A apreensão de meia tonelada de substância entorpecente em uma chácara no Distrito Industrial de Dourados, longe cerca de 231 quilômetros de Campo Grande, levou ao desmantelamento de uma célula que agia em nome do Primeiro Comando da Capital (PCC) no interior de Mato Grosso do Sul.
Após a apreensão de quase 600 quilos de maconha, encontrados em um contêiner refrigerado no fundo de uma chácara, quatro pessoas foram presas, conforme publicado pelo portal Dourados News com base em coletiva do delegado responsável pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) do município.
Cubas destacou que as investigações de tempos, iniciadas com base nas denúncias recebidas sobre ação dos membros do PCC na venda de substâncias no município.
Além de "alimentar" o comércio de drogas local, segundo o setor de investigações, o grupo estaria a cargo das remessas de substâncias que saíam de Mato Grosso do Sul em um esquema de tráfico interestadual.
Com apoio da Guarda Municipal de Dourados, a Polícia Civil tirou um total de 589 kg de substâncias entorpecentes, sendo 557 quilos de maconha prensada e outros 12 que já estavam fracionados em porções menores prontas para a comercialização.
Esquema do PCC
Com quatro indivíduos presos no total, o principal investigado trata-se de Diogo Ifran Vargas, um homem de 31 anos acusado de ser responsável pelo esquema logístico da quadrilha em Dourados.
Sob monitoramento eletrônico, Diogo mantinha contato com detentos do sistema penitenciária sul-mato-grossense, apontado como suposto coordenador do envio de drogas que iam da fronteira de MS para outros Estados.
Inclusive, uma reunião entre Diogo e outro suspeito foi flagrada, indicando que um dos envolvidos tratava-se de Hemerson Marcos Cosine, 51 anos, indivíduo conhecido como "Calunga" e com alta relevância na facção.
Hemerson estaria envolvido nesse esquema, mesmo após cumprir quase três décadas de prisão em pena justamente por tráfico de grandes volumes, agindo atualmente como um jardineiro de fachada.
Além desses, foram relacionados no esquema:
- Bruno da Silva, de 24 anos, e
- Valdemar Nogueira Neto, 63 anos.
Nesse esquema, o jovem de 24 anos seria responsável pelo aluguel recente da residência usada pelo grupo, além de coordenar a logística de veículos empregados no esquema.
Valdemar, por sua vez, era quem se apresentava como morador da chácara usada para esconder a droga que fica no Distrito Industrial, com declarações inconsistentes aos agentes que levantaram suspeitas na abordagem.
As movimentações no galpão no fundo da propriedade motivaram a ação da apreensão, sendo localizada a câmara fria, que no local isolado e cercado de produtos com forte cheiro agrícola acabavam despistando qualquer sinal, como bem esclareceu o delegado.
"Um local com carretas circulando e barulho constante, o que dificultava a identificação da atividade criminosa. Eles acondicionavam a droga ali e, a partir de Dourados, faziam a distribuição para outros pontos do estado e para fora dele”, disse ele em coletiva.
O envolvimento da guarda se deu quando, segundo o portal Dourados News, a GCM interceptou o Corsa que Diogo usava ao sair da chácara, que possuía forte odor de maconha e uma balança de grande porte.
Os presos foram autuados em flagrante, pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, com as investigações em curso para análise de aparelhos telefônicos e identificação de possíveis novos envolvidos na trama criminosa.
Veículos do Consórcio Guaicurus permaneceram na garagem durante toda a segunda-feira na Capital - Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado


