Cidades

INFRAESTRUTURA

Campo Grande: governo Lula tira obra milionária do PAC

Projeto será financiado por meio de empréstimo e a prefeitura ainda avalia "as fontes de recursos para o financiamento"

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As obras que prometem dar uma solução definitiva para os problemas de desmoronamento das pistas da Avenida Ernesto Geisel, por onde passa o Rio Anhanduí, foram retiradas do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) pelo governo federal. A promessa é de que a obra será feita por meio de um financiamento de R$ 150 milhões que seria concedido à Prefeitura de Campo Grande.

Com essa determinação, as obras na via, que há décadas sofre com desmoronamentos pelas erosões causadas pelo Rio Anhanduí, estão incertas, já que ainda são necessárias aprovações da Caixa Econômica Federal e do Legislativo para que o empréstimo seja realizado. Só a partir disso é que a licitação deverá ser lançada.

Segundo a Prefeitura de Campo Grande, o valor de R$ 150 milhões solicitado para entrada no Novo PAC – Seleções não foi incluído no programa “por conta do número de propostas recebidas”.

“O município também obteve autorização do Ministério das Cidades para financiar R$ 150 milhões em obras de infraestrutura do Rio Anhanduizinho. O valor solicitado na proposta original era para ser de transferências voluntárias oriundas do Orçamento Geral da União, porém, por conta do número de propostas recebidas, o Ministério das Cidades mudou para operações de crédito aquelas propostas que não couberam no Orçamento em 2024”, explicou a prefeitura ao Correio do Estado.

A mudança, além de deixar o projeto para talvez ter andamento neste ano, também traz mais empecilhos para sua conclusão, já que, segundo informações do município, “o financiamento passará por análise da Caixa Econômica Federal e aprovação legislativa da operação de crédito e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN)”.

“As intervenções de infraestrutura no Novo PAC envolvem a terceira etapa do projeto de obras para prevenção a desastres no Fundo de Vale do Rio Anhanduizinho, que permeia importante área urbana do município de Campo Grande”, afirmou a prefeitura, em nota. 

Apesar de importante, a obra ainda está parada na Capital, já que, conforme a administração, estão sendo analisadas as fontes de recursos para esse empréstimo. Só depois disso é que as obras deverão ter andamento.

“A obra prevista na proposta aprovada é para contribuir para diminuir os efeitos da urbanização e reduzir recorrentes inundações, alagamentos e erosão na área urbana. A prefeitura avalia as fontes de recursos para o financiamento, visando a maior economia e otimização dos recursos públicos”, afirmou o município, sem dar um prazo para que uma nova etapa seja iniciada.

PROJETO

O projeto enviado pela prefeitura busca a revitalização de boa parte da extensão da avenida. A ideia, que surgiu em 2011, prevê a construção de paredões de gabião no trecho do rio entre a Rua do Aquário e a Avenida Manoel da Costa Lima. 

A partir dali, a ideia é que até a Avenida Campestre, onde a Ernesto Geisel termina (sob o nome de Thyrson de Almeida), seja feito um serviço de controle do canal do rio, com escadarias, dissipadores e obras pontuais para controle da água da chuva, para evitar que o extravasamento chegue aos bairros e cause enchentes. 

Além disso, esse projeto também prevê o recapeamento da avenida e a instalação de áreas de convivência, com quadras de esportes, pista de caminhada e ciclovia. 

“A proposta também inclui ações de trabalho social que visem à sustentabilidade socioeconômica e ambiental do empreendimento, tais como atividades de educação ambiental e promoção da participação comunitária, conforme manual de diretrizes e recomendações do Ministério”, completou a nota da Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe), divulgada em abril do ano passado.

PROBLEMA DE DÉCADAS

Há mais de uma década, o poder público promete revitalizar a Avenida Ernesto Geisel, que, além dos problemas com relação à drenagem, tem vários trechos de pista interditados por causa de erosões nas margens do Rio Anhanduí, além da pista estar desgastada, também em função dos alagamentos e dos problemas causados pelo rio.

O projeto original da revitalização, porém, foi perdido ao longo das gestões e, em 2017, foi licitado apenas um trecho menor, entre as ruas Santa Adélia e do Aquário.

As obras do trecho todo ainda não foram concluídas em virtude de atrasos nos repasses e da desistência de uma das empresas vencedoras da licitação. 

Do projeto inicial, que previa 7,5 quilômetros de revitalização, foram concluídos apenas 2,6 km. Isso porque o trecho que estava sob a responsabilidade da Dreno Engenharia não foi concluído.

Com o abandono, a prefeitura teve de relicitar o trecho entre as ruas Bom Sucesso e do Aquário, etapa que tem recursos provenientes de emendas federais e do governo do Estado. 

A primeira licitação não teve empresas interessadas e terminou deserta. No ano passado, a prefeitura modificou o projeto e abriu novo certame, em que a vencedora foi a empresa HF Engenharia e Construção Ltda. 

A construção teve início em setembro de 2024 e, até o momento, segundo a prefeitura, 17% do cronograma já foi executado. O investimento é de R$ 20.997.679,09, e a previsão é de que o trecho seja concluído até fevereiro de 2026.

SAIBA

Matéria do Correio do Estado publicada na semana passada mostrou que nenhum dos projetos para Campo Grande do Novo PAC foi concluído e que, segundo o governo federal, o maior problema seria a falta de documentação por parte da Prefeitura de Campo Grande.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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