termina amanhã.

Enquanto o problema com a falta de água não é resolvido, as aldeias seguem recebendo caminhões-pipa para abastecer a comunidade indígena com água potável.

Conforme detalhou Tainha, os caminhões são enviados em determinados dias da semana pela Defesa Civil e pelo Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (Dsei-MS), via Secretaria de Saúde Indígena (Sesai).

Na segunda, na terça e na quinta-feira, os caminhões com água passam pela Aldeia Bororó, enquanto na quarta e na sexta-feira a solução emergencial para o abastecimento de água é envido para a Aldeia Jaguapiru.

Os caminhões enviados têm capacidade para carregar entre 8 mil e 25 mil litros, dependendo de qual órgão público envia no dia (Defesa Civil ou Dsei-MS/Sesai). A água potável é entregue pelas lideranças da Aldeia Jaguapiru com o auxílio de caminhonetes, as quais conseguem transportar até mil litros de água.

“Nós entregamos a água que vem do caminhão-pipa o dia inteiro, mas não dá conta, são muitas casas”, afirmou Tainha.

Segundo o governo do Estado, moram na reserva indígena de Dourados em torno de 25 mil pessoas. Desse quantitativo, 13 mil são moradores da Aldeia Jaguapiru.

É previsto também a construção de mais dois poços para cada aldeia, uma vez que as comunidades contam com instituições como escolas, o que também sobrecarrega o uso dos poços.

ACORDO

Segundo o projeto definido pelo governo do Estado e firmado no dia 28 de novembro de 2024 com a presença das lideranças das aldeias Jaguapiru e Bororó, foram disponibilizados R$ 490 mil para a perfuração dos dois poços em ambas as comunidades indígenas.

Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado da Cidadania (SEC), em apoio à Secretaria de Estado de Saúde (SES) e ao Dsei-MS, se comprometeu em até 90 dias, a partir do início das obras, a efetuar a conclusão dos poços nas duas aldeias. À época, o prazo de conclusão foi definido para o dia 15/3/2025.

Foi acordado também que o fornecimento de água por meio de caminhões-pipa seria feito de forma diária até o período de construção e pleno funcionamento dos poços.

Como contrapartida, as comunidades indígenas se comprometeram a liberar totalmente o acesso de veículos na MS-156, que estava bloqueada pelos indígenas em função de protestos que exigiam o acesso à água potável.

Porém, conforme noticiado em dezembro de 2024 pelo Correio do Estado, indígenas denunciaram a redução de caminhões-pipa no recesso do fim de ano: dos cinco caminhões que atendiam à comunidade, apenas dois continuaram operando, fazendo entregas duas vezes ao dia.

DSEI-MS

Em resposta à reportagem, o Dsei-MS informou que, até o momento, foram construídos dois poços tubulares: um na Aldeia Bororó e outro na Aldeia Jaguapiru.

“Além disso, foram instalados dois reservatórios metálicos, um em cada aldeia. Cada reservatório tem a capacidade [de armazenar] 30 mil litros de água, totalizando 60 mil litros”, disse a entidade, por meio de nota.

“Visando minimizar a falta de água nas aldeias Bororó e Jaguapiru, a Sesai, por meio do Dsei-MS, em parceria com o Ministério Público Federal [MPF], o governo do Estado – principalmente a Defesa Civil e a Secretaria de Estado de Cidadania –, a bancada federal, a Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas] e com outros órgãos, vem trabalhando de forma estratégica. Com isso, foram elaborados planos de curto, médio e longo prazos”, complementa o Dsei-MS.

O plano de curto prazo consiste no atendimento à população por meio de carros-pipa e no transporte de água potável. Para isso, o Dsei-MS disponibilizou 400 caixas d’água às famílias que não tinham condições de receber nem armazenar água potável.

A médio prazo, há um projeto do governo federal, por meio do Ministério dos Povos Indígenas e do Ministério da Saúde/Sesai, de disponibilizar R$ 2 milhões para a construção de mais quatro poços tubulares de 50 mil litros cada (totalizando 200 mil litros), além da realização de melhorias na infraestrutura de seis reservatórios existentes, na ampliação de 13 km da rede de água e da criação de 75 novas ligações de água. Atualmente, esse processo está em fase de licitação.

Já a longo prazo existe um outro projeto da Sanesul que visa fornecer água por meio de uma estrutura mais robusta. Essa proposta deve ser financiada com recursos de emendas da bancada federal de MS.

Saiba

O sistema de abastecimento de água da Aldeia Bororó foi implantado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na década de 1990. Com o passar dos anos, ele sofreu com a baixa pressão e a insuficiência de água, em função do crescimento populacional acelerado da aldeia.

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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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