Cidades

"Pet não é bagagem"

Após a morte do cachorro Joca, tutores organizam protesto em frente ao Aeroporto de Campo Grande

Criadores e amantes de pets organizam protesto no domingo (28), em frente ao Aeroporto de Campo Grande, para pedir mais humanidade com os animais após da morte do golden retriever extraviado por empresa aérea

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Criadores e tutores de pets, que ficaram indignados com a morte do cachorro da raça Golden Retriever, Joca, extraviado por uma companhia aérea, irão realizar um protesto, em frente ao aeroporto Ueze Elias Zaidan, em Campo Grande.

De um trajeto inicial, previsto para 2h30, Joca de 5 anos, foi enviado por engano para o destino errado, o que culminou em mais de 8h, que o cão teve de ser submetido ao percurso em um compartimento próximo ao porão do avião, e não resistiu.

Um grupo de Campo Grande de criadores da raça, considerando a conduta das empresas aéreas desumanas com os cachorros, decidiu protestar para que casos como o de Joca não aconteçam mais.

A organização está sendo realizada por criadores da raça golden retriever, em conjunto com tutores amantes de cães de todas as raças e sem raça definida que se sensibilizaram com o ocorrido com Joca.

Joca, de 5 anos, deixou o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), na segunda-feira (22) e deveria ter ido junto com o dono para o destino de  Sinop (MT). No entanto, a companhia aérea Gol, extraviou o cachorro que terminou indo para Fortaleza (CE).

Em Sinop, tutor do animal, João Fantazzini, ficou sabendo do ocorrido e informado que Joca estaria sendo levado de volta Guarulhos (SP), onde não resistiu e acabou vindo a óbito, que foi confirmado pela empresa. 

O tutor embarcou de volta para Guarulhos (SP) e ao chegar no aeroporto encontrou Joca morto dentro da caixa de transporte no canil da empresa. Por meio de nota, a companhia disse que uma equipe da GolLog Animais realizou o desembarque do cachorro em Fortaleza e que enviaram para o tutor imagens de Joca embarcando novamente. A companhia lamentou o ocorrido.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou a empresa solicitando explicações acerca do ocorrido com o prazo de dois dias para demonstrar as ações tomadas com Joca e prevenção para que situações como essa não se repitam. 

Após a notificação, a empresa anunciou nesta quarta-feira (24), que o transporte no porão das aeronaves de animais tanto do serviço GOLLOG Animais quanto Dog&Cat está suspenso por 30 dias enquanto perdurarem as investigações. 

Protesto

A médica veterinária Flávia Acorci explicou ao Correio do Estado que o tempo de viagem pode ter sido determinante para aumentar o estresse de Joca. O percurso programado para 2h30 acabou se tornando 8h, em uma raça que necessita de muita hidratação. 

"A causa da morte ainda não foi informada, mas assim, sabendo que muito tempo o doguinho, o pet, o cão, né, nesse setor, acontece tudo isso. Pode ocasionar a morte por estresse, por medo, por conta do barulho das turbinas e principalmente devido ao calor, que causa uma intermação, que é uma hipertermia", explicou a veterinária.

Para o criador da raça golden retriever, Elyas Oliveira e um dos organizadores do protesto, a hidratação é um fator chave, especificamente dessa raça toma em média dois litros de água, a cada momento que precisa se hidratar. Entre as características do Golden está a docilidade e o apego aos donos. 

"O Golden é um cachorro que ele gosta muito de companhia. Ele não gosta de ficar sozinho. Tanto que maioria dos tutores que tem mais de um Golden justamente é para eles não ficarem sozinhos. É difícil ter alguém que só tenha um,  pode ter um no começo [depois] pega um outro. Para [o cachorro] não ficar sozinho triste. A gente recomenda um cachorro sempre para a companhia deles. Ele é extremamente dócil, ama crianças, ama a criança e são muito, muito apegados aos donos", apontou Elyas.

"Então separar tanto tempo assim, em um ambiente estressante, em um ambiente de barulho de temperaturas às vezes baixas, pode dar problema. Para um cachorro com a personalidade do Golden, o estresse é bem grande. Há outros cachorros que também podem sofrer um estresse grande, mas aí eu não posso falar que eu não conheço. Entendo  mais de Golden. Realmente é um estresse bem grande para o cachorro. Ele não entende, não sabe o que está acontecendo". 

O criador entende que algumas regras são necessárias, entretanto é preciso que as empresas levem em consideração que o cachorro não é carga e não deve ser levado como "bagagem". Um dos pedidos, de Elyas, é que o cachorro fique por mais tempo perto do tutor, se tiver conexão que ele possa ter acesso ao pet. 

