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CORREIO DO ESTADO

Confira o editorial deste sábado/domingo: "Empregos ameaçados"

Confira o editorial deste sábado/domingo: "Empregos ameaçados"

Redação

24/06/2017 - 03h00
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Se empresas desse segmento fecharem as portas, as consequências serão ainda mais danosas à população.

A pecuária brasileira enfrenta período de incertezas e apreensão, em meio à recessão. A situação é agravada pela recente suspensão de compra de carne dos Estados Unidos e o receio de que outros países adotem medida semelhante. Ainda, há grave perigo na estratégia do governador Reinaldo Azambuja em reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do boi em pé de 12% para 7% para operações interestaduais.

O objetivo  seria, ao menos, conseguir manter a arrecadação diante da dificuldade que produtores rurais estavam encontrando para vender  aos frigoríficos da JBS, gigante do setor que  deixou de comprar à vista e enfrenta grave instabilidade depois dos escândalos revelados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. Mas, também, é iminente o risco de que esse estímulo dificulte a situação de outras  plantas e até mesmo do grupo gigante do setor, que domina  45% dos abates feitos em Mato Grosso do Sul. Assim, se empresas desse segmento, que tem extrema importância na economia estadual, fecharem as portas, as consequências serão ainda mais danosas à população, seja pelo impacto aos cofres públicos ou pelo aumento do desemprego.

O desgaste à imagem de Azambuja pode se tornar ainda maior.  Isso porque essa medida já é encarada com um tom de vingança aos irmãos Batista e executivos da empresa que, durante delação premiada, envolveram o nome do governador em esquema de pagamento de propina em troca de incentivos fiscais. O preço desse contra-ataque e das benesses exageradas concedidas à JBS por Azambuja e pelas gestões anteriores (André Puccinelli   e José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT) não pode ficar ainda mais alto. Por isso, a cautela é necessária para que não haja prejuízos mais significativos ao mercado da pecuária e a indústria frigorífica, setores que geram centenas de empregos aos sul-mato-grossenses.

Existe, sem dúvida, a preocupação em não permitir queda na receita neste momento em que todos os estados já sentem o peso da recessão, diante do consumo enfraquecido e da retração de investimento. considerando que muitos pecuaristas estavam “segurando” os bois no pasto. Poucos querem correr o risco de vender parcelado à JBS, pois até alguns bancos tem resistido a descontar as notas promissórias. Porém, essa medida momentânea pode ter alto preço futuramente.   O frigorífico de Coxim está fechado e a unidade de Ponta Porã em férias coletivas. Já há rumores de que essa planta localizada na fronteira com o Paraguai pode ser fechada. Os planos de ampliação e até mesmo de novas unidades - que resultaram no recente termo de incentivos a na renúncia fiscal pelo Governo de quase R$ 1 bilhão no período de 12 anos - também serão prejudicados. As obras já estavam atrasadas.

A resposta completa incluiria o corte dos incentivos diante da confissão e da constatação de que os termos dos acordos estão sendo descumpridos. A gestão estadual não pode continuar com essa cumplicidade e perdendo receita sem que haja contrapartida de investimentos à população. Por isso, as reações não podem mais ser proteladas.  É preciso avaliar alternativas para  evitar perdas mais significativas decorrentes do fechamento de frigoríficos. A “represália” à JBS pode ter consequência ainda mais deletéria justamente pelo domínio no mercado local. 

É preciso união de esforços para minimizar os prejuízos para produtores, trabalhadores e cofres públicos.
 

ARTIGOS

Caminhos da vida

01/03/2025 07h45

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A vida depende do caminhar de cada ser. Nesse caminhar, cada qual vai definindo seus desejos, seus planos e seus limites. Mesmo que não aceite certos deles, terá que respeitar o pensar e o agir dos demais. Nesse caminhar, haverá também uma exigência de constante purificação pessoal e social.

Nessa purificação, ninguém estará só. A humanidade estará solidária. O universo estará em comum tarefa. Tudo e todos caminharão para o eterno. Todos buscando o melhor para si. Mesmo que tenha que aceitar a contribuição dos demais, prefere enfrentar certas situações contando apenas com apenas suas forças.

Assim caminha o universo. Uns procurando caminhos. Outros se acomodando. Outros rejeitando soluções. E todos querendo uma definição. Todos buscando uma luz que lhes indique uma saída. Mesmo que não seja a mais segura, mas que seja plausível para o momento e para o fato que estaria necessitando.

Cautela! Prudência! Vigilância! Paciência! Esses são valores, são forças e são estratégias para quem esteja procurando construir o caminho que conduzirá ao Reino do céu. Justamente na Bíblia Sagrada é que encontramos tudo isso: em Lucas (Lc. 6,39-45).

