Cidades

Recurso

Cannabis medicinal auxilia tratamento de Gael, diagnosticado com transtorno do espectro autista

Resolução que restringia uso de canabidiol no tratamento de síndromes e epilepsia foi revogada nesta terça-feira

Continue lendo...

Após protestos e manifestações, a resolução que restringia o uso medicinal da cannabis em tratamentos clínicos foi revogada por meio do Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (25).

De acordo com Jéssica Albuquerque, diretora da Associação Sul Mato Grossense de Pesquisa e Apoio à Cannabis Medicinal Divina Flor,  a medida foi boa para a área. 

“A  revogação foi boa, a luta não para porque não podemos reduzir o tratamento à base de cannabis a dez ou 15 patologias.  Hoje são mais de 50 patologias tratadas com cannabis para todos que precisem e não apenas algumas”, disse ao Correio do Estado

Diagnosticado com grau I de Transtorno do Espectro Autista (TEA), o pequeno Gael Araújo Codas (3) realiza há pelo menos cinco meses o tratamento à base de cannabis para lidar com as crises causadas pelo TEA. 

Campo-grandense, o filho mais novo da publicitária e social midia Lauanne Araújo (32), possui suspeitas de comorbidade em Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). 

Para a mãe, apesar da resolução revogada não atingir diretamente seu filho, o texto considerado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) representava sérios riscos quanto à continuidade de tratamentos em outros pacientes.

“Quando eu recebi a notícia sobre (resolução), chorei muito. Também pelo medo de ter que voltar para alguma química forte. O tratamento com cannabis pode melhorar não só a vida do meu filho, mas também de outras crianças que sofrem com o autismo e várias doenças”, frisou a publicitária. 

Segundo Lauanne, apesar da pouca idade, Gael fez uso de diversos medicamentos desde um ano de vida até chegar à cannabis medicinal. “Desde um ano ele toma medicação, não dormia bem, cerca de 1h30 por noite e também não comia. Usa carbamazepina, popularmente conhecido como Tegretol (utilizado em casos de epilepsia e neuropatias), o que deixou ele inquieto e muito mais nervoso. Anteriormente utilizava apenas para dormir, hoje utiliza também durante o dia  para melhorar questões de comportamento e assimilação”, disse. 

Para além do Tegretol, Gael já tomou Risperidona, medicamento que segundo Lauanne Araujo deixava seu filho “muito dopado, atingindo questões motoras (grossa, fina, sensorial, cognitiva e comportamental, o que me fez pesquisar e chegar ao CBD”, destacou a publicitária. 

Para Lauanne, apesar da eficácia do tratamento, o principal empecilho atual é encontrar profissionais que prescrevem o tratamento com cannabis. Resolvida a questão, a social mídia destacou ao Correio do Estado que os custos com o medicamento chegaram a R$ 700.

“Gael toma dois frascos por mês do medicamento, que custa em torno de R$ 600, R$ 700 mensais. Infelizmente não tínhamos condição de manter, até que encontramos uma importadora autorizada pela Agência de Vigilância Sanitária e buscamos o medicamento nos Estados Unidos”.

Segundo a mãe, após a introdução do medicamento no tratamento de Gael, os resultados foram notórios. “Demorou uns 15 dias para vermos os primeiros efeitos. Meu filho começou a ficar mais calmo, parece que as coisas começaram a se encaixar na cabecinha dele, melhorou a fala, ele sempre teve um atraso de fala muito significativo para a idade dele, além da formação de frases, isso sempre junto com as terapias”, salientou Lauanne Araújo. Atualmente, a publicitária gasta cerca de R$ 590 por três meses de tratamento do filho.

“Ele consegue se autorregular melhor, se entende, então mesmo que ele fique nervoso e esteja em uma crise, no fim ele consegue entender.  Ainda tem dificuldade em conseguir cessar as crises, mas mesmo assim é muito melhor”.  

Questionada sobre a resistência em relação ao uso do canabidiol, Lauanne Araújo disse que há muitos mitos e preconceitos acerca da cannabis medicinal. “Sempre fui aberta ao diálogo quanto ao CBD porque eu acredito na ciência e já comprovamos diversas vezes a eficácia do tratamento. Depois de conversar com pais e ver relatos sobre o autismo, não pensei duas vezes”, destacou. 

Medicamentos e tratamentos

Estudante regular de uma escola da Rede Municipal de Ensino (Reme), atualmente Gael Araújo utiliza carbamazepina, fornecida gratuitamente por meio do público de saúde, melatonina, hormônio de indução do sono, remédio manipulado que dura, segundo a mãe, cerca de dois ou três meses.

O tratamento é acompanhado com custos com e saúde, terapias duas vezes na semana, fonoaudiólogo e psicólogos, além de desenvolvimentos didáticos  trabalhados pelos pais. Para além de Gael, Lauanne é mãe de Aurora Araújo Codas (5), e casada com Eric Cavalheiro Codas (31).

Segundo a publicitária, é o pai quem faz, na maioria das vezes, os trabalhos de casa e cuida dos filhos, uma vez que o transtorno do filho o faz ser mais apegado à ela, o que a faz trabalhar de forma híbrida. “Entendi que a chegada dele mudou a minha vida e que tenho que dedicar a ele, e pesar na qualidade de vida do meu filho”, finalizou. 

