Cidades

Cidades

Bioparque Pantanal inaugura sala de acomodação sensorial para autistas e neurodivergentes

Adolescente autista de nível 3 ajudou na preparação para que a sala realmente fosse acolhedora

Continue lendo...

O Bioparque Pantanal inaugurou uma sala de acomodação sensorial para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e neurodivergentes. A sala faz parte do Programa Bioparque para Todos – Iguais na Diferença, que tem como objetivo promover cada vez mais a inclusão e acolhimento no local.

O ambiente foi projetado para proporcionar estímulos sensoriais controlados, com a finalidade de relaxar, regular as emoções, desenvolver habilidades sensoriais e melhorar a atenção e o foco. Assim, havendo algum desregulação durante a visita o autista poderá contar com este ambiente para se regular e dar continuidade no passeio.

Divulgação: Governo do Estado

Mais de 15,3 metros quadrados do local foram adaptados para oferecer um ambiente aconchegante, com estímulos sensoriais controlados, como iluminação suave e baixo ruído. O local também conta com brinquedos montessorianos, projetados para promover a aprendizagem independente, a criatividade e o desenvolvimento cognitivo das crianças.

A diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, destacou a importância da inclusão e o fato do Bioparque Pantanal ser o primeiro empreendimento turístico do Mato Grosso do Sul a contar com uma sala de acomodação sensorial.

“A acolhida de pessoas neurodivergentes é fundamental para promover uma sociedade inclusiva, justa e igualitária. Acolher significa oferecer apoio, respeito e oportunidades para que todas as pessoas, independentemente de suas capacidades, possam participar plenamente da vida social”.

Em relação ao novo espaço, Balestieri revelou que ele foi projetado visando a melhoria do serviço público prestado, diante do crescente número de visitantes neurodivergentes.

Divulgação: Governo do Estado

“Com o espaço se pretende ampliar o nosso programa, proporcionando mais um instrumento de suporte emocional e afetivo e favorecendo ainda mais o processo de inclusão no Bioparque Pantanal”.

O empreendimento que segue na vanguarda em acessibilidade, já disponibilizava aos visitantes neurodivergentes, abafadores de ruídos, cordão de identificação universal, mapa sensorial contendo os estímulos sensoriais mais comuns encontrados durante o passeio, e, ainda, utilização de tecnologia assistiva com narrativa visual para autistas não verbais.

Para a representante da Associação de Pais e Responsáveis Organizados pelos Direitos das Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista (PRODTEA), Naína Dibo, o Bioparque Pantanal é o local que mais se importa com a acessibilidade e inclusão no Estado.

“Em nome de todas lideranças, não só do autismo, mas de outras deficiências, temos o Bioparque como nosso local do coração”.

Divulgação: Governo do Estado

João Victor Dibo, 15 anos, autista de nível 3 é filho de Naína e ajudou na preparação da sala de acomodação sensorial. O adolescente aprovou cada detalhe do espaço, principalmente a textura da grama sintética, o mobiliário para relaxamento, a projeção de estrelas no teto e a luz indireta. “Eu gostei bastante”, disse o garoto.

A mãe orgulhosa celebra que essa foi a primeira vez que um autista nível 3 ajudou na elaboração de uma sala de acomodação sensorial.

Pai de autista, Alexandre Figueiredo, que também faz parte do Projeto PRF Amigo do Autista, prestigiou o novo espaço acompanhado da família.

“Acreditamos que iniciativas como essa fazem a diferença na nossa população, quanto mais pessoas entenderem como apoiar uma pessoa com autismo, teremos realmente uma efetividade daquilo que a gente entende como uma sociedade inclusiva”.

Segundo a vice-presidente da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA), Flávia Caloni, o Bioparque está de parabéns por ter um espaço dedicado ao atendimento de autistas.

"O local já tinha esse olhar diferenciado para as pessoas com deficiência e, agora, com esse espaço mais voltado pra integração sensorial, vem em encontro com tudo o que nós, defensores da causa lutamos".

