Cidades

SAÚDE

Carreta da Saúde diagnostica 78 novos casos de Hanseníase em MS

Atualmente, Estado tem 598 casos da doença em tratamento

RAFAEL RIBEIRO (com assessoria)

27/03/2019 - 16h52
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Em um mês, a Carreta da Saúde capacitou 494 profissionais e atendeu 1.191 pacientes em Mato Grosso do Sul, sendo diagnosticados 76 casos novos na população em geral e dois casos em menores de 15 anos. 

Por meio do projeto “Roda-Hans: Carreta da Saúde-Hanseníase”, Mato Grosso do Sul diagnosticou, nos dois primeiros meses deste ano, 76 novos casos de hanseníase no Estado. A iniciativa integrou a Campanha Estadual de Luta contra a Hanseníase e foi realizado em uma parceria da Secretaria de Estado de Saúde (SES) com o Ministério da Saúde, Novartis Brasil e Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos (DAHW).

O objetivo do projeto é o diagnóstico precoce, divulgação e visibilidade da hanseníase na comunidade. O lançamento ocorreu no dia 31 de janeiro e percorreu as microrregiões de Jardim e Aquidauana até o dia 1º deste mês, abrangendo os municípios de Dois Irmãos do Buriti, Anastácio, Aquidauana, Nioaque, Miranda, Bodoquena, Bonito, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Bela Vista, Caracol e Porto Murtinho.

No período, foram capacitados 494 profissionais nas aulas teóricas, e destes 39 médicos realizaram atendimento na carreta, sendo eles médicos do próprio Município com supervisão do Ministério da Saúde. Um total de 1.191 pacientes foram atendidos, sendo que 76 casos novos foram diagnosticados na população em geral e dois casos em menores de 15 anos.

“Em conjunto, os 12 municípios selecionados diagnosticavam em média 80 casos novos por ano, porém nos últimos anos houve uma redução de 50% desses diagnósticos, que podem estar relacionados com falta de educação em saúde para sensibilizar a comunidade, ausência de busca ativa de casos pelos serviços de saúde e diagnóstico tardio”, afirma Geisa Poliane de Oliveira, gerente técnica do programa estadual.

Segundo ela, em 2018 as duas microrregiões somaram um total de 37 casos novos mas, após a carreta, esse número aumentou para 78 casos, “confirmando que a hanseníase ainda continua negligenciada e que é preciso abrir o olhar em busca dos casos ainda ocultos”, destaca.

TRATAMENTO

Atualmente Mato Grosso do Sul apresenta 598 casos em tratamento para hanseníase, e ao longo dos anos vem atingindo a meta de cura de 75% dos casos diagnosticados, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. “Ressaltamos que a Hanseníase é uma doença transmissível e de evolução lenta, porém tem cura e o tratamento é fornecido pelo SUS”, explica a gerente Geisa Poliane que também ressalta a importância da prevenção: “Em busca da interrupção da cadeia de transmissão, além de curar os doentes, é necessário realizar busca ativa de casos entre os contatos intradomiciliares, favorecendo o diagnóstico precoce e prevenindo incapacidades. Em 2018, Mato Grosso do Sul registrou um total de 88,7% de contatos examinados, ultrapassando a meta estabelecida, de examinar 85% dos contatos”.

Para atingir esses números, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, realiza sistematicamente diversas atividades em parceria com o hospital de referência (Hospital São Julião) e o Laboratório Central (LACEN) em ações de controle, que envolvem treinamentos da rotina do serviço para os profissionais de saúde dos municípios, capacitações de educação em saúde, treinamento em diagnóstico laboratorial, manejo clínico da doença, supervisões técnicas, apoio técnico e logístico, além de campanhas educativas.

Dentre as ações da SES a gerente do Programa destaca a Campanha Estadual do Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase realizada no início deste ano. Ela explica que o objetivo foi alertar a população sobre sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde e mobilizar profissionais na busca ativa de casos, favorecendo o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a prevenção das incapacidades.

“A campanha enfatizou a importância de examinar as pessoas que convivem ou conviveram de forma contínua e prolongada com os casos diagnosticados, bem como alertar a população para buscar os serviços de saúde ao menor sinal da doença, pois a transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento para outra, por meio das vias aéreas”, pontua Geisa Poliane.

