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Caminhos da vida

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A vontade em conhecer e entender certos mistérios da vida, ou da convivência, leva muitas pessoas as se interrogarem, não apenas para satisfazerem a curiosidade, mas, sobretudo, para averiguarem se seus conhecimentos seriam suficientes em seu modo de viver e de se relacionar.

Embora consigam algo precioso, nem sempre se sentirão satisfeitos. Querem sempre mais. Julgam necessariamente insuficiente aquilo conquistado. Os caminhos serão sempre, e cada vez mais, desafiadores. Pois, por mais que as pessoas tentem revelar-se sempre restará algo de mistério.

Nesse momento nota-se a necessidade do diálogo. Alguém precisa silenciar e saborear o conteúdo daquilo que o interlocutor tem a dizer e a revelar. Alguém precisa escutar. Alguém precisa acolher e respeitar. É comum ouvir alguém dizer: falamos de mais e escutamos muito pouco.

Importante deverá ser a atitude de ouvir. Na Bíblia Sagrada encontramos, dentre muitas, uma dessas cenas que levam consigo algo precioso a ensinar. Numa certa ocasião, está o Mestre dos mestres a caminhar com seu grupo de seguidores, e deparou que estariam um tanto inseguros em seu modo de seguir e praticar seus ensinamentos. Na dúvida, nada melhor do que uma explicação.

Sem tantos rodeios. Olhou para o grupo e perguntou, não como curiosidade, mas como necessidade em clarear as ideias e fortalecer os laços de compromisso com a doutrina que estava transmitindo. 

E a pergunta foi essa: “Quem diz o povo que nos acompanha,  que sou?”. E eles, um a um, foi dizendo que seria João Batista, ou Elias ou algum dos profetas. 

Não satisfeito com a resposta, pergunta-lhes: “E vocês, quem dizem que eu sou?”. Pedro, o mais corajoso e o mais decidido, responde: “Tu és o Filho de Deus e o salvador da humanidade”. Vendo a sinceridade e o amor nesse coração desgastado pelo sofrimento, mas iluminado pela fé, lhe declara: “Tu és Pedro e, sobre esta pedra, edificarei a minha Igreja”.  (Mt.16,20-30).

Esse diálogo revela como seria possível na intimidade da alma descobrir as riquezas existente em corações abertos e aptos para semear alegria e esperança, conforto e otimismo, misericórdia e perdão.

Não apenas semear, como também partilhar valores que enriqueçam ambas as partes. Isso porque tudo o que vem de Deus vem  para a felicidade de todos. Pois esse é, e será a cada dia, um Deus generoso e bondoso.

E todos poderiam ser assim, então cessaria a fome no mundo. Cessariam as guerras, as armas e as inimizades. E a paz estaria em todas as mesas, em todos os lares e em todos os corações.

Não haveria mais mendigos suplicando um prato de comida. Não haveria mais homens e mulheres no sofrimento buscando emprego. Não haveria mais indivíduos andando armados ameaçando inocentes, assaltando casas e eliminando vidas.

O Mestre dos mestres caminharia glorioso com seu povo. Pois haverá um único rebanho com diversidade de ovelhas, mas todas caminhando no mesmo caminho e saboreando a felicidade de serem irmão e irmã numa única mesa do Senhor.

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Aumento de policiamento e redução das desigualdades, políticas que se complementam

05/04/2025 07h45

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Recentemente, foi noticiado por vários jornais que o atual governo tem acenado para a questão da violência de forma diferente do que se costuma ver em posições políticas orientadas mais à esquerda. Normalmente, nessas vertentes, a violência urbana tende a ser vinculada à questão da desigualdade social, o que, em situações discursivas extremas ou emocionadas, atribui às pessoas que cometem delitos a pecha de vítimas da desigualdade social.

Por outro lado, o discurso político acerca da violência, em posições políticas orientadas mais para a direita, atribui sua causa à impunidade, que, para eles, é própria do sistema judicial brasileiro, acrescida da falta de policiamento ou de um corpo policial mal equipado.

Durante anos, e ainda hoje, o debate político sobre a segurança pública tende a exaltar uma das visões e, como se fosse algo automático, excluir a outra. Apesar do tom eleitoreiro das declarações do atual presidente da República, se fôssemos analisar esse fato com certo otimismo (um erro que cometemos muitas vezes), poderíamos dizer que, finalmente, alguém pode ter enxergado o óbvio: as políticas “opostas” acerca da segurança pública são, na verdade, complementares.

Tem razão a direita ao afirmar que o policiamento fraco e a pouca ostensividade ampliam a atuação criminosa em toda a sociedade, abrindo caminho para o crescimento do já bastante hegemônico crime organizado. Somente com policiamento constante, policiais bem remunerados e bem treinados, especialmente na correta aplicação dos procedimentos de abordagem policial, teríamos alguma chance de mitigar o crime organizado já existente. Daí se percebe, ainda que com certa cautela, o reconhecimento das guardas municipais como agentes de segurança.