Divulgação: Governo do Estado

“Mais uma vez o Bioparque sai na frente na questão da inclusão, agora esse público conta com um espaço todo pensado para atender suas necessidades. Que sirva de exemplo para outros locais, pois é uma forma de incluir e respeitar os autistas que estão na nossa sociedade”, disse a primeira dama do Estado, Mônica Riedel, que também marcou presença na inauguração.

O evento contou ainda com a presença de representantes da Secretaria de Estado de Cidadania (SEC),  Subsecretaria de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência, Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA), Santa Casa, Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública Geral do Estado de Mato Grosso do Sul, Comissão de Autismo da OAB-MS, Associação Pestalozzi de Campo Grande e Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência e Mãe TEA.

Cidades

CPI do Ônibus: Diretores da Agetran e Agereg serão os primeiros ouvidos

Trabalhos serão feitos em cinco fases, que começam após a Semana Santa

07/04/2025 18h44

CPI do Ônibus começa trabalhos depois da Semana Santa

CPI do Ônibus começa trabalhos depois da Semana Santa Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

Diretores da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) serão os dois primeiros a serem ouvidos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta na Câmara Municipal de Campo Grande para investigar o contrato da prefeitura com o Consórcio Guaicurus.

Nesta segunda-feira (7) foi realizada a segunda reunião da CPI, que ocorreu a portas fechadas. "Estamos na fase da coleta de dados, enviamos ofício e estamos aguardando os documentos, ainda não tem muita novidade", disse Dr. Lívio.

De acordo com o presidente da CPI, vereador Lívio Viana Leite (União Brasil), conhecido como Dr. Lívio, a oitiva será na chamada fase 2 da comissão, a ser iniciada após a primeira fase, que é a de análise documental e diagnóstico inicial, e tem previsão de término para o dia 15 de maio.

Conforme cronograma inicial da CPI do Ônibus, os trabalhos serão realizados em cinco fases, sendo:

  • Fase 1 - Análise documental e diagnóstico inicial (semana 1 a 4)
  • Fase 2 - Oitivas iniciais (semana 5 a 8)
  • Fase 3 - Investigação sobre o Consórcio (semana 9 a 11)
  • Fase 4 - Ouvindo a população e trabalhadores (semana 12 a 13)
  • Fase 5 - Elaboração e apresentação do relatório final (semana 14 a 17)

Na primeira fase, será analisado detalhadamente o contrato de concessão do transporte público, incluindo aditivos, fiscalização, custos e balanços financeiros dos últimos cinco anos.

Serão solicitadas auditorias independentes ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), à Procuradoria do Município e a OAB, para avaliar a execução contratual e possíveis irregularidades.

Nas oitivas, serão ouvidos agentes públicos, órgãos de controle e especialistas para entender como a concessão do transporte foi fiscalizada ao longo dos anos.

Já na fase três, os vereadores irão investigar o Consórcio Guaicurus, ouvindo diretores, sócios, gestores e analisando documentos para entender a aplicação dos recursos públicos, além de realizar vistorias nos ônibus, constatações in loco e auditoria nas tarifas.

Na fase seguinte, serão realizadas audiências públicas para ouvir motoristas e outros colaboradores, sindicatos, especialistas, entidades e presidentes de bairros para entender as falhas no serviço e as condições de trabalho.

Por fim, será apresentado um relatório completo com tudo o que foi apurado dentro dos fatos determinados e conexos, identificando responsabilidades e propondo melhorias na fiscalização do serviço. A previsão de entrega do relatório é no dia 17 de julho.

CPI do Ônibus

A CPI do Ônibus foi criada no dia 18 de março, após várias tentativas de outros parlamentares de investigar o contrato entre prefeitura e Consórcio Guaicurus.

A CPI tem três objetivos principais de investigação:

  • o emprego de frota com idade (média e máxima) dentro do limite contratual e o estado de conservação dos veículos nos últimos cinco anos;
  • equilíbrio financeiro contratual após a aplicação dos subsídios públicos concedidos pelo Executivo Municipal de Campo Grande à empresa concessionária, por meio das Leis Complementares nº 519/2024 e nº 537/2024;
  • a fiscalização da prefeitura da Capital, por meio da Agereg e da Agetran, do serviço de transporte público prestado pelo consórcio após a assinatura do termo de ajustamento de gestão (TAG) com o TCE-MS, em novembro de 2020.

O contrato do transporte coletivo foi celebrado em outubro de 2012 e tem validade de 20 anos, podendo ser prorrogado por mais 10 anos, o que quer dizer que até 2042 o serviço pode permanecer sob a responsabilidade do grupo de empresas.

Como havia dois pedidos de abertura de CPI sobre o tema, um elaborado por Dr. Lívio e outro por Junior Coringa (MDB), o procurador jurídico da Câmara, Luiz Gustavo Martins Araújo Lazzari, concluiu que "eventual CPI a ser instaurada deve englobar ambos os requerimentos", já que os dois abarcavam os mesmos fatos determinados.

Além de Dr. Lívio, que é o presidente da comissão, a CPI é composta pela vereadora Ana Portela ( PL), que é a relatora, e os vereadores Maicon Nogueira (PP), Luiza Ribeiro (PT) e Junior Coringa (MDB).

A população pode enviar contribuição para a CPI pelos seguintes canais: telefone (67) 3316-1514, e-mail cpidotransporte@camara.ms.gov.br e pelo formulário eletrônico no site da Casa de Leis, www.camara.ms.gov.br.

Cidades

Justiça manda Jamilzinho devolver fortuna extorquida de casal em MS

Imbróglio entre as partes se arrasta há 12 anos; decisão cabe recurso

07/04/2025 18h30

Jamil Name ao lado do filho, Jamilzinho, ambos ligados ao processo

Jamil Name ao lado do filho, Jamilzinho, ambos ligados ao processo Foto: Divulgação

Continue Lendo...

Preso desde o fim de 2019 na Operação Omertà, Jamil Name Filho foi condenado a devolver a fortuna roubada mediante extorsão do empresário José Carlos de Oliveira e de sua esposa, Andréia Flávio de Souza.  

Em julho de 2022, em decisão publicada no Diário da Justiça de Mato Grosso do Sul, Jamil Name Filho foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelo crime de extorsão, sendo determinado o pagamento de multa de R$ 1,7 milhão às vítimas. Desde então, a Justiça do Estado manteve a prisão dele. 

Em setembro de 2019, o empresário e seu pai foram denunciados por se apropriarem do patrimônio das vítimas, o empresário José Carlos de Oliveira e a esposa, Andréia Flávio de Souza.

O casal teria realizado um empréstimo que culminou em uma dívida, a partir da qual o casal passou a ser extorquido.

Conforme a informações da investigação, a casa de Jamil, localizada no Jardim Monte Líbano, era usada como depósito de um arsenal de armas de grosso calibre, pertencentes a uma organização criminosa. 

O ocorrido

José Carlos de Oliveira, Andréia Flávio de Souza ajuizaram a ação contra Jamil Name e Jamil Name Filho, sob alegação de que em novembro de 2012,  José contraiu, junto aos Name, um empréstimo de R$ 130 mil com juros de 20% ao mês e, no início de 2013,  outro empréstimo de R$ 150 mil com juros de 6% ao mês, tendo, para garantia, emitido e entregue a Jamilzinho diversos cheques pessoais e empresariais, justamente com os valores e vencimentos, além de duas notas promissórias. 

Contudo, conforme o processo, Jamilzinho e o pai demoraram para entregar os valores emprestados e “antes mesmo que o fizessem, passaram a descontar e repassar para terceiros, que também apresentaram para desconto, os cheques emitidos em garantia dos empréstimos.”

Em outubro de 2013, José já havia pago R$ 400 mil de juros. “Naquela época, as partes combinaram de comprar conjuntamente uma área, tendo José emitido e entregue aos réus, R$ 400 mil, para garantir o adimplemento do pagamento de sua parte do preço.”, diz a sentença.

