Com as notícias sobre corrupção nas administrações federal, estadual e municipal as matérias sobre a sucessão municipal foram deixadas de lado e, após a falta de novidades sobre o tema os debates para as próximas eleições começam a surgir timidamente. Por hora, observo que o debate público e a cobertura da imprensa focam suas atenções nas articulações e negociações para definir nomes de candidatos dentro dos partidos políticos.
Vejo isso com naturalidade neste momento, mas é preciso evitar que a próxima campanha priorize a discussão de nomes e personalidades, como sempre acontece. Está na hora de as eleições aqui em Campo Grande se pautarem pela análise e comparação de propostas de governo.
Nós eleitores temos que buscar um novo tipo de debate eleitoral para 2016. Os partidos relevantes já tiveram ou têm experiência de governo. Portanto, somos sabedores quanto às propostas de cada um deles. Nós temos que ficar alertas com o que é dito agora para comparar com o que foi feito e proposto anteriormente pelo partido e/ou candidato.
A piora nas condições de vida em Campo Grande deve incentivar a mobilização da sociedade diante do tamanho dos problemas e dos fracassos anteriores em resolvê-los, nós eleitores precisamos urgentemente ter uma postura mais ativa. Não basta ir só votar no dia da eleição. Para nós é fundamental acompanharmos as propostas de todos os candidatos e depois cobrar do eleito. Isso é impossível de fazermos isoladamente.
Nós, cidadãos e eleitores, temos que nos associar ou atuar em organizações em funcionamento, pois só assim teremos chance de melhorar a qualidade do debate eleitoral.
Em nossa Câmara Municipal temos alguns vereadores envolvidos em “supostos” problemas de decoro e de corrupção, mas nada impede que comecemos pedindo a ela um Projeto de Lei criando um Programa de Metas para a nossa Cidade. Este projeto deve obrigar os candidatos a prefeito a apresentar um programa de metas de sua administração até 90 dias após a posse.
O Programa tem que ser orientado por indicadores de desempenho e terá que ser, obrigatoriamente, discutido pela população em audiências públicas.
Se nós eleitores estivermos bem informados em relação à lei, poderemos cobrar o programa de metas já na campanha de 2016, rejeitando aqueles que não o apresentarem e votando naquele que apresentar o seu da forma mais completa.
Nós, cidadãos e eleitores, temos que transformar nossa cidade em um espaço de debate e não em um ringue onde candidatos se digladiam em meio a uma cobertura jornalística essencialmente personalista.
Portanto, a vitória da perspectiva das propostas centrar-se-ão nos programas de governo e ele deve partir de um diagnóstico dizendo que metas devem ser almejadas. Somos sabedores que o nó das políticas públicas é definir os instrumentos e os meios administrativos que devem ser usados para atingir os objetivos.
Senhores candidatos a candidatos, senhores deputados estaduais, federais, senadores e nossa dileta imprensa vamos dar preferência ao debate de propostas e não as inaugurações e as intrigas de bastidores, pois só assim poderemos sonhar com uma Campo Grande menos ignorante. Já passamos da hora de avaliar aonde vai nos levar a lei do mais forte.