"Imagina a gente num cubículo viajando por 6, 7, 8 horas, dependendo da localidade, se tiver conexão, né? Então, a gente espera mais humanidade deles. Tem regras que  sabemoz que não é da companhia, é da ANAC, mas [temos que] revisar tudo isso, [para] servir como um alerta. Não é o primeiro caso, não vai ser o último caso, acontece isso, mas revisar, ouvir as ONGs, veterinários, todos, para melhorar essas regras". 

Incerteza

Enquanto acompanham o desenrolar do ocorrido, a médica veterinária Gabrielle Denadai e a esposa, Stéfany Ortega, estão de mudança de Campo Grande para o Piauí, e terão que dividir a viagem em duas etapas, por possuírem seis animais de estimação (sendo 3 gatos e três cachorras). Serão mais de 7h de viagem.

Alaska, Bonnie e Jessie / Arquivo Correio do Estado

"Infelizmente, minhas cachorras não têm peso e tamanho para irem na cabine, elas têm que ir no porão somente, e mesmo se pudessem, como cada passageiro pode levar apenas um animal na cabine, eu opto por levar os gatos comigo. Sou médica veterinária também e entendo que para o gato tem muito mais risco por conta do estresse", explicou a médica veterinária.

"Mas mesmo para os cachorros, é um processo muito estressante e que poderia facilmente ser minimizado a quase nada se eles pudessem ir na cabine com os tutores".

Segundo Gabrielle, a empresa orientou um pote de água dentro da caixa de transporte, a alimentação deve ser feita duas horas antes do voo e ela ainda tem a opção de ir olhar Alaska, Bonnie e Jessie durante as conexões.

A empresa ainda informou que fornece um profissional qualificado para verificar a situação das cachorrinhas.

No entanto, um dos problemas apresentados está justamente na confirmação do embarque, que é emitido pela companhia aérea apenas 48 horas antes da viagem.

Deste modo, pode ocorrer que as cachorras não obtenham autorização para acompanharem a tutora mesmo no porão da aeronave.

"Se fosse aqui por perto, a gente, com certeza, iria de carro justamente para ir todo mundo junto e em segurança, mas como é um estado muito longe, a gente tem que contar com a questão do avião", explicou Gabrielle.

Reprodução Redes Sociais

Veja regras de cada empresa aérea

GOL

 

  • Na são permitidos cães e gatos com peso até 10kg na cabine;
  • O pet precisa ter no mínimo 6 meses;
  • O tutor precisa apresentar um documento atestado pelo veterinário com as seguintes informações: raça, nome, idade, origem e pedigree.
  • A caixa de trasporte precisa ter as seguintes medidas: A caixa de transporte deve ter até 82 cm de altura, 114 cm de largura e 142 cm de comprimento;
  • Custo: voos domésticos ficam entre R$ 250 e R$ 300;  enquanto os internacionais a variação de preço ocorre entre R$ 600 e R$ 650;
  • O check-in deverá ser feito pelo tutor do pet no balcão de atendimento duas horas antes do voo para domésticos e três para internacionais;
  • A Gol oferece os seguintes serviços: 
  • Dog&Cat, para pets com mais de 30kg, a empresa fornece caixa de transporte. Os animais viajam no compartimento de carga e o custo do serviço é de R$ 850 e R$ 900 (para voos domésticos) e  1.110 e R$ 1.150 (internacionais)
  • O serviço Gollog, para animais acima de 30kg, devem ser feito com antecedência de 48h; 
  • A documentação varia de acordo com cada espécie e pode ser consultada site oficial da Gollog.
     

LATAM

  • A empresa oferece três opções de viagem para os animais: na cabine (com o tutor); no bagageiro do mesmo voo; e via Latam Cargo, onde o pet segue em outra aeronave;
  • O tutor deve apresentar um documento emitido pelo médico veterinário,  contendo informações do animal como  idade, raça, comprovante de vacinas e declaração de bom estado de saúde;
  • Para poder viajar o pet precisa ter 16 semanas e ter sido desmamado cinco dias antes da viagem;
  • Voos internacionais precisam respeitar os critérios exigidos no país do destino;
  • Está liberado que cada passageiro leve um animal de porte pequeno na cabine;
  • O animal não pode estar sedado e as medidas da caixa de transportem devem ser:  25 cm de altura, 28 cm de largura e 40 cm de comprimento (sendo imprescindível que ele possa ficar em pé e se mover no espaço);
  • As únicas classes que permitem animais na cabine são: Economy ou Premium Economy;
  • Ainda assim,  o embarque do pet só será permitido caso o voo possua assentos vagos;
  • Custo: R$ 200 reais (voos domésticos) e té US$ 250 aproximadamente R$ 1.282,50 (voos internacionais)
  • Para animais maiores os clientes são orientados a consultar o serviço de animais de estimação no bagageiro (não é permitido animais em voos com duração de 7h de viagem) nesta modalidade cada passageiro pode embarcar com dois pets que pesem até 45kg;
  • A caixa transportadora deve conter recipiente para água e comida;
  • Custo:  R$ 500 e R$ 900 (voos domésticos) e US$ 300 aproximadamente R$ 1.539 (voos internacionais).

