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"YOUTUBER"

Prefeito "mais louco do Brasil" é investigado por ser animador de eventos

Suspeita do MPE é de que Juliano Ferro, de Ivinhema, tenha usado dinheiro público para promover shows usados para sua promoção pessoal

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Com 880 mil seguidores nas redes sociais e auto-denominado “o mais louco do Brasil”,  o prefeito de Ivinhema, Juliano Barros Donato, mais conhecido como Juliano Ferro, está sendo investigado em dois inquéritos instaurados pelo Ministério Público Estadual para apurar “eventual prática de promoção pessoal com emprego de recursos públicos em afronta a Constituição Federal e Lei de Improbidade Administrativa”.  

A grande quantidade de seguidores (285 mil no Facebook e 595 mil no Instagran) não é fruto do acaso. Juliano Ferro é uma espécie de showman, ou youtuber, e constantemente divulga nas redes sociais suas participações em eventos na cidade, que tem 27,8 mil moradores. Boa parte destes eventos são bancados com recursos públicos.

Para efeito de comparação, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, que tem equipe de assessoria específica para alimentar as redes sociais e comanda uma cidade com 900 mil habitantes, tem 55 mil seguidores, somando Facebook e Instagran. Ou seja, ela tem 6,25% da quantidade de seguidores na comparação com o prefeito “mais louco do Brasil”. 

E a suspeita da promotoria é de que ele tenha utilizado dinheiro público para conseguir tamanha projeção. “Considerando que a participação do Prefeito nos eventos não se resumiu apenas ao tradicional e aceitável cumprimento e felicitações aos presentes, mas foi muito além, contando com participação incomum, ocasiões que subiu ao palco para cantar e dançar junto com os artistas contratados, além de agir como uma espécie de animador dos eventos”, escreve o promotor Daniel do Nascimento Britto  ao fundamentar a abertura de um dos inquéritos. 

Na outra investigação,  cujo teor está sob sigilo, o mesmo promotor abriu investigação para “apurar eventuais ilegalidades em processos de inexigibilidade de licitação para contratação de artistas pelo Município de Ivinhema nos anos de 2021, 2022, 2023 e 2024”. 

Embora as informações a respeito desta investigação, publicada na edição do diário oficial do MPE desta quarta-feira (6) não estejam disponíveis, fica claro que a suspeita da promotoria é de que Juliano Ferro tenha contratado atrações artísticas ao longo dos últimos quatro anos justamente para auto-promoção. 

Na eleição de 2020, Juliano Ferro venceu a disputa contra Gilberto Câmara, irmão do deputado estadual Renato Câmara e filho do ex-deputado Nelito Câmara. Tanto Renato quanto Nelito já haviam sido prefeitos de Ivinhema, deixando claro que o “youtuber” derrotou a mais tradicional família de políticos da região. 

Em 2020, o “mais louco do Brasil” disputou pelo DEM, mas desde meados do ano passado faz parte do PSDB e já deixou claro que pretende buscar a reeleição. O atual pertido de Juliano Ferro é comandado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja. Dos 79 prefeitos de Mato Grosso do Sul,  51 estão no ninho tucano.

Esta não é a primeira vez que ele vira alvo de investigação do MPE. Em 2021, desrespeitou decreto que ele mesmo havia assinado proibindo aglomerações e foi flagrado participando de uma festa em uma fazenda.

E por fazer pouco caso da covid, acabou perdendo o pai para a doença e contraíndo o vírus. Doente,  foi parar em UTI. Ativo nas redes sociais, gravou vídeos, ao lado da família mostrando seu delicado estado de saúde e à época ganhou notoriedade nacional por conta de seu suposto arrependimento. 

Em uma transmissão ao vivo, disse que “dDe 30 dias para cá nossa vida se tornou um inferno na verdade né [...] na verdade [...] na verdade eu fui às vezes, em alguns momentos irresponsável, porque achei que esse Covid, isso é só uma gripezinha [...] e não é uma p […] de uma gripezinha não [… ] Anteontem eu enterrei meu pai [...]. Uma saúde de ferro. Nunca vi meu pai gripado. Ficou 26 dias em coma induzido. Eu estou contaminado. Minha esposa está contaminada. Minha filha. Minha sobrinha", afirmou o prefeito em uma tentativa de alertar aos seus seguidores. 

Além disso, virou alvo de investigação por conta das seguidas rifas de veículos das quais participa e das quais diz ter tirado boa parte de seu atual patrimônio.

Já foi condenado, também, a três anos de prisão por porte ilegal de arma de fogo. Em 2015, quando era vereador, utilizou uma pistola para abrir uma garrafa de cerveja. 

