A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou, nesta quinta-feira (16), uma moção de repúdio contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em defesa da senadora Tereza Cristina (PP-MS). A iniciativa, proposta pelo vereador Marquinhos Trad (PDT), foi aprovada por 21 votos favoráveis e três contrários, sendo os votos contrários dos vereadores Ana Portela, André Salineiro e Rafael Tavares, todos do Partido Liberal (PL).
A manifestação dos parlamentares ocorre após Eduardo Bolsonaro atacar Tereza Cristina nas redes sociais, em resposta a declarações da ex-ministra da Agricultura publicadas pelo jornal O Globo. Na entrevista, Tereza defendeu que a direita busque “maturidade” e unidade em torno de um nome viável eleitoralmente para disputar a Presidência em 2026, citando Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Júnior (PR) e Michelle Bolsonaro como possíveis candidatos — sem mencionar o filho do ex-presidente.
Irritado, Eduardo reagiu com ironias e insinuações, afirmando que a senadora “atua conforme interesses de grandes grupos econômicos” e que seu conceito de viabilidade política “se ajusta ao interesse pessoal”. Em tom provocativo, o deputado ainda afirmou que “muitos políticos cresceram na esteira da família Bolsonaro”, sugerindo que Tereza teria se beneficiado do apoio do ex-presidente.
As declarações foram vistas como um ataque direto à senadora sul-mato-grossense, que atualmente lidera o PP no Senado e é considerada uma figura moderada dentro do campo conservador. O episódio expôs o racha interno do bolsonarismo, que tenta se reorganizar diante da possibilidade de Jair Bolsonaro permanecer inelegível em 2026.
Durante o debate na Câmara, vereadores destacaram o papel de Tereza Cristina na política nacional e criticaram o tom adotado por Eduardo. “Podemos divergir, mas não podemos permitir ataques a quem sempre honrou Mato Grosso do Sul e o Congresso Nacional”, afirmou Marquinhos Trad, autor da moção.
A decisão do Legislativo municipal foi vista como um gesto simbólico de solidariedade à senadora, que mantém influência política em Mato Grosso do Sul e é cogitada para compor uma chapa presidencial no próximo pleito.
Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro reafirma publicamente a intenção de disputar a Presidência da República caso o pai continue inelegível, ampliando as divisões dentro do grupo político que tenta manter vivo o legado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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