Cidades

MEIO AMBIENTE

Barragem destruiu 90 hectares de área de preservação e multa ambiental é avaliada

Rompimento despejou mais de 800 milhões de litros de água que arrastou sedimentos para dentro do Córrego Estaca

Continue lendo...

A barragem que rompeu no loteamento de luxo Nasa Park, localizado entre os municípios de Campo Grande e Jaraguari, despejou mais de 800 milhões de litros de água, que arrastou tudo que viu vários quilômetros. Neste caminho, 90 hectares de uma área de preservação permanente (APP) foram destruídos.

Agora, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) avalia os estragos. De acordo com diretor-presidente do Imasul, André Borges, os técnicos da autarquia fazem o levantamento total dos danos para chegar a um valor para aplicar a multa ambiental.

“A área do reservatório de peixes, somado com a área de preservaçãopermangente gira em torno de 90 hectares. Então em cima dessa área, nós já iniciamos os primeiros cálculos do auto de infração”, declarou Borges.

Ainda segundo o diretor-presidente do Imasul, a expectativa é de que até o fim de semana este levantamento já tenha sido concluído.

Os técnicos avaliarão a qualidade da água, já que a represa foi feita no corpo hídrico do Córrego Estaca, e segundo Borges, muitos sedimentos foram despejados na água. Além disso há a questão da APP destruída e a determinação se houve espécies de peixe exóticas que que escaparam por conta da enchente para dentro do corpo d’água, isso porque entre as propiedades atingida pela água havia uma fazenda de piscicultura.

“Então todo esse levantamento dos impactos, tanto na biodiversidade, quanto nas estruturas, nós estamos fazendo pra poder quantificar a multa deles. A gente está trabalhando para até esse final de semana ter isso tudo concluído”, avaliou Borges.

SEM LICENÇA

Como o Correio do Estado já havia noticiado na quarta-feira, a barragem localizada dentro do loteamento já havia sido notificada em duas oportudades pelo Imasul pela falta de manutenção e, ontem, o diretor-presidente da instituição afirmou que o local também não havia sido licenciado no órgão ambiental do Estado.

“Da documentação apresentada, tem a documentação do licenciamento do loteamento, mas não tem da barragem. Então, a barragem não tem documentação, ela não foi licenciada, não tem outorga de recursos hídricos e também não apresentou o plano de segurança de barragens. Então isso é um agravante dentro desse processo agora”, declarou.

Ao Correio do Estado, o Imasul afirmou que desde 2019 vem notificando o condomínio para regularizar a situação da barragem e que no ano passado a vistoria encontrou, entre outros problemas, acúmulo de mato nas saídas da represa, o que indicava falta de cuidado.

“A notificação especificava quatro itens que o responsável pela barragem deveria cumprir. O primeiro era a regularização ambiental, que incluía a obtenção da outorga para a barragem.

O segundo item envolvia a realização de manutenção na barragem, como a limpeza e a remoção do excesso de vegetação.O terceiro exigia a apresentação do plano de segurança da barragem. E o quarto item pedia a elaboração do plano de ação de emergência, para ser aplicado em caso de acidente”, informou o Imasul, por meio de sua assessoria de imprensa.

Apesar do alerta, também não há comprovação, até o momento, de que essas determinações tenham sido cumpridas pelo condomínio, onde nenhuma casa foi afetada pelo rompimento da represa.
Em nota,  o loteamento Nasa Park confirmou possuir licença para a construção das casas, mas não citou, em nenhum momento, a barragem.

“É importante destacar que o Nasa Park opera em conformidade com todas as normas e regulamentos vigentes. Ao ser concebido, o projeto teve manifestações favoráveis do Imasul, incluindo o projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros e os certificados ambientais devidamente validados.Reafirmamos nosso compromisso com a segurança de nossos moradores, visitantes e colaboradores”, declarou.

PLANO DE RECUPERAÇÃO

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, informou que o responsável pela barragem da represa no loteamento Nasa Park terá que apresentar um plano de recuperação ambiental, referente aos estragos causados após rompimento da estrutura. 

“O Imasul terminou o levantamento de toda a área afetada, para ver agora quem vai ser obrigado a apresentar um plano de recuperação ambiental dessa área e o caso mais crítico aqui que nós estamos vendo é na BR-163. O grande dano causado é referente aos mais de 800 milhões de litros que desceram a partir do rompimento dessa barragem”, atesta.

Além dos danos ambientais, porém, pelo menos 11 famílias foram afetadas com o rompimento da barragem. A água com sedimentos atingiu propriedades localizadas ao longo de vários quilômetros após o loteamento. Para essas pessoas, além de plantação a criação, a casa foi danificada.