Além do diagnóstico precoce e do tratamento oportuno a SES também aborda a incapacidade física na hanseníase, pois se trata de uma doença incapacitante e que gera deformidades físicas, sendo essas responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas que têm ou tiveram a doença.

TRAGÉDIA

Dois motociclistas morrem na semana do Natal em Campo Grande

Ambos foram socorridos e encaminhados a Santa Casa, mas, não resistiram aos ferimentos e faleceram

23/12/2025 08h15

Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de MS

Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de MS Gerson Oliveira

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João Vitor Moraes Romeiro, de 27 anos e Tiago Duarte de Lima, de 38 anos morreram em acidente de moto, na tarde desta segunda-feira (22), em duas avenidas movimentadas de Campo Grande.

João Vitor faleceu na avenida Guaicurus, Jardim Nashville, na Capital.

De acordo com o boletim de ocorrência, o rapaz trafegava pela avenida em uma Yamaha Fazer, quando perdeu o controle da direção, bateu na traseira de uma Ford Ranger e caiu no asfalto. Em seguida, foi atropelado por um caminhão-tanque.

Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado a Santa Casa, mas, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Tiago faleceu na avenida Bandeirantes, bairro Guanandi, próximo ao Terminal Bandeirantes, na Capital.

Segundo o boletim de ocorrência, Tiago trafegava em uma Honda CG Fan, pela avenida Bandeirantes, sentido bairro-centro, quando colidiu na traseira de uma Ford F-350. Após a colisão, a moto colidiu em outra moto, quando Tiago foi arremessado ao solo.

Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros (CBMMS) e encaminhado a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no centro cirúrgico.

Os acidentes fatais ocorreram dois dias antes do Natal.

ACIDENTES FATAIS

Acidente de trânsito é uma das principais causas de morte em todo o mundo.

Acidente de carro, moto, bicicleta ou atropelamento, em ruas, avenidas ou rodovias, são tragédias que acontecem toda semana em Mato Grosso do Sul.

As principais causas são excesso de velocidade, falha em ceder a passagem, dirigir sob efeito de álcool, distrações, sonolência e condições climáticas adversas, como chuva forte.

Dados divulgados pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) apontam que 58 pessoas morreram no trânsito, entre 1º de janeiro e 28 de novembro de 2025, em Campo Grande. Desse número, 43 são motociclistas, 12 são pedestres, 2 são condutores e 1 passageiro.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) traz algumas orientações ao condutor no trânsito. Confira:

  • Não dirija caso consuma bebida alcoólica
  • Não dirija cansado ou com sono
  • Use cinto de segurança
  • Respeite a sinalização
  • Respeite o limite de velocidade da via
  • Porte documentos oficiais com fotos, os quais devem estar quitados
  • Realize revisão do carro: pneus, limpadores de para-brisa, freios, nível de óleo, bateria, lâmpadas, lanterna e extintor

 

CRISE FINANCEIRA

Enquanto atrasa salários, Santa Casa de Campo Grande paga juros milionários

Ao todo, o hospital gastou R$ 6.458.416,67 por mês e R$ 212.331,51 por dia somente com empréstimos no ano passado

23/12/2025 08h00

Greve santa casa

Greve santa casa Marcelo Victor/Correio do Estado

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A Santa Casa de Campo Grande deve solicitar novo empréstimo milionário nos próximos dias para quitar o 13º salário atrasado dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa que iniciaram paralisação de 30% do efetivo por alegarem que a “enfermagem não é trabalho escravo”.

Em meio a uma crise e prejuízo ao atendimento, o hospital já enfrenta dívida altíssima com bancos e só de juros paga mais de R$ 6 milhões ao mês.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Alir Terra, presidente do hospital, confirmou que a instituição está há três meses tentando contrair um novo empréstimo com os bancos. “Nós estamos em tratativa há mais de três meses para conseguir um empréstimo para fazer esse pagamento”, afirma a presidente.

Caso se confirme, este seria o segundo empréstimo milionário da Santa Casa este ano, mais especificamente nos últimos 60 dias.

Na primeira semana de novembro, o hospital disse ao Correio do Estado que precisou ir ao banco pegar R$ 5 milhões para ajudar a quitar uma das cinco folhas salariais que estava em atraso, com os 400 médicos da categoria pessoa jurídica (PJ), dívida que ainda soma cerca de R$ 30 milhões.

