Cidades

UM MORTO E UM FERIDO

Assassino de convidado
de festa em igreja presta depoimento e é liberado

Crime ocorreu no domingo, em um salão de festa que era inaugurado em Terenos

LAURA HOLSBACK E RENAN NUCCI

01/10/2015 - 10h30
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O autor do assassinato de Mateus William Avalo França, 29 anos, cujo crime ocorreu no domingo (27), durante a inauguração de um salão de festa de igreja, apresentou-se à polícia. Gilson da Silva, 40 anos, compareceu ontem (30), acompanhado de advogado, na delegacia de Polícia Civil da cidade de Terenos, onde o crime ocorreu, prestou depoimento e foi liberado.

Mateus foi morto com um golpe de arma branca, no coração. Ainda na confusão, o irmão dele Mário Luiz França Júnior, 28, também foi lesionado e chegou a ser internado.

De acordo com o delegado Paulo Roberto Diniz, Gilson confessou autoria no crime e disse que estava na mesa do homem que havia ''cantado'' a namorada da vítima. Conforme registro inicial, a jovem que teria sido o pivô da briga estava sentada, na companhia do namorado, cunhado, sogra e amiga quando o desconhecido se aproximou e disse que iria esperá-la fora da festa.

Depois a xingou de vadia e, por conta disso, ela foi até a mesa dele e lhe desferiu um tapa no rosto. O homem revidou atacando-a com uma cadeira e deu início à primeira briga, que envolveu Mateus e Mário. 

A confusão foi interrompida por organizadores do evento e a família decidiu ir embora. Na saída, a esposa de Gilson começou outra luta corporal, que terminou na morte de Mateus, ao ofender a jovem novamente com xingamentos.

Gilson estava armado com um canivete e atacou Mário com um golpe em um dos braços, depois acertou Mateus no tórax. O instrumento cortante foi entregue à polícia.

A polícia não solicitou e nem pretende pedir a prisão preventiva de Gilson e, sem período de flagrante, ele responderá pelo crime em liberdade. “Como está colaborando não vamos pedir a prisão. Ele foi indiciado por homicídio simples e tentativa de homicídio”, disse o delegado.

 

 

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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Operação

Apagar das Luzes: Pecuarista investigado por Gecoc é solto após pagar fiança

Jorge Lopes Cáceres, 72 anos, foi detido em sua residência no Jardim Auxiliadora com um revólver calibre .38 e seis munições; ele pagou fiança de R$ 2 mil e foi liberado para responder ao processo

19/12/2025 17h45

Operação Apagar das Luzes foi deflagrada nesta sexta-feira (19)

Operação Apagar das Luzes foi deflagrada nesta sexta-feira (19) FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O pecuarista e empresário Jorge Lopes Cáceres, 72 anos, foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo na manhã de 19 de dezembro de 2025, durante a Operação Apagar das Luzes, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), do MPMS.

Cáceres é proprietário da Construtora JLC, investigada pelo Gecoc por fraudes em processos licitatórios e superfaturamento de R$ 62 milhões em contratos com a prefeitura de Campo Grande.

Após ser conduzido à Depac, o delegado de plantão arbitrou fiança no valor de R$ 2 mil. Com o pagamento, Cáceres foi liberado e responderá ao processo em liberdade.

A prisão ocorreu quando policiais militares, em apoio a uma equipe do Gecoc, cumpriam um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. Durante as buscas na residência do pecuarista, foi encontrado um revólver calibre .38, municiado com seis projéteis e sem documentação.

Na delegacia, Jorge Lopes Cáceres declarou que é engenheiro civil, empresário e pecuarista, com uma renda mensal de aproximadamente R$ 50 mil. Sobre a arma, ele explicou que a adquiriu em 1997 de um familiar e que, na época, chegou a registrá-la na Polícia Federal, mas admitiu que deixou de renovar o registro ao longo do tempo.

Cáceres afirmou que não possui porte de arma e que, durante a operação do Gecoc, quando os policiais perguntaram sobre a existência de armas na casa, ele respondeu afirmativamente e entregou o revólver e as munições espontaneamente.

Após o interrogatório, o delegado João Cleber Dorneles ratificou a prisão em flagrante. Ao menos nove contratos relacionados ao serviço receberam reajustes próximos de 25%, percentual máximo permitido pela legislação, mesmo em um período de crise financeira enfrentada pela prefeitura.

Os contratos foram assinados inicialmente entre maio e junho de 2024 e, menos de um ano depois, receberam aditivos em 13 de março, elevando significativamente os valores.

Os reajustes ocorreram menos de uma semana após a prefeita Adriane Lopes publicar decreto determinando a redução de 25% nos gastos com água, luz e combustíveis, além da revisão para menor de todos os contratos com prestadores de serviço.

Ainda assim, no dia 13 de março, seis contratos com empresas do setor foram elevados, garantindo repasse extra de R$ 5,44 milhões apenas com os aditivos.

Os aumentos variaram entre 24,92% e 24,98%, muito acima da inflação oficial acumulada nos 12 meses anteriores, que era de 5%, segundo o IBGE. Quando da assinatura inicial, as empresas B&C e JLC tinham direito a faturar R$ 21,82 milhões. Após os reajustes, o valor saltou para R$ 27,27 milhões.

Dos seis contratos reajustados naquele momento, quatro tratam da manutenção, implantação e ampliação do sistema de iluminação pública nas regiões do Anhanduizinho, Lagoa, Bandeira e região central, áreas que já contavam com luminárias de LED.

Os outros dois contratos referem-se à implantação de luminárias públicas LED Solar, com fornecimento de materiais, nas avenidas José Barbosa Rodrigues e Amaro Castro Lima, além da instalação do mesmo tipo de luminárias nos parques Soter, Ayrton Senna, Jacques da Luz e no poliesportivo da Vila Nasser.

Dias depois, em 19 de março, outros três contratos com a empresa B&C, receberam novos aditivos, novamente com reajustes próximos de 25%. Apenas nesses contratos, a empresa obteve faturamento extra de R$ 2,77 milhões.
 

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