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CAMPO GRANDE

Após mais de um ano da licitação, obras de casas no Cabreúva seguem paradas

Com um custo de R$ 120 milhões, serão construídos 792 apartamentos populares próximo ao Centro de Belas Artes

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Com o custo de R$ 120 milhões, as obras para a construção de 792 apartamentos financiados pela Caixa Econômica Federal na Rua Plutão, no Bairro Cabreúva, seguem paradas há mais de um ano.

Apesar de contar com um capital social estimado em apenas R$ 500 mil, a Cesari Engenharia foi anunciada em fevereiro de 2021 como ganhadora da licitação para o empreendimento.

Para viabilizar a obra, a Prefeitura de Campo Grande doou um terreno de cinco hectares à empresa, localizado no fundo do Centro de Belas Artes. O local no Bairro cabreúva é avaliado em R$ 20.585.403.

Em ritmo lento, a previsão inicial era de que os trabalhos tivessem início em novembro do ano passado, com uma estimativa de 36 meses de obras. Ao Correio do Estado, o diretor de Planejamento da Cesari Engenharia, Sinomar Pereira, afirmou que o atraso no cronograma é reflexo dos trâmites burocráticos.

“O empreendimento já está registrado e em processo na Caixa Econômica Federal. Em nosso País, existem burocracias das quais deixam os processos demorados, tanto na aprovação dos projetos pelos órgãos competentes quanto no cartório e até mesmo na Caixa”, disse.

Conforme Pereira, toda demora se justifica, na complexidade de análise e aprovação de cada item necessário “para que ocorra um empreendimento de forma correta”. “Em conclusão, estamos caminhando conforme os próprios processos exigem”, reiterou o diretor de planejamento.

Apesar de os moradores mais antigos do Cabreúva serem contrários a construção dos apartamentos do Reviva Centro, o comerciante Moacyr Ferraz, 57 anos, salientou que as obras serão benéficas para a economia da região.

“Acredito que as obras são interessantes. Embora alguns moradores dos condomínios não tenham aprovado essa situação, por acharem que seus imóveis serão desvalorizados, eu acho bacana esse investimento. Porque, antes, o terreno servia como esconderijo de bandidos”, reiterou.

ENTENDA O PROJETO

Ao todo, serão construídos 792 apartamentos em condomínio fechado, localizado à margem direita do Córrego Segredo, no conjunto habitacional Cabreúva. Desse total, 498 serão destinados para famílias de baixa renda, de até cinco salários mínimos per capita.

Essas moradias serão financiadas por R$ 180 mil, conforme o teto do Programa Casa Verde e Amarela. As moradias já foram sorteadas pela Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Amhasf) em agosto de 2021. 

A Pasta terá ainda, direito a 80 apartamentos, que serão usados pela Prefeitura de Campo Grande para a implementação do aluguel social.

A Cesari Engenharia poderá negociar por livre demanda 214 apartamentos, com valores superiores a R$ 180 mil, para famílias que tenham renda de até sete salários mínimos, por volta de R$ 7,7 mil. 

O projeto prevê a construção de 42 salas comerciais, também vendidas por livre demanda pela Cesari Engenharia.

Os 498 apartamentos terão 51 m², e o restante, 61 m². O condomínio contará ainda, com área de lazer, área gourmet, piscinas e quadra poliesportiva.

Os dois modelos de apartamento contam com a configuração de uma sala, cozinha, banheiro, lavanderia, sacada e uma vaga na garagem. As residências menores serão com dois quartos, e nas maiores haverá uma suíte e um quarto.

De acordo com o Diretor de Atendimento, Administração e Finanças da Amhasf, Cláudio Marques Costa Júnior, a Caixa Econômica Federal aprovou o projeto das moradias no Cabreúva na última semana. “As obras já devem começar nos próximos meses”, afirmou.  

BENEFÍCIOS

Conforme publicado no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) em 7 de junho de 2021, a empreiteira Cesari Engenharia e Construção, deve usufruir de benefícios durante a construção dos 792 apartamentos na Capital. 

De acordo com a Lei Complementar nº 406, haverá dispensa de pagamento referente ao Imposto de Transmissão de Bens Imóveis “inter vivos” (ITBI).  

Haverá ainda, a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), no período compreendido entre a expedição do Alvará de Construção e a assinatura do contrato com o primeiro beneficiário e dispensa do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para construção das unidades habitacionais e infraestrutura necessária para a realização do empreendimento.

A Lei é válida para imóveis construídos no âmbito do Programa Casa Verde e Amarela subsidiado por recursos provenientes do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS).  

EMPRESA

De acordo com o diretor de Planejamento da Cesari Engenharia, Sinomar Pereira, a empresa de Barretos, interior de São Paulo, já está no mercado há 10 anos. 

Durante este tempo, a empreiteira já entregou um prédio de 13 pavimentos de padrão médio/alto, dois prédios de oito pavimentos no padrão médio, um prédio de 10 pavimentos, além de um condomínio de 200 casas.  

Em entrevista em julho do ano passado, Sinomar relatou que após pesquisas de mercado constatarem o deficit para construções de médio padrão, surgiu o interesse em construir moradias na Capital.  

“O chamamento foi a porta de entrada para Mato Grosso do Sul, e já temos em vista outros empreendimentos particulares na cidade também”, afirmou. 