Somando este último empréstimo com o apresentado no balanço financeiro do exercício do ano passado, a instituição ainda teria que pagar R$ 261.916.856,00 por causa de empréstimos e financiamentos. Além disso, os juros também preocupam, já que foram responsáveis por R$ 45.342.425,00 com bancos e fornecedores somente em 2024.

De acordo com o fluxo de caixa do hospital, divulgado publicamente pela Santa Casa, a instituição pagou R$ 15.158.396,70 em salários e ordenados aos funcionários celetistas em novembro. Logo, o novo empréstimo deve girar em torno deste valor, para que o 13º atrasado seja pago e, assim, voltar com os atendimentos de maneira normal.

Greve santa casa

HISTÓRICO

Nos últimos seis anos, os empréstimos da Santa Casa totalizaram R$ 321,2 milhões, sem considerar os R$ 5 milhões contraídos este ano. O maior deles foi feito em janeiro de 2024, quando a entidade pegou R$ 248 milhões na Caixa Econômica Federal (com taxa de juros mensal de 1,36%), quantia que foi utilizada para amortizar outros dois empréstimos que foram feitos anteriormente.

Porém, o último empréstimo anunciado oficialmente pelo hospital foi realizado um mês depois, em fevereiro do ano passado, quando pegou R$ 8 milhões com o banco Daycoval – com juros mensal de 1,56% –, empréstimo com prazo de quitação em até cinco anos (60 meses).

Ao todo, a Santa Casa gastou R$ 6.458.416,67 por mês e R$ 212.331,51 por dia somente com empréstimos no ano passado. Ainda em 2024, acerca de juros incorridos sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a instituição arcou com R$ 17.359.633,00, enquanto R$ 4.327.607,00 foram para juros sobre tributos.

Por outro lado, a instituição obteve uma reversão de R$ 4.791.534,00 em juros, multas e encargos por causa da adesão a um edital de transação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que permitiu descontos de até 70% em dívidas inscritas na dívida ativa da União.

De acordo com os fluxos de caixa mensais publicados pela entidade, de janeiro a novembro deste ano, foram pagos R$ 35.020.180,71 de empréstimos e financiamentos, que seriam somente os juros cobrados pelos bancos, os quais são entre 1,21% e 2,93% de taxa por mês.

No ano passado, a Santa Casa fechou com um deficit de R$ 98,4 milhões, ao contrário do que havia apresentado em 2023, quando encerrou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Segundo o demonstrativo financeiro da instituição, essa inversão foi impulsionada pelas despesas operacionais que dobraram e pelo patrimônio líquido negativo que aumentou quase R$ 100 milhões.

GREVE PARCIAL

Até o momento, os serviços afetados pela paralisação dos funcionários são: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Greve santa casaFuncionários da Santa Casa fizeram manifestação ontem pedindo o pagamento do 13º salário - Foto: Marcelo Victor

Na sexta-feira, a instituição já havia informado que não tinha precisão de quando seria pago o benefício aos servidores. Segundo afirma o hospital, o atraso ocorreria porque o governo do Estado não iria realizar o repasse integral da 13ª parcela, avaliado em R$ 14 milhões, que geralmente é passado este mês.

Segundo a entidade, para este ano, o valor seria transferido em três parcelas, com cada uma sendo depositada em janeiro, fevereiro e março de 2026.

Esse repasse extra não está previsto em contrato, mas faz parte de um acordo do Executivo estadual com todos os hospitais filantrópicos do Estado, por meio da Federação das Santas Casas, Hospitais e Instituições Filantrópicas e Beneficentes de Mato Grosso do Sul (Fehbesul).

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. Porém, destaca que está em dia com suas obrigações e que, este ano, já repassou mais de R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal ao hospital.

À reportagem, o Município também se posicionou diante da situação. “A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano, vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensal”.

O Correio do Estado também entrou em contato com Ronaldo de Souza, Superintendente Estadual do Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul.

“A questão salarial é entre a instituição e os funcionários. União, estado e município não são responsáveis por salários ou complementações imprevistos na legislação”, disse.

O responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Siems), Lázaro Santana, também foi contatado pela reportagem. Mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno.

*SAIBA

De acordo com a Lei federal nº 4.090/1962, o 13º salário pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

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