No entanto, a esquerda também tem razão ao afirmar que não há contingente policial capaz de conter a criminalidade e seu crescimento em países com alta desigualdade social. Em países capitalistas, como o Brasil, o poder de consumo é a grande meta de seus cidadãos. Contudo, em uma sociedade desigual, uma parcela significativa da população não tem condições – e, em muitos casos, nunca terá – de alcançar um padrão razoável de consumo. Quanto maior for o número de pessoas que desejam consumir, mas não têm recursos para isso, mais “ovelhas negras” optarão pela via rápida para conseguir, ou seja, o crime.

É de se notar, no entanto, que as duas políticas propostas atuam em momentos distintos da criminalidade. A “direita” se preocupa com a criminalidade já existente e constituída, o que exige, naturalmente, uma atuação mais ostensiva e imediata. Nesses casos, a atuação policial não é apenas positiva, mas fundamental para o combate ao crime.

A “esquerda”, por sua vez, busca políticas que evitem o “embrião” do crime, desenvolvido em ambientes periféricos e profundamente desiguais, como bem explorado pela sociologia e criminologia que estudam o tema. A questão que se impõe é: por que não desenvolver uma política de segurança pública que combata ambos os momentos? Por que uma precisa ser aplicada em detrimento da outra?

Como dito, não há contradição nos discursos sobre segurança pública de ambos os lados e, se fossem adotados de maneira concomitante, o quadro da segurança pública nacional certamente seria outro. Nosso otimismo nos leva a crer que, talvez, haja uma esperança.

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Caminhos da vida

05/04/2025 07h15

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Estamos constantemente frente a frente com julgamentos e análises de vidas e de comportamentos. Isso ocupa grande parte de nossas conversas. O ser humano parece não ter e não dar sossego. Mesmo admitindo isso, permanece o gostinho amargo de afrontas entre essas histórias, envolvendo sentimentos e emoções.

Muitas vezes, envolvem a pessoa de Deus nessas questões. Colocam como prova em algum julgamento. Atrevidos e julgando como justos, apresentam discursos parecendo os mais sérios. Cuidado! A verdade não é objeto de brinquedo. É algo sagrado. Exige respeito.

A nos posicionarmos como discípulos atentos e obedientes a esse Deus Mestre culto e sensato, somos convocados a prestar atenção no que tem para ensinar. Diz o Evangelista (Jo. 8, 1-18) que o Mestre havia se retirado para as orações pessoais, como sempre o fazia.

Encerradas, foi descendo da montanha quando fora surpreendido por um grupo de doutores da Lei e de Fariseus. Trouxeram uma mulher surpreendida em adultério que, segundo a Lei de Moisés, deveria ser apedrejada. Queriam saber qual seria seu comportamento e sua atitude perante a lei.

Ele, porém, surpreendeu a todos. Não proferiu sentença alguma. Simplesmente olhou para cada um e lhes fez essa alternativa: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Diz o Evangelista que todos foram se retirando, a começar pelos mais velhos.

Essa alternativa, certamente, tocou fundo nesses corações perversos e invejosos. A hipocrisia cedeu lugar para a humilhação, já que humildade não existia em nenhum dos presentes. Queriam encontrar alguém em que pudessem descarregar toda sua ira.

Necessitavam condenar alguém. O feminicídio estava vivo e violento também naquele ambiente e naqueles homens depravados. Buscavam culpados. Suas consciências doíam de medo e de sentimento de culpa. 

E a mulher seria a única que aceitaria a amarga humilhação. Como sempre, não lhe era dado o direito de reclamação e muito menos de defesa. Não lhe era permitido falar em público. Somente poderia falar de longe.

Outra lição desafiante que aparece nessa história. Os que se propuseram condená-la agora se veem condenados. Ao jogarem longe os instrumentos de condenação, viram que os condenados seriam eles. Antes que isso acontecesse, viram a suposta verdade se acovardar. E fugiram. Tamanha essa covardia. 

A sociedade está precisando também de uma purificação profunda. Existem muitas pedras criminosas nas mãos de covardes, de falsos mestres e legisladores. Nas aparências, parecem bem-intencionados, mas, na realidade, são salteadoras. Aproveitam as catástrofes, as doenças, as crises financeiras, para encher seus cofres.

Existem ainda Fariseus e doutores da Lei enganando inocentes, empobrecidos, semeando doutrinas com fórmulas espirituais, garantindo cura e libertação de todos os males e até expulsão de demônios.

Nosso mundo está precisando ser purificado. Precisa livrar-se das pedras da discórdia e da mentira, da falsidade e da hipocrisia, dos vícios e do pecado. Ainda é tempo de apegar em Deus. Desapegar do mal e apostar no bem.

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