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Casal de MS que morreu em acidente aéreo será sepultado no Rio Grande do Sul

Hiales Fodra e Daniela Schulz foram algumas das primeiras vítimas identificadas pelo IML

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O Policial Rodoviário Federal (PRF) Hiales Froda (33) que atuava em Mato Grosso do Sul, e a esposa, Daniela Schulz (30), vítimas de um acidente aéreo que deixou 62 mortos em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9), foram uns dos primeiros a serem identificados e liberados para o sepultamento pelo Instituto Médico Legal.

A liberação dos corpos foi confirmada pelos familiares de Froda. O velório do casal será em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, onde Daniela nasceu, e o enterro em Moreira Salles, no Paraná.

"É uma dor indescritível. Foi uma perda precoce", disse o engenheiro têxtil Rugles Fodra (39) anos, irmão de Hiales, ao Estadão.

O irmão do PRF revelou ainda que o casal foi facilmente identificado em razão de particularidades físicas, já que Hiales tinha uma prótese no ombro direito, e tanto ele quanto a esposa tinham tatuagens, o que facilita a identificação.

De acordo com o IML, qualquer tratamento odontológico, assim como qualquer tratamento médico para próteses, como pino, placa, fratura, parafuso, ajudam no processo de identificação.

Isso ocorre porque, para a identificação, é necessário ter algum elemento para comparar os corpos. De acordo com o Instituto Médico Legal, 12 corpos já foram identificados até a manhã desta segunda-feira (12).

Além disso, o local em que eles estavam dentro do avião também facilitou o reconhecimento.

"Os peritos informaram que os corpos dos passageiros que estavam nas primeiras fileiras foram preservados Eles estavam na primeira fila. As chamas atingiram a partir do meio do avião", contou o engenheiro.

Destino era os Estados Unidos

Daniela e Hiales eram casados desde 2017, e estavam indo para Guarulhos fazer escala para Ohio, nos Estados Unidos, onde a mulher, que é fisiculturista, participaria de sua primeira competição na Liga Profissional.

Momentos antes do acidente, a fisiculturista publicou nas redes sociais um vídeo falando sobre os preparativos para a tão sonhada viagem.

"Tô sumidinha, mas estou cumprindo com todos os meus deveres, meus compromissos. Treinei cedinho, ontem e hoje foi bem corrido porque a gente começou a nossa saga, né? Para viajar. Eu, inclusive, estou no aeroporto. Bastante horas de espera de voo, mas enfim, se Deus quiser vai dar tudo certo. Vamos para o nosso destino e eu vou postando tudo aqui para vocês", disse. 

Assista: 

PRF

A PRF, por meio de nota, lamentou a morte do agente e sua esposa e informou que ele ingressou em 2020 na instituição tendo iniciado a carreira no Acre e posteriormente foi transferido para Mato Grosso do Sul.

Reprodução Internet

O Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso do Sul também emitiu nota de pesar. Leia:

"O SINPRF-MS lamenta, com profundo pesar, o falecimento do policial Rodoviário Federal HIALES CARPINE FODRA, e de sua esposa, DANIELA SCHULZ FODRA, ocorrido nesta sexta-feira (09), em Vinhedo (SP).

O PRF Carpine ingressou na Instituição em 2020, inicialmente lotado no Acre e, atualmente, em Naviraí (MS). Hiales Carpine tinha apenas 33 anos.

Aos entes enlutados e amigos, prestamos nossos mais sinceros sentimentos de solidariedade e respeito. Que Deus conforte a todos nesse momento difícil".

Tragédia

A aeronave que caiu no início da tarde em Vinhedo (SP), estava com 58 passageiros e quatro tripulantes a bordo, e havia saído de Cascavel (PR) com destino ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Até o momento, não é possível precisar a causa do acidente, mas equipes já investigam as caixas pretas e destroços do avião. A expectativa é de que o relatório da Força Aérea Brasileira fique pronto em um mês.