 

AZUL

 

  • É permitido pela companhia aérea o transporte de cães e gatos na cabine, desde que estejam em uma caixa de transporte com as seguintes medidas:  centímetros de altura, 32 centímetros de largura e 43 centímetros de profundidade;
  • O pet na caixa transportadora não pode pesar mais de 10kg;
  • Caso o limite seja ultrapassado, o animal poderá ser levado no compartimento de carga ou em um local específico para pets;
  • É necessário apresentar documentos assinados por um médico veterinário, expedido no máximo 10 dias antes do voo, atestando a saúde do pet, com a carteira de vacinação (sendo a de antirrábica atualizada para animais com mais de três meses);
  • A vacina de antirrábica precisa ter sido aplicada com pelo menos 30 dias antes do voo ou menos de 1 ano antes da data da viagem;
  • Será necessário apresentar um  Certificado Zoosanitário Internacional (CZI) e um Certificado Veterinário Internacional (CVI) que são documentos válidos por 60 dias começando a contar a partir da data de emissão;
  • Custo: voos domésticos R$ 250 com a permissão para até três animais por aeronave na cabine; Voo internacional a taxa pode variar entre  R$ 250 e R$ 1.575;

** Para cães-guia ou de acompanhamento as regras não serão aplicadas por receberem treinamento para viajar de avião e possuírem permissão para irem com o tutor conforme o levantamento realizado pela FolhaPress.

Protesto

Não Somos Bagagens, somos o Amor da Vida de Alguém

Data: 28/04 
Horário: 8h
Local: Aeroporto de Campo Grande

 

 

 

 

Observações importantes:

- Fêmeas no cio ou recém saídas do cio, não devem participar.
- cães reativos ou brigões não poderão participar.
- cães deverão usar guia a TODO momento.
- respeito e empatia serão a base da nossa movimentação.
- é super importante a pontualidade de todos.
- utilizar camisa preta e bandana preta.

 

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Veja

Com recesso de fim de ano, Detran-MS adota escala diferente de atendimento

Funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro

21/12/2025 09h00

Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) manterá o atendimento presencial nas agências de todo o Estado somente entre as segundas e terças que antecedem o Natal e o Ano-Novo.

Conforme a escala especial de fim de ano, o funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro, no horário regular das unidades: das 7h30 às 11h30 e das 12h30 às 16h30, com exceção das agências instaladas em shoppings, que seguem horários diferenciados.

De acordo com o Decreto “E” nº 2, de 16 de janeiro de 2025, não haverá expediente nas repartições públicas estaduais nos dias 24 (quarta-feira), 25 (quinta-feira) e 26 de dezembro (sexta-feira), em razão do feriado de Natal e de pontos facultativos. Também não haverá atendimento presencial no dia 31 de dezembro (quarta-feira).

Já o Decreto “E” nº 46, de 24 de novembro de 2025, que estabelece os feriados e pontos facultativos de 2026, define o dia 1º de janeiro (quinta-feira) como feriado nacional e o dia 2 de janeiro de 2026 (sexta-feira) como ponto facultativo.

Durante os dias sem expediente presencial, o Detran-MS seguirá oferecendo serviços digitais à população. Será possível realizar consultas e emitir guias por meio do Portal de Serviços Meu Detran, do aplicativo Meu Detran MS e da atendente virtual Glória, disponível via WhatsApp pelo número (67) 3368-5000.

O órgão alerta ainda para o funcionamento do sistema bancário no período. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no Natal de 2025 os bancos não abrem no dia 25 de dezembro e, no dia 24, funcionam em horário reduzido, até as 11h. No fim de ano, as instituições financeiras não terão expediente no dia 31 de dezembro e no dia 1º de janeiro, retomando o atendimento normal nos dias úteis entre os feriados.

A orientação do Detran-MS é que os usuários se programem com antecedência para pagamentos e cumprimento de prazos, evitando transtornos durante o período de recesso.

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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

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Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

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