Tendência

Venda de bebê reborn gera lucro mensal de R$ 40 mil a empresária de MS

A febre que tomou conta dos assuntos mais comentados nas redes sociais é um negócio lucrativo há 18 anos para a empresária do Estado

16/05/2025 16h33

Imagem Divulgação

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O bebê reborn, que por muito tempo era item de colecionador, se popularizou e virou sonho de consumo de crianças e adultos. Trata-se de um segmento de mercado lucrativo, que rende aproximadamente R$ 40 mil mensais à empresária campo-grandense.

Entre as celebridades que desfilaram com suas bonecas estão Britney Spears, que chamou seu reborn de Brennan; Xuxa, a rainha dos baixinhos, que visitou uma maternidade com um bebê reborn no colo; e o padre Fábio de Melo, que "adotou" um bebê com Síndrome de Down em homenagem à mãe.

Além disso, a sul-mato-grossense Gracyanne Barbosa se declarou para seu bebê reborn, chamado Benício. Até a prima da prefeita Adriane Lopes, Nicole Bahls, aderiu à prática com o objetivo de treinar para ser mãe.

Com toda essa visibilidade, o tema se tornou um dos mais comentados nas redes sociais.

Imagem Divulgação

Muito antes do assunto estourar, a empresária Simone Fortuna, 40 anos, natural de Amambai e radicada em Campo Grande desde bebê, conheceu a arte reborn enquanto cursava a faculdade de Direito, há 18 anos.

Simone relatou à reportagem do Correio do Estado que estava no último ano do curso quando recebeu um e-mail sobre bonecas ultrarrealistas. O interesse e encantamento foram instantâneos.

"O que mais me encantou foi o realismo extremo. A partir daí, decidi que queria aprender, mas naquela época tive bastante dificuldade em achar conteúdo relacionado à arte reborn. Hoje, já são 18 anos de dedicação, e além de vender os bebês, eu também ministro cursos de formação para pessoas que, assim como eu, desejam aprender a arte", contou.

O negócio se expandiu e hoje Simone possui uma empresa com um sócio, que cuida do setor financeiro. As vendas são feitas por meio de um site com estoque variado de modelos.

Além disso, a empresária se destaca pelos cursos online e afirma ter alunas de todas as regiões do país e até do exterior - interessadas em aprender a técnica.

Os alunos que se destacam nas turmas têm seus trabalhos vendidos no site. O diferencial do trabalho de Simone é manter o processo tradicional de produção dos bebês.

"Sem nenhuma interferência industrial. É tudo feito à mão", explicou.

Ao contrário do que se vê em outros locais, Simone relatou que a maior parte das encomendas são feitas por mães para suas filhas pequenas uma demanda que existe desde o início do negócio.

"O site tem um lucro líquido mensal de R$ 30 a R$ 40 mil, somando a venda dos bebês e os cursos", afirmou.

Variedades

 

  • Bebês maiores tendem a ser mais caros.
  • O valor de um bebê em edição limitada pode chegar a R$ 9 mil.
  • O bebê reborn mais barato custa R$ 2.100; o mais caro disponível no site atualmente, R$ 4.700.
  • Sim, bebês maiores tendem a ser mais caros - assim como os de edição limitada.

Itens que acompanham o bebê reborn


Cabe ressaltar que o bebê reborn feito pela empresária é entregue com duas peças de roupa, acessórios para o cabelo, escova e pente, mamadeira com leite fake, chupeta magnética, fraldas descartáveis, certidão de nascimento lúdica e guia de cuidados. Mais detalhes podem ser consultados no Instagram @sifortuna.

Saiba como cuidar do bebê reborn


No canal do YouTube, Simone compartilha diversos vídeos. Um deles explica as regras de conduta para cuidar de um bebê reborn - feito de material delicado (areia própria para artesanato) que causa a sensação de estar segurando um bebê real.

Entre outras orientações, a cegonha - como são chamadas as artesãs desse ramo - relata que segurar o bebê requer cuidado, e que a troca de roupa deve ser feita com "muito amor e delicadeza".

Segundo ela, o processo de produção envolve:

  • pintura;
  • veias, vasos e microvasos;
  • selagem;
  • enraizamento fio a fio;
  • inserção dos olhinhos;
  • montagem;
  • escolha do enxoval (roupinhas de bebês reais);
  • fotografia e vídeo.

A criação utiliza tintas, vernizes e solventes importados, além de uma fibra especial que imita cabelo de bebê. Cada bebê reborn leva, em média, uma semana para ser finalizado.

Casos envolvendo bebês reborn


A empresária comentou o caso de um ex-casal que travou uma disputa judicial por um bebê reborn noticiado como uma "briga pela guarda". No entanto, ela enfatizou que não existe guarda de bebê reborn.

"Acredito que seja uma divisão de bens após o divórcio. Acho que isso é bem claro e fácil de entender, mas as pessoas gostam de 'acreditar' para terem mais conteúdo. Isso gera engajamento, pois ficam brigando nos comentários", disse.

