Na manhã desta segunda-feira (12), a Delegacia Especializada de Repressão aos Roubos e Furtos (DERF) trouxe informações sobre o desfecho da série de casos de "boa noite, Ciderela", indicando que mãe e filha responsabilizadas pelos crimes estavam "aposentadas" da prática e se mantinham através do tráfico de drogas.
Conforme repassado pelo delegado, Jackson Vale, as mulheres que tinham perícia para a "química do mal" - como abordado anteriormente o Correio do Estado -, uma vez que Edilene Cristine cursava e fez estágio na área de técnica de enfermagem.
Ainda em 10 de julho a Polícia Civil prendeu os dois primeiros envolvidos com os crimes em série, que a partir de meados de abril atingiram pelo menos três vítimas campo-grandenses.
Em complemento ao caso, diante da prisão das duas mulheres em casa do bairro Jardim Monumento, ainda na última semana, Jackson expõe que - como foram localizados dois quilos de cocaína na residência -, apesar do "Rivotril" (indutor de sono) localizado, ambas se mantinham atualmente através do tráfico de drogas.
"A DERF recebeu uma notícia anônima, de que em uma casa desse bairro, essas duas suspeitas, mãe e filha, estariam se escondendo. Passou a monitorar o ambiente e identificou a mais nova das mulheres, deixando a casa, momento que os investigadores se apresentaram com o mandado e fizeram a prisão da primeira suspeita", comenta o delegado.
Detida, a jovem indicou que sua mãe estava em uma das casas do terreno que abrigava cinco residências de aluguel, sendo que essa tentava se esconder dos policiais que, nesse momento, já tinham se deparado com as quantidades de cocaína pura.
"Além da cocaína pura, foram encontradas também substâncias muito parecidas, mas na sede da Denar foi constatado que não se tratava de droga, possivelmente é um amido na coloração branca, e aí a gente entende que o local era utilizado como uma espécie de laboratório para recepção, armazenamento, manipulação dessa droga e transformação dela em quantidades maiores", completa ele.
"Química do mal"
Após as prisões dos primeiros envolvidos no grupo que abordava homens de meia-idade em saídas de festas e baladas, mãe e filha que eram consideradas as "cabeças" do esquema passaram a ser consideradas foragidas.
Isso porque, como bem detalha a polícia sobre o modus operandi da quadrilha, a acusada mais velha abordava a vítima e dizia que a filha estava interessada, responsáveis por dopar os indivíduos em um segundo momento após o contato inicial.
Por sua vez, os dois homens integravam a ação na etapa em que acontecia o roubo e subtração dos bens; encarregados ainda da oficina mecânica que servia de "braço" para a lavagem de dinheiro dos valores subtraídos.
Jackson aponta que apenas uma das vítimas teve mais de R$ 25 mil subtraídos, transferidos para outras contas em lavagem de dinheiro, sendo que todos os homens que caíram no golpe identificaram os envolvidos.
Se antes eram estimados aproximadamente 18 anos de prisão, "apenas" pelos crimes de:
- Associação criminosa;
- roubo majorado;
- concurso de pessoas;
- lavagem de dinheiro
- incapacitação por droga.
Agora, o delegado Jackson Vale destaca que a situação "ficou um pouco mais pesada" para as suspeitas, que já tiveram visita do advogado, justamente por incorrer no tráfico.
"Pelo tráfico; armazenamento de equipamentos destinados à manipulação e transformação de drogas, o tráfico de maquinário que a gente costuma dizer, o artigo 34 da lei 11.343 de 2006, a lei de drogas, que possui uma pena específica de 3 a 10 anos, além do tráfico de drogas, o armazenamento da droga em si, que possui uma pena de 5 a 15 anos", conclui o delegado.