Prestadora de serviços da Suzano em Três Lagoas teria dado calote em 149 trabalhadores. Todos foram demitidos por meio do aplicativo WhatsApp, e que o pagamento das indenizações ocorreria no momento da rescisão do contrato, o que não se concretizou, segundo o Ministério Público do Trabalho de Três Lagoas (MPT-MS).
De acordo com o órgão, a transportadora era contratada pela gigante de celulose para fornecer mão de obra e veículos de transporte de eucalipto das áreas de floresta até a planta industrial.
Em nota, o MPT afirmou que foi instaurado um inquérito civil para apurar o não pagamento das verbas rescisórias, além de outros direitos, como o depósito do FGTS e 13º salário proporcional.
Até o momento, foi constatado que cerca de R$ 1,4 milhão referente aos direitos ainda não foram pagos. Segundo a nota, após as demissões a transportadora começou a desmobilizar toda sua estrutura em Três Lagoas, onde prestava serviços unicamente à Suzano.
Recomendação do MPT-MS à Suzano
Para resolver o problema, o órgão recomendou à Suzano que mantenha retidos créditos da Transportadora, no valor de pouco mais de R$ 1,3 milhão, e, ainda, que informe e retenha, imediatamente, novos créditos que vierem a existir.
Este valor a receber foi divulgado pela própria Suzano em audiência de instrução. Isso assegura que os motoristas demissionários tenham acesso a todos os direitos oriundos do desligamento.
Ainda segundo a nota , a transportadora apresentou pedido de recuperação judicial à Vara Arbitral no Tribunal de Justiça de São Paulo, em julho do ano passado. O MPT-MS também notificou o Juízo Recuperacional, para indicação de bens não essenciais da transportadora, passíveis de constrição pela Justiça do Trabalho.
O Correio do Estado entrou em contato com a Suzano e obteve resposta no final da tarde desta quarta-feira (09). Confira na íntegra o posicionamento da companhia.
“A Suzano esclarece que a Benfica Cargas e Logística prestou serviços na área de transporte de madeira para a nossa Unidade Florestal em Três Lagoas e que seu contrato foi rescindido no final de 2021 unilateralmente pela própria prestadora de serviços que, à época, se comprometeu, expressamente, a realizar todos os pagamentos devidos a seus colaboradores.
"A Suzano foi então informada acerca de demissão de colaboradores da Benfica, havendo denúncias no sentido de que verbas devidas a esses colaboradores ainda não haviam sido quitadas".
"Diante desse cenário, a Suzano iniciou imediatamente tratativas diretamente com a prestadora de serviços com a finalidade de entender o caso e viabilizar o pagamento de valores eventualmente devidos e, desde então, está atuando de acordo com as recomendações feitas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)".
"A Suzano reafirma seu compromisso de manter o diálogo aberto com seus fornecedores e respectivos colaboradores e está empenhando todos os esforços cabíveis para evitar que os colaboradores terceirizados sofram qualquer prejuízo.”


Reprodução/DOE-MS