Sinomar estima ainda que serão gerados por volta de 200 empregos durante a construção dos apartamentos na Capital. 

 

(Colaborou Natália Olliver)

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Em crise financeira, Hospital Alfredo Abrão terá contratos analisados pelo MPMS

Os documentos analisados pela Promotoria de Justiça apontam um déficit mensal próximo de R$ 780 mil, reconhecido pela própria gestão municipal

18/12/2025 19h20

O Hospital do Câncer atende cerca de 70% dos pacientes com câncer no Estado

O Hospital do Câncer atende cerca de 70% dos pacientes com câncer no Estado Divulgação: Hospital do Câncer Alfredo Abrão

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O Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) vive cenário de desequilíbrio financeiro, agravado por limitações orçamentárias e pela crescente demanda por serviços oncológicos de média e alta complexidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Diante das circunstâncias, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou procedimento administrativo para acompanhar a contratualização e o financiamento do local.

De acordo com os documentos analisados pela 76ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, há um déficit mensal próximo de R$ 780 mil, reconhecido pela própria gestão municipal, além de perdas adicionais decorrentes da não cobertura de produção excedente desde novembro de 2024. 

O hospital também enfrenta atrasos no pagamento de procedimentos já realizados, redução temporária do teto MAC (Média e Alta Complexidade), pendências de liberação de emendas parlamentares e insuficiência de repasses para custear cirurgias, quimioterapias, radioterapias, exames de imagem e manutenção de leitos clínicos. 

Como o HCAA atende cerca de 70% dos pacientes com câncer no Estado, qualquer interrupção representa risco imediato de desassistência em larga escala.

Em resposta às requisições, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou repasses mensais que totalizam R$ 1.738.005,52, distribuídos entre incentivos de custeio e projetos específicos.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), por sua vez, reconheceu o excedente de produção e informou que o pedido de majoração do teto MAC está protocolado no Ministério da Saúde desde 2023, aguardando disponibilidade orçamentária federal.

O Ministério da Saúde confirmou que os pleitos permanecem em análise, tendo havido apenas um repasse pontual de R$ 2.999.840,00 ao Município para ações de média e alta complexidade.

Diante desse quadro, o MPMS expediu portaria e edital tornando pública a instauração do procedimento e notificou formalmente o Ministério da Saúde, a SES, a Sesau e a direção do HCAA.

Entre as diligências determinadas, estão pedidos de informações sobre repactuações contratuais, recomposição financeira, cobertura da produção excedente, valores recebidos em 2025, déficit acumulado e providências adotadas para garantir a continuidade dos atendimentos.

O MPMS destaca que sua atuação é preventiva, institucional e colaborativa, voltada para preservar a continuidade do atendimento oncológico e a promover soluções coordenadas entre Município, Estado e União. O objetivo é assegurar estabilidade financeira ao HCAA, evitar a interrupção de tratamentos que não podem ser suspensos e garantir que a assistência oncológica permaneça integral, resolutiva e acessível à população.

Com o procedimento instaurado, a Promotoria de Justiça seguirá monitorando respostas, prazos, repasses e eventuais reprogramações orçamentárias, além de fomentar pactuações que permitam ampliar a oferta de serviços com segurança, transparência e qualidade. A atuação ministerial busca prevenir o colapso assistencial e assegurar a efetividade do direito fundamental à saúde dos pacientes oncológicos de Mato Grosso do Sul.

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Portaria autoriza IBGE a contratar 39 mil temporários para Censo Agro e de população nas ruas

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado

18/12/2025 19h00

Agentes do IBGE em MS

Agentes do IBGE em MS FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) E O Ministério do Planejamento e Orçamento informaram a autorização de contratação temporária de 39.108 trabalhadores para atuarem no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na realização do Censo Agropecuário e do Censo da População em Situação de Rua. A Portaria Conjunta MGI/MPO Nº 90 liberando as admissões foi publicada na quarta-feira, 17.

"As contratações têm como objetivo viabilizar a operacionalização dos levantamentos censitários, que envolvem desde o planejamento técnico até a coleta, supervisão e processamento das informações em todo o território nacional. Os contratos serão firmados nos termos da Lei nº 8.745, de 1993", informou o MGI, em nota à imprensa.

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado, observando as políticas de reserva de vagas previstas em lei e assegurando que "todas as etapas do certame estejam alinhadas à efetividade das ações afirmativas".

A portaria determina que o IBGE defina a remuneração das vagas, "respeitando os critérios legais relacionados à relevância e à complexidade das funções".

O edital de abertura das inscrições para o processo seletivo simplificado será publicado em até seis meses, "contados a partir da publicação do ato normativo".

O IBGE ainda aguarda a aprovação do orçamento de R$ 700 milhões necessários aos preparativos do já atrasado Censo Agropecuário em 2026, para que possa ir à coleta de campo em 2027.

O cronograma inicial previa os preparativos em 2025 e coleta em campo em 2026, mas foi adiado por falta das verbas demandadas no orçamento da União. O levantamento censitário prevê a coleta de informações de cerca de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o País.

No novo cronograma, caso os recursos previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual sejam garantidos, o IBGE dará início em outubro de 2026 ao cadastro de estabelecimentos para coleta de dados online, que começaria a ser feita em janeiro de 2027. Em abril de 2027 teria início a coleta presencial.

 

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