Cidades

DESDOBRAMENTOS

Associação de Skate de MS repudia fala do "Mais Louco do Brasil"

Presidente da ASMS e da Federação sul-mato-grossense gravou nota de repúdio contra a criminalização do esporte que garantiu cinco medalhas nas últimas duas edições de Olimpíadas

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Cerca de uma semana após o vídeo do prefeito de Ivinhema, autointitulado o "Mais Louco do Brasil" em que ameaçava fechar uma pista de skate começar a viralizar, agora, a Associação sul-mato-grossense dessa modalidade repudia as falas de Juliano Ferro.  

Presidente da Associação de Skate de Mato Grosso do Sul, Rey nardt Peralta usou as redes da ASMS para publicar o vídeo de repúdio às falas de Juliano, em que o prefeito culpa skatistas locais por atos de vandalismo e "pontas de cigarro de maconha" espalhadas na praça do município. 

"Repudiamos qualquer tentativa de marginalização do nosso esporte e de seus praticantes, bem como negação de investimento para espaços adequados para a prática segura da nossa modalidade", disse. 

Considerando uma fala "preconceituosa" e "generalista", o presidente da Associação manifestou a tristeza em sua fala, tendo em vista que, como ele bem aponta, o esporte tem se tornado um dos mais praticados no Brasil, além de trazer sucesso nas competições internacionais.

"Sem falar em ter nos trazido cinco medalhas nas últimas duas ediçõ es olímpicas, e é o esporte que mais cresce entre os jovens no Brasil. Temos desenvolvido um trabalho que promove inclusão, saúde e desenvolvimento social. Construímos um excelente relacionamento com o governo do estado e prefeituras do interior, buscando melhorias em infraestrutura e investimento em nosso esporte", argumenta ele.  

Porém, em sua fala Reynardt faz questão de ressaltar que a realidade em Ivinhema tem sido diferente, cobrando de Juliano Ferro soluções para a população local.          

"Se, ao invés de atacar uma minoria que está cansada já de sofrer preconceito, discriminação, o senhor atendesse as nossas solicitações, que já vem sendo feita faz um bom tempo", diz.

Entenda

Conforme a associação, enquanto parte da praça, que possui ainda quadra de futebol, de basquete e parquinho infantil, está com a devida iluminação e manutenção em dia, apenas a pista de skate se encontra em um "apagão". 

"Um local completamente escuro e sem fiscalização é um chamariz para um âmbito de drogas, bebidas e outras coisas que vêm acontecendo na pista de Ivinhema", indica o presidente. 

Presidente também da Federação de Skate de Mato Grosso do Sul (FSMS), ele faz questão de frisar que ambas as instituições não compactuam e são completamente contra o uso de drogas e vandalismos de espaços públicos. 

"Porém os skatistas locais são os mais prejudicados. Sabemos de fato que quem está por trás dessas ações não é do skate, e os próprios skatistas estão fazendo tanto a manutenção quanto a limpeza do local antes da prática do nosso esporte".

Em complemento, ele relata que são vários os casos de praticantes que acabam se cortando com os restos e cacos de vidros deixados na pista, ou mesmo se machucam em algum ponto sem manutenção, que segundo Peralta reflete o descaso da prefeitura local com o esporte.

Relembre

Na última semana, o chefe do Executivo de Ivinhema, Juliano Ferro, gravou vídeo ameaçando fechar uma pista de skate do município, em postagem onde classifica o local como uma "zona de cigarros de maconha para tudo quanto é lado". 

Já num primeiro momento a onda se voltou contra ele e o atual prefeito - condenado quando ainda era vereador, em 2015, pelo uso de uma pistola para abrir uma garrafa de cerveja - viu o "tiro sair pela culatra", já que a própria publicação foi tomada por comentários em tom de crítica. 

Entre muitas respostas à Juliano, Marcelo Sanzoni, do perfil "eu sou skatista", fez um vídeo combatendo as falas do prefeito, criticando a falta de tato ao criticar parte da população da cidade como responsáveis pelos estragos, bem como a solução apresentada de demolir a pista. 

 

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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