 

 

 

 

 

 

Causa

De acordo com a Associação Divina Flor, mais de 50 mil pacientes utilizam de cannabis medicinal em seus tratamentos em todo o país. Segundo Jéssica Albuquerque, são mais de 400 pacientes em Mato Grosso do Sul, pela associação, além de pacientes que compram o remédio importado (caso de Gael Araújo).

A diretora comemorou a revogação da resolução, entretanto falou sobre os próximos passos acerca do tema. “ Amanhã (26) nos reuniremos com o presidente do CRM além de acompanhar pacientes e médicos para que seus direitos se mantenham”, finalizou.

Assine o Correio do Estado

 

 

Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para hoje (16) em Campo Grande e demais regiões de Mato Grosso do Sul

Chuvas do final de semana baixaram as temperaturas e aumentaram a umidade

16/09/2024 14h00

Temperaturas seguem amenas com variação de nebulosidade

Temperaturas seguem amenas com variação de nebulosidade Álvaro Rezende / Correio do Estado

Continue Lendo...

Após um final de semana com chuvas e queda das temperaturas, a previsão para a semana indica tempo firme, com sol e variação de nebulosidade. O tempo volta a ficar seco e aliado às altas temperaturas, esperam-se baixos valores de umidade relativa do ar, entre 10% e 30%.

Nesta segunda-feira (16) a previsão indica tempo mais fechado, com aberturas de sol e variação de nebulosidade. Na região sul e sudoeste do estado há previsão de mais aberturas de sol. Porém, não se descartam pancadas de chuvas, principalmente nas regiões central e leste do estado. Essa situação ocorre devido a uma frente fria que está no oceano Atlântico juntamente com o deslocamento de cavados, associado ao avanço de um sistema de baixa pressão atmosférica. 

Em grande parte do estado, os ventos atuam do quadrante sul e giram para o quadrante leste com valores entre 40 km/h e 60 km/h. Pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperatura mínima de 17°C e máxima de 26°C. 
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas entre 19°C e 29°C. 
  • Em Porto Murtinho é esperada a mínima de 16°C e a máxima de 28°C. 
  • O Norte do estado deve registrar temperatura mínima de 21°C e máxima de 30°C.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas entre 18°C e 32°C. 
  • Anaurilândia terá mínima de 18°C e máxima de 24°C. 
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínima de 15°C e máxima de 24°C. 
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas entre 14°C e 22°C. 
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínima de 15°C e máxima de 24°C. 

Assine o Correio do Estado

caso marcel colombo

Delegado chora ao dizer que estava na mira de milícia

Tiago Macedo diz que seu nome estava em um bilhete encontrado no presídio de Mossoró apontando que a família Name mataria dois delegados e um promotor

16/09/2024 13h06

O delegado Tiago Macedo dos Santos prestou depoimento durante mais de três horas na manhã desta segunda-feira (16)

O delegado Tiago Macedo dos Santos prestou depoimento durante mais de três horas na manhã desta segunda-feira (16)

Continue Lendo...

Acostumado a interrogatórios e depoimentos, o delegado Tiago Macedo dos Santos foi aos prantos ao falar sobre um bilhete elaborado por um interno do presídio federal de Mossoró o qual informava que a família Name estaria tramando sua morte e de outros integrantes da força-tarefa da Omertà. 

O delegado foi a primeira testemunha de acusação ouvida no júri popular que tem como réus o empresário Jamil Name Filho e outros três supostos envolvidos no assassinato de Marcelo Hernandes Colombro, no dia 18 de outubro de 2018, em uma cachaçaria da avenida Fernando Corrêa da Costa, na região central de Campo Grande. 

Ele se emocionou, conforme explicou enquanto tentava se recompor, porque estas ameaças teriam provocado uma série de reviravoltas em sua vida e na vida de outros integrantes da força-tarefa, que  teriam sido forçados a circular com escolta policial por temerem pela segurança. 

O bilhete, escrito em papel higiênico por um detento que acompanhava conversas entre Jamil Name (que morreu em 2021 no presídio de Mossoró, antes de ser julgado), o filho (Jamilzinho) e outros integrantes da suposta milícia de extermínio que estava presa naque presídio. 

Estas conversas eram feitas por meio de bilhetes e estes tinham de passar pela cela deste preso, que por sua vez acompanhava o conteúdo destas mensagens e o repassou ao comando do presídio, que por sua vez informou o Ministério Público e a Polícia de Mato Grosso do Sul. 

No bilhete deste interno, cuja identidade foi preservada durante júri mas que veio a público durante as investigações, constava a informação de que além do delegado Tiago, havia um plano para executar um promotor e o delegado Fábio Peró e seus familiares, que comandou as operações que resultaram na prisão e condenações da milícia. Neste bilhete, segundo o depoimento, também constava o nome de um promotor que deveria ser executado. 

Em julho do ano passado, durante o primeiro júrio ao qual foi submetido Jamil Name Filho, os advogados de defesa alegaram que o delegado Fábio Peró teria torturado o réu Marcelo Rios e sequestrado a mulher dele para que ela confessasse envolvimento do marido com uma série de crimes. Ela chegou a fazer uma espécie de delação, mas depois recuou e alegou que falou sob ameaças feitas pelo delegado Fábio Peró.  

Depois de ser indagado pelos promotores, o delegado Tiago Macedo e os advogados de defesa dos réus trocaram uma série de farpas, uma vez que o delegado dizia que estava sendo ofendido pelos advogados. O julgamento foi interropido por volta das 13 horas e seria retomada em torno de 50 minutos depois, conforme o juiz Aloísio Pereira, que conduz o julgamento. 
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).