Cidades

MPMS

Campanha quer levar informação para que vítimas saibam sair do ciclo de violência

Promotora afirma que muitas mulheres não se sentem em relacionamentos abusivos ou não sabem buscar ajuda para sair da situação antes que vire feminicídio e objetivo é difundir as possibilidades que a vítima tem

Continue lendo...

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) lançou, nesta quinta-feira (29), a 3ª edição da Campanha “Você Merece Um Amor Leve” contra a violência doméstica e feminicídio. O objetivo é conscientizar e informar as vítimas sobre os meios para sair de relacionamento tóxicos e abusivos.

A promotora de Justiça Lívia Carla Guadanhim Bariani explica que o campanha terá ações para estimular o enfrentamento à violência doméstica durante todo o mês de junho. O mês foi escolhido pois no dia 1º de junho é celebrado o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio.

"Todas as campanhas a gente renova porque ainda acreditamos que a falta de informação é que vem gerando, muitas vezes, esse tipo de crime [de feminicídio]", disse a promotora.

"Quando a vítima não se entende naquele relacionamento tóxico, ela não vê a necessidade de sair daquilo. Muitas vezes uma agressão, um xingamento, ela acha que aquilo é normal, até que se chega em uma violência mais grave e muitas vezes chega ao feminicídio. Então a gente enxerga que a informação é o melhor caminho para a vítima se entender nessa situação de violência e poder procurar ajuda e, com esse tipo de campanha, a gente traz um leque de possibilidades que essa mulher tem", explica Lívia.

Ainda segundo a promotora, é necessário entender também que a vítima precisa entender que está nesse ciclo para buscar ajuda e que isso não ocorre conforme ou quando as pessoas de fora querem.

"Só que para ela [vítima] pedir ajuda, a gente tem que demonstrar para ela todo o leque de possibilidades que nós temos, toda a rede que está a disposição dela, seja por medidas protetivas, casa abrigo, levar ela para onde ela tem uma outra família, outro estado, então esse é o papel fundamental das campanhas".

As informações serão difundidas através de ações em escolas e outras instituições, para atingir desde os adolescentes até o público adulto. Ações práticas incluem capacitações que serão realizadas também em escolas e palestras.

"Eu acredito que a informação consegue transformar o mundo, e a informação de qualidade vai conseguir diminuir esses índices de violência contra a mulher e os índices de feminicídio", concluiu a promotora.

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, disse que o feminicídio e a violência doméstica são assuntos "espinhosos" para os gestores públicos, para o Ministério Público, para a Justiça e para a sociedade.

"O poder público municipal é limitado, mas quando nós buscamos integrar as nossas forças e os poderes, os segmentos, a rede de apoio e as instituições, nós conseguimos ir mais longe", disse, ressaltando a parceria entre os órgãos.

Adriane disse ainda que o Município ampliou um programa que se chamava Mulheres Fortes, e era voltado para meninas do ensino fundamental, conscientizando-as desde cedo sobre os ciclos da violência.

Neste ano, o programa foi passou a se chamar Meninas Fortes e Menos Fortes, para que os meninos também sejam alertados sobre comportamentos que não devem ser tomados com relação às mulheres.

"Nós começamos esse projeto para combater o feminicídio, mas também já começar educando os nossos meninos e as nossas meninas preventivamente", disse a prefeita.

"Eu acredito que se todos os segmentos e instituições abraçarem esta causa, que é tão difícil de ser falada, nós vamos alcançar os indicadores necessários e diminuir, ou quem sabe zerar, o número de feminicídios em Campo Grande e Mato Grosso do Sul", acrescentou Adriane.

Além das ações, para este ano, também faz parte da campanha a dupla sertaneja May e Gabi, com a trilha sonora "Banco dos Réus". 

As artistas goianas foram escolhidas pelo teor de conscientização presente em suas letras, que abordam com profundidade os sinais de um relacionamento abusivo. A música retrata o ciclo da violência, desde seus sinais iniciais até as consequências mais graves, e traz uma mensagem de alerta e empoderamento.

Dados alarmantes

Dados do Dossiê Feminicídio do Ministério Público de Mato Grosso do Sul alertam para o aumento expressivo da violência contra a mulher e dos feminicídios consumados.

Segundo o dossiê, de janeiro a dezembro de 2024, foram registrados 27 feminicídios e 82 tentativas no Estado. De janeiro a maio de 2025, o dossiê aponta o registro de 14 feminicídios consumados e 20 tentativas.

Você Merece um Amor Leve

Criada em 2023, a Campanha “Você Merece Um Amor Leve” nasceu com a missão de fortalecer as redes de apoio às mulheres e estimular a sociedade a identificar e intervir em situações de violência.

Em suas edições anteriores, contou com a participação da cantora campo-grandense Karina Marques (2023) e do ator Raul Gazolla (2024), que compartilhou sua vivência pessoal com o feminicídio como forma de mobilizar o debate público sobre o tema.

Gazolla foi marido de Daniella Perez, atriz e bailarina que foi assassinada aos 22 anos de idade por Guilherme de Pádua, seu colega de trabalho, e a esposa.ssificacao-de-campanhas-vai-fazer-com-que-haja-uma-consciencia/415792/

A Campanha é realizada por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça dos Direitos Constitucionais do Cidadão, dos Direitos Humanos e das Pessoas com Deficiência (CAODH) e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais e do Controle Externo da Atividade Policial (CAOCRIM).

Participam também o Grupo de Atuação Especial dos Promotores de Justiça do Tribunal do Júri (Nojúri), o Núcleo de Apoio às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais Violentos (Navit), Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar (Nevid), Promotorias de Justiça do interior do Estado, além da Assessoria de Comunicação (Assecom) do MPMS.

A campanha tem objetivo de se consolidar como ferramenta de conscientização e mobilização social, levando a mensagem de que o amor verdadeiro jamais machuca e que toda mulher tem o direito de viver sem medo, com respeito, liberdade e dignidade

PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

Assine o Correio do Estado

ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

Continue Lendo...

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).