Na última sexta-feira (9), um caminhão carregado com aproximadamente 39 toneladas de fertilizantes, caiu no Rio Paraná, que faz divisa com o Mato Grosso do Sul. A queda aconteceu mais especificamente no distrito de Porto São José, em São Pedro do Paraná.
De acordo com as informações, o acidente ocorreu quando o caminhão perdeu os freios em uma descida e seguiu desgovernado até a margem do rio, onde acabou afundando. O local onde o veículo afundou tem profundidade estimada entre cinco e oito metros, e apesar da gravidade, o motorista conseguiu sair pela janela e nadar até a superfície.
Ainda na tarde desta segunda-feira (12), mergulhadores faziam uma força-tarefa na tentativa de recuperar a carga no fundo do rio. Esta é a segunda tentativa de retirada do veículo, sendo que na primeira foram utilizados dois caminhões e uma retroescavadeira, mas os cabos de aço não suportaram o peso da carga.
Por esse motivo, nesta segunda vez, a estratégia será diferente. A intenção é retirar primeiramente, os sacos com fertilizantes, que estão devidamente protegidos, e conforme os mergulhadores, não foram, danificados para diminuir o peso da carga, e só depois pensar na retirada da carreta. A nova operação conta com o apoio de uma equipe especializada.
Cabe ressaltar que, a área permanece isolada, e a rampa de acesso ao rio foi interditada para veículos e embarcações como medida de segurança até a retirada do caminhão e inspeção do local.
CONSTRUÇÃO DE PONTE
No início desse ano, conforme foi divulgado pelo Correio do Estado, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para a construção da nova ponte sobre o Rio Paraná, ligando Mato Grosso do Sul ao Paraná, estava na fase final, e deve ser concluído em aproximadamente dois meses.
Em março de 2023, o comando da hidrelétrica Itaipu autorizou o repasse inicial de R$ 2,6 milhões para bancar o EVTEA, que representava mais de 80% do total conveniado para o estudo, que estava avaliado em R$ 3,2 milhões. À época, a estimativa era de que seriam necessários pelo menos R$ 350 milhões para a instalação da ponte.
Se construída, a nova ponte, seria a terceira ligação rodoviária entre os dois estados, e contaria com quase dois quilômetros de extensão e largura de 13 metros - sendo 7,2 metros de pistas, 2,5 metros de acostamentos e 40 centímetros de barreiras New Jersey. A ponte conectaria o município sul-mato-grossense de Taquarussu ao distrito de Porto São José, em São Pedro do Paraná.
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem, se considerada a construção da nova ponte, a estrutura das rodovias do lado paranaense e a implantação de uma rodovia do lado sul-mato-grossense, o investimento previsto será de R$ 1,4 bilhão.
Em junho do ano passado, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, garantiu que assim que o estudo for finalizado, e o traçado mais viável for definido, o Estado viabilizará a pavimentação do trecho da MS-473, para acesso à estrutura da ponte. Quando finalizadas, as estruturas vão reduzir em até 130 km a distância até o Porto de Paranaguá.
CONEXÕES
Atualmente, Mato Grosso do Sul e Paraná têm conexão por meio de duas pontes sobre o Rio Paraná. A primeira está na BR-163, entre Mundo Novo e Guaíra, no extremo sul de MS. A outra ligação, entre Naviraí e o município paranaense de Icaraíma, é composta por uma série de cinco pontes sobre “braços” do rio. Esta terceira ponte ficaria mais ao norte, já próximo à ponte da Usina Sérgio Mota.
Atualmente, o escoamento agrícola até o porto de Paranaguá precisa ser contornado por São Paulo, na barragem de Porto Primavera, que conta com tráfego lento e restrição de peso para caminhões, já que o transporte passa sobre a barragem da usina Sérgio Mota.
Colaborou Neri Kaspary