Outro grande prejuízo é em relação da BR-163, onde parte de uma das pistas cedeu, o que impedirá a circulação normal de veículos no local até que o aterro seja novamente construído e  o asfalto refeito.

R$ 436 valor pago para usar a represa do Nasa Park

Moradores do Nasa Park pagam taxa mensal de R$ 436 para usar o lago do loteamento, que teve barragem rompida na última terça-feira. O lago, segundo apuração, era administrado pela A&A Empreendimentos. Além desse valor, todos os proprietários de imóveis que quisessem usar o lado têm precisavam pagar pela concessão.

Assine o Correio do Estado

Preocupante

Ar de Campo Grande está entre os mais poluídos do país, diz estudo

Segundo a lista divulgada pela Folha de São Paulo, a capital de Mato Grosso do Sul teve a qualidade do ar classificada como insalubre e superior à cidade de São Paulo nesta sexta-feira (12).

12/09/2024 12h03

Campo Grande ficou encoberta por fumaça do Pantanal por mais de 10 dias.

Campo Grande ficou encoberta por fumaça do Pantanal por mais de 10 dias. Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

Nesta sexta-feira (12), Campo Grande amanheceu entre as cinco capitais com a pior qualidade do ar no Brasil. A capital de Mato Grosso do Sul ocupa atualmente a 5ª posição, superando a cidade de São Paulo, segundo dados de monitoramento da empresa suíça QAir.

De acordo com o indicador, Campo Grande atingiu nesta manhã o valor de 153, que coloca a cidade em alerta vermelho de "ar insalubre" para grupos vulneráveis. Em São Paulo, o valor registrado hoje (12) foi de 99, colocando a capital paulista em alerta amarelo moderado.

Em outro ranking que considera as maiores metrópoles do mundo, a região Sudeste do país estava no topo na tarde de ontem (11), pela terceira vez consecutiva, conforme dados divulgados pela Folha de São Paulo.

Veja as capitais brasileiras com pior qualidade do ar: 

1º - Rio Branco (AC)
2º - Porto Velho (RO)
3º - Cuiabá (MT)
4º - Curitiba (PR)
5º - Campo Grande (MS)
6º - Florianópolis (SC)
7º - Porto Alegre (RS)
8º - São Paulo (SP)
9º - Maceió (AL)
10º - Manaus (AM)

Desde junho, Campo Grande estava dentro de um corredor de fumaça proveniente do norte do país, com as queimadas na região amazônica, passando por Peru, Bolívia e Paraguai e seguindo em direção à Argentina e ao sul do país.

Desde então, os campo-grandenses tiveram que se adaptar à névoa acinzentada que fazia parte do cenário, a qual começou a ser vista com menos intensidade desde o fim de agosto e início de setembro.


Classificação

Os dados da qualidade do ar medida pelo IQAir é utilizada desde 1976 nos Estados Unidos. Ela serve como análise para comparar qualidade de ar ao redor do mundo. 

Os índices utilizados pelos estudos vão de 0 a 500. Quando maior o número, pior a qualidade do ar naquela região: boa (0 a 50); moderada (51 a 100); insalubre para grupos sensíveis (101 a 150); insalubre (151 a 200); muito insalubre (201 a 300); perigosa (301 ou mais).


Mato Grosso do Sul terá chuva preta neste fim de semana


Divulgado esta semana pelo Correio do Estado, a previsão do tempo para o final de semana prevê a chuva preta em diversas cidades do estado. 

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há possibilidade de pancadas de chuva neste sábado (14) e domingo (15), o que deve aliviar o calorão, sobretudo na região sul do Estado.

Chuva preta é um fenômeno atmosférico que ocorre quando a chuva se mistura com fuligem, cinzas ou outras substâncias escuras misturadas com a água, que se formaram a partir de queimadas e incêndios.

O resultado é gotas de chuva com coloração mais escura que o normal: marrom ou preta.

Em entrevista ao Correio do Estado, o meteorologista Natálio Abrahão afirmou que, em razão da fumaça oriunda dos incêndios e queimadas no Pantanal, a probabilidade de cair chuva preta neste fim de semana é gigantesca.

“Na atual situação, pode ocorrer chuva preta sim. Chuva preta é resultado da atmosfera que apresenta substâncias decorrentes das queimadas de florestas, lixões e incêndios de casas e obras. Portanto, pode ocorrer quando a chuva vem de nuvens acima dessas substâncias e se associam formando esse aglomerado de substâncias”, explicou Abrahão ao Correio do Estado.

A chuva preta pode se formar de duas formas:

  • Quando a carga de poluentes se encontra com uma nuvem de chuva, os materiais se agregam e há precipitação
  • Quando a "pluma de fumaça" se forma abaixo da nuvem, e a água capta essa sujeira ao chover

A chuva preta é prejudicial para ao meio ambiente e saúde humana/animal. O fenômeno pode poluir o solo, vegetação, rios, mananciais e lagos. Ao ser humano, causa problemas respiratórios.