Direito à certidão de nascimento


Em conversa com o tabelião do 4º Ofício de Campo Grande, Rodrigo Paulucci explicou que, pelas regras do direito brasileiro, o bebê reborn é considerado uma "coisa".

Portanto, por mais que tenha ganhado visibilidade no feed, a única forma de registro seria como um bem no Registro de Títulos e Documentos.

"Em teoria, é possível registrar um documento particular que faça referência ao bebê reborn, seja para efeitos de conservação ou para dar publicidade visando resguardar direitos, como em um contrato", afirmou.

O registro de um bebê reborn como se fosse um bebê real é inexistente, conforme esclareceu o tabelião:

"É desconhecido o registro de bebê reborn como bebê real. Inclusive, se houver alguma notícia sobre esse fato, é necessário averiguar a veracidade, pois os Registros Públicos destinados ao registro de pessoas, o Registro Civil de Pessoas Naturais, possuem rigorosa qualificação para registro de nascimento, permitido, em regra, apenas com uma Declaração Médica que ateste o nascimento."

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EU VOS DECLARO...

MS registra aumento de mais de 18% em casamentos de pessoas do mesmo sexo

Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (16)

16/05/2025 15h56

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O Boletim de Registro Civil divulgado nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o número de casamentos entre parceiros do mesmo sexo aumentou 18,6% entre 2022 e 2023 em Mato Grosso do Sul. 

Em 2023, foi registrado o maior número de registros de casamentos entre pessoas do mesmo sexo já registrado no estado, com 172 registros. O recorde era do ano de 2018, com 166 registros. 

Foram registrados no estado, em 2023, 63 casamentos entre homens. Já nas uniões entre mulheres, o número cresce para 109 casamentos. 

Em âmbito nacional, no ano em questão, houve 7 mil registros de casamento civil entre mulheres, um crescimento de 5,9% em relação a 2022, o que representa o maior aumento já registrado no IBGE em uniões homoafetivas, iniciado em 2013. 

Sobre os dados de união entre homens, foram 4.175 casamentos, uma queda de 4,9% com relação ao ano de 2022. 

Os números não dizem respeito a casos de união estável, somente aos números dos registros em cartório. 

Desde 2013, o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo foi, praticamente multiplicado por três.

Em 2013, no início das apurações desta categoria, foram contabilizados 3.7 mil casamentos homoafetivos. Em 2023, o número total foi de 11,2 mil. 

O casamento entre mulheres representou 62,7% do total dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Desde o início das contagens, o número de uniões entre mulheres é maior do que entre homens. 

O ano de início da série do IBGE, 2013, é o mesmo ano em que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a Resolução 175, onde os cartórios são proibidos de se recusarem a converter uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo em casamentos. 

A decisão do CNJ veio juntamente com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) onde as uniões homoafetivas são igualadas às heteroafetivas. Até então, os cartórios precisavam de autorização judicial para celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. 

Casamentos em queda?

Em Mato Grosso do Sul, foram registrados 15.150 casamentos em 2023, o que representa um pequeno aumento de 0,7% em relação ao ano passado. 

Porém, desde 2017, o número total de registros de casamentos vem apresentando uma tendência de queda, com um grande decréscimo entre 2019 e 2020, caindo de 15.613 para 10.975.

Segundo o IBGE, essa expressiva redução pode ter relação com o cenário da COVID-19 e as orientações sanitárias de distanciamento social, bem como as medidas para enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), decorrente do coronavírus. 

Em 2021, 2022 e 2023, o número de casamentos voltou a crescer no estado, o que indica que as cerimônias voltaram a acontecer naturalmente após os anos mais críticos da pandemia. Porém, mesmo assim, em 2023, o número de registros não superou a média dos anos pré-pandemia (2015 a 2019), que foi de 16.859 casamentos. 

No estado, o mês com maiores registros de casamentos em 2023 foi novembro, com 1.568 e o com menos registros foi janeiro, com 902. 

No MS, para cada 1.000 habitantes nessa faixa etária, 6,8 pessoas, em média, se casaram no civil em 2023. Entre os estados, o Mato Grosso do Sul ficou na 6ª posição, sendo as três primeiras posições ocupadas pelos estados de Rondônia (9,1 casamentos por 1.000 habitantes), Acre (8,5 casamentos por 1.000 habitantes) e o Distrito Federal (7,9 casamentos por 1.000 habitantes).

As menores taxas vieram dos estados do Rio Grande do Sul (3,9 casamentos por 1.000 habitantes), Sergipe (3,8 casamentos por 1.000 habitantes) e o Piauí (3,7 casamentos por 1.000 habitantes). No Brasil, a taxa de
nupcialidade ficou em 5,6 casamentos por 1.000 habitantes

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