Cidades

RADIOTERAPIA

Capital "exporta" pacientes com câncer para tratamento no interior

Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) é o que oferece o serviço pelo SUS em Campo Grande

FÁBIO ORUÊ

17/08/2019 - 09h46
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Com atendimento de radioterapia sendo oferecido somente no Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA), o número de pacientes na fila pelo tratamento cresce a cada novo diagnóstico de câncer. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), são aproximadamente 370 pessoas aguardando vaga para fazer o procedimento em Campo Grande. No último dia 30 de julho, este número estava em 277, o que significa que em 18 dias, houve um crescimento de 33,5% na fila de espera.

O motivo para o aumento foi que a Santa Casa da Capital encerrou o convênio que tinha com a clínica Radius, empresa terceirizada que fazia o atendimento de radioterapia, e somente o HCAA passou a fazer o procedimento.

Como solução para diminuir esse número, o órgão de saúde municipal quer que pacientes viajem 229 quilômetros até Dourados para fazer a radioterapia, já que na cidade a demanda é baixa.

Outro fator contribuinte para a decisão é que a Oncoclínica, local onde os enfermos podem fazer o procedimento, recebeu isenção de imposto de R$ 750 mil do Governo do Estado para um equipamento e em troca receberá os pacientes que precisam de radioterapia, de acordo com a diretora de atenção à saúde do Estado, Mariana Croda.

A vaga é oferecida, mas a escolha é do paciente, porém, a Prefeitura de Campo Grande não oferece nenhuma hospedagem ou subsídios, além de transporte. Cada tratamento requer diferentes doses de radioterapia, que deixa o paciente debilitado, então faz-se necessário a estadia e uma companhia durante o tempo que ele ficar na cidade para o tratamento.

De acordo com a Coordenadora do Conselho Municipal de Medicina da Capital, Maria Auxiliadora Fortunato, nenhum paciente foi até Dourados para fazer o tratamento ainda. “Muitos não querem ir porque não tem como custear. É preciso uma casa de apoio. Muitos tem que ficar 25, 40 dias lá. A prefeitura [de Campo Grande] disse que estava conversando com o [Governo do] Estado e que eles que iam providenciar uma casa de apoio”, disse ela ao Correio do Estado.

Na fila esperando para tratar uma metástase óssea, consequência de um câncer de mama, Ivone Vargas está há cinco meses na fila de espera, convivendo diariamente com as dores da doença. “Tem dias que eu nem consigo sair da cama de tanta dor. A metástase provoca dor em todo o corpo, mas eu sinto principalmente no peito”, disse Ivone. 

Em seu diagnóstico médico consta que o caso precisava de atendimento com urgência, porém a espera já dura meses. “O médico disse que quando eu fizer a radioterapia as dores vão passar, mas enquanto eu não fizer, tenho que ficar tomando remédio de 6 em 6 horas. São quatro caixas de remédio por mês que eu tenho que tirar dinheiro do meu bolso para comprar”, contou Ivone. 

Cada remédio custa R$ 45 reais, ou seja, são R$ 180 com remédio por mês. Ela revelou que há alguns meses começou a tomar dipirona junto com a medicação, por indicação do médico. “Ele disse que a dipirona ajuda a potencializar o efeito”, explicou. Ivone é uma dentre as 370 pessoas que precisam de atendimento

DANOS MORAIS 

Pacientes que estão na fila de espera há mais de 60 dias podem receber até R$ 60 mil por danos morais, devido a sentença proferida na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Capital.

A Justiça julgou parcialmente procedente ação civil pública, movida pela Defensoria Pública, determinando que o Governo do Estado e a Prefeitura de Campo Grande mantenham pacientes na fila de espera para tratamento de radioterapia pelo prazo máximo de 60 dias, sendo indenizados os que esperarem um prazo além do estipulado. 

Atualmente, os réus (Governo do Estado e Prefeitura de Campo Grande) podem recorrer da decisão.

Cotidiano

Governo Lula propõe aumento de pena para responsáveis por incêndios florestais

Proposta é que punição a quem comete esse tipo de crime passe a ser de quatro a seis anos de detenção; regra atual é de dois a quatro anos

15/10/2024 20h00

Região do Forte Coimbra, no Pantanal  em chamas

Região do Forte Coimbra, no Pantanal em chamas (Fotos: CBMMS)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Congresso Nacional nesta terça-feira (15) o projeto de lei que endurece as penas para quem pratica crimes ambientais, em particular as queimadas florestais.

A proposta será apensada no Congresso Nacional a um outro projeto de lei, de autoria do senador Davi Alcolumbre (União-AP), que é favorito para assumir a presidência do Senado a partir de fevereiro.

O governo também solicita a tramitação em regime de urgência no Congresso Nacional.

A proposta aumenta para de três a seis anos de reclusão a pena pelo crime de provocar incêndio em floresta ou em demais formas de vegetação, além de multa. Essa pena, pela legislação atual, é de dois a quatro anos de detenção, mais multa.

O ministro também explicou que houve a modificação de detenção para reclusão, o que fará com que os autores de crimes ambiental já comecem a cumprir suas penas em regime fechado. De acordo com a legislação, nos casos em que se prevê pena de detenção, elas apenas são cumpridas quando a condenação é superior a oito anos.