Nessa passagem bíblica, encontramos diversas parábolas iluminando e clareando nossas incertezas e nossas vidas. Entre elas, destacamos aquela que revela o atrevimento do cego de querer conduzir outro cego. Possivelmente, no primeiro buraco, ambos cairão e se machucarão. Nesse caso, atrevimento, muitos poderão se ferir.

Esse atrevimento poderá encontrar coordenadores de movimentos, de comunidades de fé, coordenadores de grupos sociais. Atrevem-se a se mostrar seguros quando, na realidade, são atrevidos em suas iniciativas.
Mas certos momentos, ou certas iniciativas despertavam a ganância e aguçavam a vaidade. Queriam sempre mais. Muito difícil se contentar com o que lhe era passado. Mas o Mestre não perdia a oportunidade e mostrava claramente o lugar de cada um e o perigo de querer julgar.

O julgamento pertence só a Deus. Mas em toda parte existem os que se julguem suficientemente competentes a emitir sentenças e determinar rumos e efeitos. Então, o Mestre é muito claro ao afirmar que, “antes de tirar o cisco que há no olho de seu irmão, tire a trave que está no seu”.

Somente depois poderá analisar e ver qual atitude poderá tomar. Será oportuno lembrar que, quanto mais quisermos julgar os demais, mais difícil será reconhecer os erros pessoais. Antes de juízes, seria bem mais sensato nos colocarmos como réus. E a humildade revelará o quanto somos frágeis.

Creio que seja a hora de colocar a mão no coração, sentir seu pulsar e fazer com que pulse mais suave e mais moderado, revelando humildade, delicadeza e solidariedade. Pois já é hora de ter um coração mais sensível à dor humana e ao apelo de Deus a conclamar para um amor mais humano e mãos mais divinas.

Creio que já é hora de olhar a vida com mais ternura. Já é hora de agir com mais humildade, usando palavras mais justas, abraçando as causas mais verdadeiras e comungando os sentimentos mais divinos.

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ARTIGOS

Trump, imigração e a ONU

01/03/2025 07h15

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A política de imigração nos Estados Unidos é um tema complexo e controverso, especialmente com a retomada do mandato de Donald Trump. O discurso anti-imigração do presidente eleito tem gerado preocupações sobre os impactos na economia, na sociedade e nos direitos humanos. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem defendido a dignidade e a igualdade como pilares da convivência global, enquanto as ações de Trump priorizam a soberania nacional, muitas vezes em detrimento dos direitos de populações vulneráveis.

A política de Trump de deportação em massa e a construção de um muro na fronteira com o México são exemplos de como o discurso anti-imigração pode levar a medidas que violam os direitos humanos. A separação de famílias na fronteira e a restrição de entrada de cidadãos de determinados países também demonstram a priorização de barreiras nacionais e a exclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade. Isso é contraditório com os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948, que asseguram que todos os indivíduos têm direitos inalienáveis, independentemente de nacionalidade, raça ou condição migratória.

A ONU defende que os imigrantes e refugiados têm direito a buscar asilo em outros países para fugir da perseguição e que devem ser tratados com dignidade e respeito. No entanto, as políticas de Trump têm enfraquecido esse direito, como a política de Remain in Mexico, que obrigava solicitantes de asilo a permanecerem no México enquanto aguardavam o processamento de seus pedidos. Isso os expunha a condições precárias e perigosas, em contradição com os padrões internacionais de proteção humanitária.

Além disso, a economia dos Estados Unidos depende da mão de obra imigrante. A chegada dos imigrantes na América do Norte em busca de oportunidades impulsionou a infraestrutura e a inovação do país, trazendo impactos positivos para a economia. Segundo o relatório Efeitos do Aumento da Imigração no Orçamento Federal e na Economia, divulgado pelo Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO), o aumento da imigração no país pode trazer mudanças no Produto Interno Bruto (PIB), na inflação, nos juros e no orçamento dos EUA.

A mão de obra imigrante é um fator de dependência dos Estados Unidos. Com a escassez de mão de obra qualificada especialmente nas áreas de saúde, tecnologia e construção civil, os imigrantes assumem essas funções, desempenhando papéis fundamentais em diversos setores da economia. A agricultura, por exemplo, necessita de trabalhadores para manter o abastecimento interno e as exportações. Já na área da saúde, os imigrantes ocupam postos de enfermeiros, assistentes domiciliares e médicos.

Em resumo, a política de imigração nos Estados Unidos é um tema complexo que envolve direitos humanos, economia e sociedade. A ONU defende a dignidade e a igualdade como pilares da convivência global, enquanto as ações de Trump priorizam a soberania nacional, muitas vezes em detrimento dos direitos de populações vulneráveis. É fundamental que se encontre um equilíbrio entre a proteção dos direitos humanos e a gestão da imigração para que se possa construir uma sociedade mais justa e inclusiva.

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