O negócio, contudo, não se concretizou e, em janeiro de 2014, Jamil Name Filho, dizendo que José estava lhe devendo R$ 620 mil, exigiu que a dívida fosse paga em um ano, se não "iria ver com quem estava mexendo."

José argumentou que contraiu empréstimos no total de R$ 280 mil e que já haviam sido compensados cheques entregues em garantia, na importância total de R$ 600 mil. 

Em julho de 2014, após um empréstimo frustrado, para o qual José emitira uma nota promissória de R$ 200 mil, os réus entregaram a José, por aquele valor, um veículo Mohave, que, na época, estava avaliado em R$ 80 mil  na Tabela Fipe.

De acordo com a decisão, alguns meses depois, Jamil Name Filho chamou José em sua casa, disse que sua dívida perfazia R$ 1.320.000,00 e, acompanhado de três seguranças e mediante ameaça, “exigiu que José lhe entregasse uma área que havia comprado".

José, que até então já havia pago R$ 1.500.000,00 de juros, sugeriu entregar a área aos réus e que estes lhe devolvessem R$ 300.000,00, com a quitação total da dívida. Jamil Name Filho discordou e disse para José que era melhor fazer que lhe era exigido, pois, do contrário, arrancaria sua cabeça.”

Mediante ameaça, José assinou dois contratos particulares de cessão de direitos que lhe foram apresentados, transferindo os direitos da propriedade para Name.

“Os réus não devolveram os diversos cheques de emissão de José que ainda tinham em seu poder, que continuaram utilizando em diversas negociações e, depois, exigindo do autor, sob ameaça, que cobrisse os seus pagamentos. Os réus, então, chamaram o autor em sua casa, onde disseram a José que sua dívida, naquela ocasião, perfazia R$ 1.620.000,00, tendo José discordado e Jamil Name Filho sacado e encostado uma pistola na cabeça de José, exigindo que ele lhe transferisse sua casa como garantia”, diz outra parte do documento.

Em 2017, José e sua mulher assinaram os documentos que lhes foram apresentados para transferir sua casa aos réus, que afirmaram que após receberem-na, devolveriam a José o imóvel.

Abaixo, os termos da condenação: 

  • condeno os réus a restituir aos autores os valores que deles receberam, em pagamento de juros, acima das taxas médias praticadas à época das celebrações dos empréstimos de R$ 130.000,00, em novembro de 2012, e de R$ 150.000,00, em janeiro de 2013;
  • anulo as cessões de direito de f. 62/65 e 66/69, e a compra e venda de f. 70/73, nas quais a declaração da vontade restou viciada por coação, nos termos do art. 151 do CC; 
  • condeno os réus no pagamento de indenização por fruição do imóvel residencial do contrato de f. 70/73, desde junho de 2017 até a reintegração dos autores em sua posse, no valor equivalente ao de um aluguel, pelo preço de mercado vigente, durante cada mês do aludido período, a ser apurado em liquidação, na forma do art. 509, I, do CPC; 
  • condeno, solidariamente, os réus, no pagamento de indenizações de R$ 180.000,00 para o autor José, e R$ 180.000,00 para a autora Andréia, para reparação dos danos morais que lhes causaram, corrigidas a partir desta sentença, na forma da Lei 14.905/2024, e, com juros de 1% ao mês desde a citação até o início da vigência da Lei 14.905/2024 e, a partir daí, nos termos desta lei; 
  • declaro nulos todos os cheques, notas promissórias e quaisquer outros títulos de crédito emitidos pelos autores, que não tenham sido pagos e estivessem, ou estejam, em poder dos réus, posto que emitidos para garantia dos empréstimos já quitados, uma vez que não se tem notícia da existência de outros negócios (o que sequer foi aventado nos autos) realizados entre as partes que justifique a posse de tais títulos pelos réus.

Os advogados de Name recorreram da sentença, enquanto a defesa de José Oliveira e Andreia Souza pede a manutenção da sentença na íntegra. 

Assine o Correio do Estado 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).