Lista de passageiros divulgada pela Voe Pass

  • ROSANGELA SOUZA
  • ELIANE ANDRADE FREIRE
  • LUCIANI CAVALCANTI
  • JOSE FER
  • DENILDA ACORDI
  • MARIA AUXILIADORA VAZ DE ARRUDA
  • JOSE CLOVES ARRUDA
  • NELVIO JOSE HUBNER
  • GRACINDA MARINA CASTELO DA SILVA
  • RONALDO CAVALIERE
  • SILVIA CRISTINA OSAKI
  • WLISSES OLIVEIRA
  • HIALES CARPINE FODRA
  • DANIELA SCHULZ FODRA
  • REGICLAUDIO FREITAS
  • SIMONE MIRIAN RIZENTAL
  • JOSGLEIDYS GONZALEZ
  • MARIA PARRA
  • IOSLAN PEREZ
  • MAURO BEDIN
  • ROSANGELAMARIA DEOLIVEIRA
  • ANTONIO DEOCLIDES ZINU JUNIOR
  • KHARINE GAVLIKPESSOAZINI
  • MAURO SGUARIZI
  • LEONARDO HENRIQUE DA SILVA
  • MARIA VALDE TEBARTNIK
  • RENATO BARTNIK
  • HADASSA MARIA DASILVA
  • RAPHAEL BOHNE
  • RENATO LIMA
  • RAFAEL ALVES
  • LUCAS FELIPE COSTA CAMARGO
  • ADRIELLE COSTA
  • LAIANA VASATTA
  • ANA CAROLINE REDIVO
  • JOSE CARLOS COPETTI
  • ANDRE MICHEL
  • SARAH SELLALANGER
  • EDILSON HOBOLD
  • RAFAELFERNANDO DOS SANTOS
  • LIZIBBA DOS SANTOS
  • PAULO ALVES
  • PEDRO GUSSO DO NASCIMENTO
  • ROSANA SANTOS XAVIER
  • THIAGO ALMEIDA PAULA
  • ADRIANA SANTOS
  • DEONIR SECCO
  • ALIPIO SANTOS NETO
  • RAQUEL RIBEIRO MOREIRA
  • ADRIANO DALUCA BUENO
  • MIGUEL ARCANJO RODRIDUES JUNIOR
  • DIOGO AVILA
  • LUCIANO TRINDADE ALVES
  • ISABELLA SANTANA POZZUOLI
  • TIAGO AZEVEDO
  • MARIANA BELIM
  • ARIANNE RISSO

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BR-463

Motorista é preso com pasta-base de cocaína avaliada em R$ 6,5 milhões

O flagrante aconteceu entre os municípios de Ponta Porã e Dourados. Aos policiais, o motorista confessou que receberia R$20 mil pelo transporte.

03/12/2024 18h45

Carga de pasta-base de cocaína foi encontrada escondido em semirreboque

Carga de pasta-base de cocaína foi encontrada escondido em semirreboque DOF/ Divulgação

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Homem de 31 anos foi preso em flagrante nesta terça-feira (3) transportando pasta-base de cocaína avaliada em R$ 6,5 milhões em um semirreboque de uma carreta, na BR-463, entre Dourados e Ponta Porã. Aos policiais, ele confessou o crime e disse que receberia R$ 20 mil pelo transporte.

O flagrante aconteceu durante uma fiscalização dos agentes do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), próximo ao trevo de acesso ao aeroporto de Dourados.

Durante o monitoramento, os policiais avistaram um veículo em alta velocidade e decidiram abordar o condutor. Ao fazerem as perguntas, os policiais estranharam o comportamento do motorista, que deu respostas desencontradas em relação aos motivos da viagem.

Durante as vistorias, os policiais localizaram um compartimento oculto na carroceria do veículo, onde foram encontrados 120 tabletes de pasta-base de cocaína, totalizando 127 quilos.

Questionado, o homem afirmou que havia pegado a carreta com a droga em Ponta Porã e a levaria até Dourados, onde receberia R$20 mil pela empreitada criminosa.

O material apreendido, avaliado em aproximadamente R$6,5 milhões, foi encaminhado à Defron (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira) em Dourados.

 

 

 

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Educação

Professora sai da roça com Arte para encontrar alunos superdotados em Campo Grande

Educadora que teve a vida mudada por meio da arte ensina o que aprendeu e surpreende com o talento dos alunos

03/12/2024 18h15

Professora Simone e os estudantes do projeto

Professora Simone e os estudantes do projeto Imagem Divulgação

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A professora formada em Educação Artística, Simone Godoy, de 37 anos, que conseguiu encontrar na arte uma profissão, com apoio da diretora, Shirley Nunes e a coordenadora Evelin Rozon, está descobrindo talentos na escola municipal Maj. Aviador Y-Juca Pirama de Almeida, em Campo Grande.

Nascida em Santa Casa da Misericórdia (SP), no interior de São Paulo, a educadora contou ao Correio do Estado que encontrou na arte uma forma de mudar de vida e, na sala de aula, transmite essa mensagem aos alunos.

Simone relatou que trabalha na Divisão de Arte e Cultura (DEAC), projeto da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), em que ensina a alunos do 1º ao 9º ano as principais técnicas de desenho de observação, com moldes e até baseadas na imaginação.

As técnicas envolvem graffiti, sombreamento, enquadramento e abordam desde como aprender a desenhar até melhorar a finalização. Essas práticas resultaram em várias exposições ao longo do ano.

Confira o desenho dos estudantes

Juca Pirama

A atual exposição na escola é sobre o Major Juca Pirama e recebeu o nome de Desenho Artístico com Robótica Aplicada. Os estudantes visitaram a Base Aérea de Campo Grande e pesquisaram sobre a história do aviador.

Em homenagem ao Major, que dá nome à escola, a professora, junto com os alunos, produziu uma réplica da aeronave BT-15, utilizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) na década de 1940 para treinamento.