Abrahão aconselha que a população não se exponha a chuva deste fim de semana. “É sempre importante não se expor, tanto pessoas quanto animais à chuvas que ocorrem depois de longos períodos de estiagem. A melhor chuva é a segunda porque aí a atmosfera já estará limpa”, detalhou.

A chuva preta é diferente da chuva ácida, pois, a chuva ácida ocorre a partir da fumaça de fábricas/indústrias, que liberam enxofre e nitrogênio que podem reagir com água, formando ácido sulfúrico e ácido nítrico.

 

*Claborou Naiara Camargo/ Correio do Estado 

 

Assine o Correio do Estado

 

 

 

projeto vinhaça

Canaviais de usina invadem áreas de preservação, aponta MPE

Estudo identificou plantio irregular em 11 fazendas de Naviraí, região onde existe a área federal de proteção das Várzeas do Rio Paraná

12/09/2024 11h59

Usina de Naviraí está localizada às margens da BR-163 e do Rio Amambai, próximo à região urbana do município

Usina de Naviraí está localizada às margens da BR-163 e do Rio Amambai, próximo à região urbana do município

Continue Lendo...

Investigação feito por técnicos do Ministério Público Estadual descobriu indícios de que os canaviais de pelo menos 11 fazendas utilizadas pela usina de açúcar e etanol de Naviraí invadiram áreas de preservação ambiental ou de várzeas próximas a córregos ou rios da região sul do Estado.

Mas, somente uma delas virou alvo de inquérito do MPE, cuja instauração foi publicada no diário oficial desta quinta-feira (12). Trata-se de uma fazenda de 590 hectares e, segundo o relatório do Ministério Público, 14 hectares de canaviais estão em área proibida, o que caracterizaria crime ambiental. 

A maior parte das demais fazendas que teriam invadido áreas proibidas está localizada dentro da chama Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, que é uma área sob responsabilidade do Governo Federal e por conta disso o MPE não tem competência legal para levar a investigação, adiante. 

Os dados, então, foram repassados ao Ministério Público Federal, que agora terá de definir se leva ou não adiante a investigação sobre supostos crimes ambientais. Por conta disso, o estudo não aponta a quantidade de terras de preservação que teriam sido ocupadas irregularmente pela usina.

As fazendas onde estaria ocorrendo o plantio irregular, vistoriadas ainda em setebro do ano passado, pertencem a diferentes proprietários, mas estão arrendadas à Usina Rio Amambaí Agroenergia, que repassa o equivalente a 15% daquilo que colhe aos donos das terras a título de arrendamento. Por conta disso o alvo do MPE é a usina e não os proprietários das terras.

Em sua defesa, a admnistração da usina nega as supostas irregularidades na fazenda sob investigação e alega que o MPE utilizou documentos que já haviam sido corrigidos pelo dono das terras. Além disso, alega que até preserva áreas maiores do que aquelas que a legislação exige. 

Mesmo assim, o estudo inicial foi transformado em inquérito civil para apurar se os dados iniciais que apontam o plantio irregular estão ou não corretos. A descoberta desta suposta invasão dos canaviais em áreas de várzea ocorreu em meio ao chamado “Projeto Vinhaça”. 

Por conta desse projeto, técnicos do MPE fazem vistorias nas usinas para investigar a correta destinação da vinhaça, que em outras regiões do Estado é apontada como responsável pela proliferação da mosca do estábulo, que acaba atacando bovinos nas imediações de usinas. 

A usina de Naviraí tem capacidade para processar até 3,1 milhões de toneladas de cana por ano, mas atualmente industrializa em torno de dois terços disso. Mesmo assim, produz em torno de 1,53 bilhão de litros de vinhaça. 

Esse material é utilizado para adubar os canaviais espalhados eu longo de 10,4 mil hectares explorados pela Usina Rio Amambaí Agroenergia na região. No caso desta usina, conforme o relatório do MPE, não foram encontradas irregularidades significativas na distribuição desta vinhaça. 

Porém, foram descobertos 14 locais com uso excessivo do fertilizante, o que pode, em tese, acabar prejudicando o lençol freático. Mas, os próprios técnicos do MPE observam que o Imasul alterou algumas normas e já admite teor de potássio superior a 5% em áreas com fertiirrigação. 

Com 830 funcionários, a usina está instalada às margens da BR-163 e do Rio Amambai, próximo à área urbana de Naviraí. Além de ter capacidade para produzir até 5,5 mil toneladas de açúcar por ano e 1,4 milhão de litros de etanol por dia, a usina tem capacidade para produzir até 78 MW de energia elétrica, com a queima do bagaço da cana. 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).