Após um longo período de estiagem e dias encoberta por fumaça de incêndios, a chuva deu as caras em Campo Grande, no fim da tarde deste domingo (15), mas em forma de garoa. As temperaturas, que já estavam amenas, também sofreram queda de quase 4°C.
Várias regiões da cidade registraram alguns pingos, que foram o suficiente para molhar o asfalto, mas não geraram grandes acumulados.
Conforme alertou a meteorologia, mesmo fraca, na primeira chuva pode ocorrer o fenômeno chamado chuva preta, que é quando a chuva se mistura com fuligem, cinzas ou outras substâncias escuras misturadas com a água, que se formaram a partir de queimadas e incêndios.
O resultado é gotas de chuva com coloração mais escura que o normal: marrom ou preta e que pode ser prejudicial para ao meio ambiente e saúde humana e animal. Ao ser humano, causa problemas respiratórios.
Além disso, Campo Grande registrou, na sexta-feira (13), o pior índice de qualidade do ar da história, segundo a estação de monitoramento da qualidade do ar da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (EMQAr-UFMS), com medição de 136µg/m³ (microgramas por metro cúbico) de partículas de poluição no ar, resultado da combinação da fumaça, altas temperaturas e baixa umidade.
No entanto, a garoa já melhorou um pouco as condições climáticas. Conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a umidade relativa do ar chegou a 87% no início da noite. Nos últimos dias, a Capital chegou a registrar 10% de umidade, índice considerado de emergência e prejudicial à saúde.
A temperatura máxima registrada no dia foi de 23,2°C e caiu para 19,3°C. A expectativa é que ainda caiam garoas durante parte da noite, mas sem grandes acumulados. Também ainda não há análises se a garoa terá impacto positivo na nuvem de fumaça.
Em Sidrolândia, cidade localizada a 70 km de Campo Grande, a precipitação foi maior, com 3,5 milímetros de chuva nas últimas quatro horas.
Chuva
A tão esperada chuva chegou e “abençoou” alguns municípios de Mato Grosso do Sul neste fim de semana.
De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, neste domingo (15), choveu em Sete Quedas (25,4 mm), Mundo Novo (27,4 mm), Iguatemi (25,2 mm), Itaquiraí (31,8 mm), Amambaí (17,4 mm), Aral Moreira (15,4 mm), Laguna Carapã (28,6 mm), Juti (33 mm), Caarapó (23,4 mm), Ponta Porã (27 mm), Dourados (0,2 mm), Itaporã 19,6 mm), Bonito (18,2 mm), Porto Murtinho (0,4 mm), e Sidrolândia (2 mm).
No sábado (14), choveu em Sete Quedas (14,2 mm), Japorã (13,6 mm), Mundo Novo (11,6 mm), Paranhos (4,8 mm), Jardim (13 mm), Itaquiraí (1,4 mm), Maracaju (2,4 mm), Miranda (15,4 mm), Laguna Carapã (1,8 mm), Iguatemi (2,2 mm), Bonito (35,8 mm), Aral Moreira (3,4 mm), Aquidauana (3,8 mm), Maracaju (1,8 mm), Porto Murtinho (1,6 mm), Corumbá (8,4 mm) e Ponta Porã (4,2 mm).
Eldorado, município localizado a 445 quilômetros da Capital, chegou a registrar a chuva preta no sábado (14).