A réplica do avião de 2 metros do Juca Pirama veio de um pedaço de isopor que a professora encontrou na rua. O restante foi orientação e a criatividade pelas mãos dos alunos.

Além do desenho, a educadora usou habilidades adquiridas no curso de robótica para dar dinamismo ao desenho como instalar hélices e luzes e deste modo cativar a atenção dos estudantes. 

O trabalho que chama atenção e, inclusive em outras atividades teve exposições no Teatro Glauce Rocha faz parte de um alinhamento da equipe da escola promovido pela direção.

"Como diretora admiro o trabalho e o talento da professora Simone, pois está sempre disposta novos trabalhos e com ideias inovadoras que encantam os alunos e desperta novos talentos todos os dias com as turmas. É uma professora de arte diferenciada, temos muito orgulho de tê-la em nossa equipe!", avaliou a  professora e diretora, Shirley Nunes

 

 

 

Professora Simone e os estudantes do projetoArte da professora Simone

Cura na arte

A professora Simone enfrentou uma verdadeira saga até descobrir, aos 24 anos, seu talento para o desenho. A família trabalhava em fazendas no interior de São Paulo em Santana da Ponte Pensa, e Simone passava a maior parte do tempo ajudando na lida.

Por isso, sua primeira formação foi como técnica agrícola. Como se destacou nos estudos, ganhou uma bolsa para ir aos Estados Unidos em 2005. No entanto, o local onde estava foi atingido pelo Furacão Katrina (categoria 5).

"Eu estudava em duas escolas, fazia o ensino médio e o curso técnico agrícola, que era gratuito. Em 2004, eu me formei, e a escola indicava os melhores alunos para ir aos Estados Unidos. Fui, fiquei um ano e meio na Flórida. Era para ter ficado mais, mas veio o Furacão Katrina, e eu tive que retornar. Eu estava perto de Nova Jersey", contou Simone.

Com a viagem interrompida, ela voltou para o interior de São Paulo deprimida, sem muita perspectiva para o futuro, e foi morar em um sítio isolada, num período que definiu como o de uma menina “triste e sem cor”.

Na cidade de Jales, chegou a estudar teologia enquanto procurava emprego e planejava cursar uma faculdade. Aos 24 anos, ingressou em uma universidade particular, onde descobriu seu talento nato para o desenho.

Enquanto trabalhava como açougueira, saía na hora do almoço para estudar. Ela recorda que chegava suja na faculdade, mas as cores que faltavam em sua vida foram sendo recuperadas a cada técnica e traço que aprendia.

"Quando comecei a entender o que era arte, aquilo mudou minha vida. A vida da garota depressiva começou a ganhar cores. Eu comecei a criar sentido, a me sentir útil, e isso completou minha vida."

Ao concluir o curso, Simone ganhou outra perspectiva. Sem muitas oportunidades na cidade onde morava, pediu demissão do açougue e decidiu vir tentar a vida em Campo Grande, com R$ 1.000 no bolso, de início morando de favor.

Com a vida consolidada, a noção de não desistir e o leque de oportunidades que a arte proporciona levou a professora Simone a possuir a casa própria, comprar a casa dos pais e ainda iniciar um negócio próprio. Com positividade, fé e o lema "a vida é uma arte e eu faço parte dela". 

Aulas de desenho para detentos

A primeira oportunidade de trabalho surgiu na escola prisional.

"O meu primeiro dia de aula foi dentro do presídio de segurança máxima. Trabalhei lá durante sete anos e meio. Depois, comecei a atuar em escolas estaduais e municipais, desenvolvendo meu trabalho."

Projeto na escola

A paixão pela arte, aliada à sua visão de mundo, permite que Simone ensine uma “interpretação da vida” em sala de aula.

Alunos já tiveram suas vidas transformadas pelas aulas da professora: autistas, vítimas de bullying e outros encontraram refúgio após ela expor suas situações às famílias.

Altas habilidades

A professora explicou que, por meio do projeto, consegue acompanhar a evolução de cada estudante. Por não seguir um formato padronizado, ela adapta o conteúdo às preferências de cada aluno.

Os desenhos são únicos. Simone evita propor réplicas de obras e valoriza a criatividade individual. Por sua experiência com estudantes de altas habilidades, ela desenvolveu a capacidade de identificar talentos.

"Tenho essa visão e, quando encontro um aluno talentoso, apresento-o nas exposições da escola. Na maior parte dos casos, a família é presente. Converso com os responsáveis e, em alguns casos, já indiquei alunos para o Centro Estadual de Atendimento Multidisciplinar para Altas Habilidades/Superdotação."

Simone reforça que, embora ainda seja cedo, incentiva os alunos a não desistirem de seus sonhos, compartilhando sua própria trajetória como inspiração. Isso tem gerado resultados — ou, melhor dizendo, verdadeiras obras de arte.

 

 

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