Além disso, essa pena poderá ser aumentada em um sexto se forem comprovados alguns agravantes, como, por exemplo caso atinja unidades de conservação, seja feito em grupo, cause perigo à saúde pública ou à vida coletiva, ou tenha finalidade de obter vantagem financeira.

Atos culposos (ou seja, não intencionais), reduzem a pena para detenção de um a dois anos, com multa.

E também é considerado agravante (com aumento da punição entre um sexto e um terço) caso o fogo exponha o patrimônio de outra pessoa.

A minuta também propõe que seja igualado ao crime de incêndio florestal o ato de exploração econômica financeira de áreas da União queimadas -tática comum para grilagem de terras públicas.

O governo federal diz que parte das queimadas tem esse perfil.
Em outro ponto, o governo também propõe elevar a pena para crimes de destruir ou danificar florestas de preservação permanente, para reclusão de dois a cinco anos, além de multa. Atualmente está prevista a detenção de um a três anos.

A proposta também aumenta a pena os crimes de matar e outras formas de violência contra a fauna silvestre, sem licença ou autorização competente. Atualmente, a pena é de seis meses a um ano de detenção, além de multa.

Caso seja aprovada pelo Congresso, a pena subirá para um a três anos, além de multa.
A mensagem ao Congresso Nacional foi assinada durante uma cerimônia fechada no Palácio do Planalto, com a presença do presidente e dos ministros Ricardo Lewandowski 
(Justiça e Segurança Pública) e Marina Silva (Meio Ambiente).

Durante o evento, Lula afirmou que a proposta vai mostrar que se não pode poderá mais "brincar com o crime ambiental" e que as pessoas terão que ser "punidas severamente".

"Eu acho que com bom trabalho a gente consegue fazer com que seja aprovado em regime de urgência na Câmara e depois no Senado para que a gente possa dizer de uma vez por todas às pessoas que agem como se fossem bandidos nesse país, achando que estão destruindo uma coisa dos outros, quando na verdade estão destruindo é a qualidade de vida do seu filho, do seu neto, do seu bisneto, das pessoas que virão", afirmou o presidente.

O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que se trata de uma atualização de uma legislação que estabelece sanções penais e administrativas para condutas lesivas ao meio ambiente. Também disse que considera a lei atual defasada.

O ministro afirmou que a pena média para esses crimes varia de dois a três anos de detenção atualmente, o que facilita a prescrição dos crimes. Também permitiem a suspensão do processo ou a liberdade condicional.
Lewandowski ainda acrescenta que apenas 350 pessoas estão presas em todo o país por crimes ambientais, em um universo de 850 mil detentos.

A proposta enviada pelo governo, então, será apensada ao projeto de lei de autoria de Davi Alcolumbre. Esse texto já foi aprovado pelos senadores e agora está em tramitação na Câmara dos Deputados, tendo como relator o petista Patrus Ananiass (MG).

Por isso, após aprovada pelos deputados, a proposta terá que ser submetida novamente para votação no Senado.

 

*Informações da Folhapress 

Acerte seu relógio

Paraguai entra para o horário de Brasília e fica uma hora à frente de MS

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, assinou um decreto nesta quarta-feira (15) para que a população aproveite melhor a luz natural; medida causa confusão na fronteira

15/10/2024 17h45

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras Reprodução/

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Enquanto os brasileiros discutem a possibilidade de retornar o horário de verão devido à crise hídrica que preocupa especialistas, no Paraguai, o presidente Santiago Peña (Partido Colorado) decretou, nesta terça-feira (15), a adoção do horário de verão de forma oficial durante todo o ano.

Buscando fortalecer o comércio no país e aproveitar melhor a luz natural para reduzir o consumo de energia elétrica, o Paraguai adotou o horário de verão em outubro deste ano. Agora, o país terá o mesmo fuso horário de Brasília durante todo o ano.

A partir de agora, com a nova lei, o Paraguai está migrando do fuso horário -4 GMT (quatro horas atrás do Meridiano de Greenwich) para o fuso -3 GMT, o mesmo adotado em Brasília, na Argentina e no Uruguai.

A mudança de horário pode desorganizar ainda mais o comércio na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, uma vez que ambos os municípios operam de forma integrada, separados apenas por uma rua.

No lado brasileiro, a discussão é semelhante. A reinstauração do horário de verão ajudaria a reduzir a conta de luz dos brasileiros, especialmente em um momento em que o país enfrenta uma severa crise hídrica devido às ondas de calor extremo e à falta de chuvas em diversas regiões.

O horário de verão no Brasil foi extinto em 2019, quando o presidente Jair Messias Bolsonaro revogou a prática por meio de um decreto. O texto justificava a medida com base em recomendações do Ministério de Minas e Energia, que indicou a pouca efetividade da prática na economia de energia.

O retorno do horário de verão será decidido a partir de amanhã (16). O tema se tornou um ponto de debate entre senadores e deputados, que argumentam a favor da reinstauração para aproveitar melhor a luz natural e também para alinhar os horários com os demais países do Mercosul.

Se o horário de verão for adotado novamente, Mato Grosso do Sul passará a compartilhar o mesmo horário do Paraguai. Caso a reinstauração do horário de verão não seja aprovada no Brasil, os horários entre os dois países funcionarão com uma hora de atraso em relação ao Paraguai.

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras

 

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