A Força Aérea Brasileira (FAB) informou o balanço do cargueiro KC-390 Millennium no combate às queimadas no Pantanal e, segundo o órgão militar, a aeronave já despejou 336 mil litros no bioma, sendo quase 29 horas no ar e 28 voos em 14 dias, já que o avião está em atividade na região desde o dia 28 de junho.
Nesta quinta-feira (11), o cargueiro realizou dois voos e despejou 24 mil litros de água, mesmo com boletim diário informando que tem apenas um foco ativo. Lembrando que a aeronave conta com o Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (em inglês, MAFFS). Este equipamento traz um tubo, com capacidade de 12 mil litros por abastecimento, que projeta água pela parte traseira.
Segundo o major aviador responsável pela missão no bioma sul-mato-grossense, Rafael Portella Santos, a operação MAFFS é realizada em três etapas:
- Coordenação em solo das áreas que as chamas precisam ser contidas;
- Visualização do local, avaliar a redução de riscos para aeronaves que atuam de forma semelhante e manter o contato com a equipe em solo;
- Primeira passagem, objetivando a precisão e a segurança da operação e, depois, o sobrevoo para o lançamento da água.
Após as etapas serem concluídas, a aeronave retorna ao solo para ser reabastecida, sendo liberada para decolar 40 minutos depois.
Histórico
O KC-390 Millennium já foi utilizado em outros desastres ambientais e sociais no Brasil. Em janeiro de 2021, a aeronave foi usada para transportar cilindro de oxigênio para Manaus, que durante aquele período estava vivendo uma crise de covid-19, assim como todo o país.
Mais recentemente, o avião levou mantimentos do Rio de Janeiro para o Rio Grande do Sul, a fim de ajudar a população gaúcha, que estava vivendo e ainda vive com a crise de enchentes e intensas chuvas no Estado da região do sul do Brasil. Além dos mantimentos, cerca de 14 toneladas de equipamentos foram transportados para auxiliar na construção de um hospital de campanha.
Fogo Zero
Com a chegada da chuva, as queimadas no Pantanal vem diminuindo dia-a-dia. Segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), desde terça-feira (09), o Pantanal não teve hectares (ha) queimados, ou seja, o fogo está controlado. Na segunda-feira (08), o bioma teve 25 ha queimados.
Porém, de acordo com o boletim diário da Operação Pantanal de ontem, que divulga informações sobre o combate às queimadas, o Pantanal segue sofrendo com as queimadas no bioma. Felizmente, a quantidade de focos segue em queda e hoje apresenta apenas uma área com fogo.
O incêndio ativo está localizado no norte de Corumbá, próximo ao Rio Paraguai, no Paraguai Mirim. A aeronave KC-390, helicóptero da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA) e oficiais no combate às queimadas seguem monitorando o local em busca de conseguir controlar o foco na região.
Ao todo, segundo o Lasa, 594.475 mil hectares já foram queimados neste ano (1º de junho até 09 de julho), ou seja, cerca de 6.09% do Pantanal, o que já supera a área queimada dos dois últimos anos.
Pantanal - Estrutura de combate a incêndios (a partir de 28/06/24)
- 193 profissionais do Ibama e ICBMBio para o campo
- 92 militares da Marinha (6º Comando do Distrito Naval)
- 80 bombeiros de MS com diárias pagas pelo Ministério da Justiça
- 134 brigadistas do Ibama
- 82 integrantes da Força Nacional
- 4 aviões lançadores de água Ibama e ICMBio
- 3 helicópteros do Ibama e ICBMBio
- 1 avião da FAB lançador de 12 mil litros de água (KC-390)
- 2 helicópteros do Exército
- 1 helicóptero da Marinha
- 1 helicóptero da FAB
- 1 avião FAB transporte brigadistas (Caravan C-98)
- 8 embarcações da Marinha, Ibama e ICMBio
- 466 bombeiros de Mato Grosso do Sul
- 39 veículos estaduais (caminhonetes, caminhões, lanchas); apoios diferentes de fazendeiros atingidos