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RODOVIAS

Cenário econômico é desafio para a Rota da Celulose

Secretário de Desenvolvimento manteve previsão de leilão para abril, mas alertou que momento atual de mercado não é bom

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O leilão da Rota da Celulose, pacote de cinco rodovias na região leste de Mato Grosso do Sul, pode ser afetado pelo cenário econômico no Brasil, segundo o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck. Esse foi o mesmo motivo que impediu a concessão de ser feita em dezembro do ano passado.

De acordo com Verruck, a ideia é retomar o leilão em abril, como havia previsto o governador no ano passado. Entretanto, o secretário lembrou que o momento atual da economia não é favorável, já que muitos investidores reclamam dos juros altos.

"A ideia é que em abril a gente ponha no mercado. E vamos ver se o mercado melhora, que o mercado também está reclamando de juro alto para captação", declarou Verruck durante agenda, ontem.

Esse problema já havia sido enfrentado quando o governo do Estado tentou leiloar as rodovias, em dezembro de 2024, porém, não houve procura para o pacote, que é composto por trechos das rodovias BR-262, MS-040, MS-338, MS-393 e BR-267.

Matéria do Correio do Estado do ano passado mostrou que a Taxa Selic, a taxa de juros do Banco Central do Brasil (BC), que subiu 1% em dezembro, atingiu 12,75%, e tem viés de alta de mais dois pontos porcentuais nas próximas reuniões do Conselho Nacional de Política Monetária (Copom), com previsão de chegar a 15% neste ano.

O conjunto de rodovias que o governo de Mato Grosso do Sul pretende leiloar estava oferecendo às empresas interessadas uma Taxa Interna de Retorno do Investimento (TIR) de 10,37% ao ano.

A taxa foi calculada em abril do ano passado, quando o horizonte no médio prazo para os juros da economia brasileira era bem mais otimista, com a possibilidade de a Taxa Selic voltar a ser de apenas um dígito (menos de 10%) já em 2026.

A expectativa de redução na curva dos juros foi prorrogada por, pelo menos, mais um ano. Para 2026, a estimativa do mercado financeiro é que a Selic fique em 12%. Para 2026 e 2027, as projeções são de que a taxa fique em 10,25% e 10%, respectivamente, segundo o Boletim Focus.

Além disso, o pacote também deve enfrentar nova concorrência, de outras rodovias brasileiras, já que outros trechos também devem entrar em leilão a partir de junho, segundo Verruck.

"O governo federal, até julho, parece que vai licitar também uma série de concessões federais. Então vai ser um momento em que o mercado vai ter de novo uma grande oferta de concessões rodoviárias no País", comentou o secretário.

JUROS

Segundo o economista Eduardo Matos, a economia brasileira está passando por uma alta na taxa de juros, resultante de "uma pressão inflacionária na economia brasileira".

"O Copom opta por elevar a taxa básica de juros e, assim, balizar e acabar até precificando a taxa de juros da economia de um modo total, de um modo generalista", explicou.

Como os investimentos, principalmente os produtivos, têm a intenção de aumentar a produção e acelerar a atividade econômica, conforme o economista, essa alta de juros acaba gerando uma redução na empolgação do mercado.

"Se a taxa de juros está alta, esse desempenho da economia é contido. Então, exatamente por isso que as empresas, em especial essas de altos investimentos, passam a planejar de modo diferente, talvez adiar os investimentos ou até mesmo optar por não investir nesse momento", afirmou Matos.

"Uma outra opção seria a busca pelos recursos em outros países. No entanto, o que ocorre é que o real está desvalorizado. Nós tivemos, após a eleição do [Donald] Trump [nos Estados Unidos], uma valorização do dólar, isso por si só já causou uma desvalorização do real perante a moeda norte-americana. Então, por mais que o dólar tenha valorizado, algumas moedas acompanharam essa desvalorização do real, mas a moeda brasileira teve uma desvalorização maior, em decorrência de fatores internos", completou.

Ainda de acordo com o economista, a mudança desse cenário a médio prazo "vai depender do controle inflacionário do governo".

PROJETO

O projeto original, que agora deve sofrer alterações, prevê a concessão de 870 quilômetros, com pedágio variando de R$ 4,70 a R$ 15,20, podendo ficar até 20% mais barato. De todo o trecho, 116 km devem ser duplicados, incluindo o trecho entre Campo Grande e a fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo. 

Além disso, 457 km terão acostamento e 251 km receberão terceira faixa. Conforme o edital, os investimentos, da ordem de R$ 9 bilhões, teriam de ser concluídos em 24 anos, e a concessão é válida por 30 anos.

Segundo Verruck, entre as mudanças no edital, não devem conter redução de obras, mas um maior prazo para que elas tenham início.

"Houve alguns ajustes no projeto, não é ajuste se vai duplicar mais ou duplicar menos, é principalmente cronograma. O mercado entendeu que tinha uma pressão de investimento de curto prazo muito pesada, além do cenário nacional que estava bastante complexo. Então, ela [Eliane Detoni] está mexendo em algumas coisas disso, vai ter que botar de novo em consulta pública", explicou.

A previsão é de que o novo edital seja reenviado à Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, até o fim deste mês, onde ficará disponível para consulta de interessados e, em abril, se o momento for favorável, ir a leilão.

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Cidades

Desemprego e a informalidade de pretos e pardos estão acima da média

Mulheres também têm desocupação maior que a taxa nacional

14/02/2025 23h00

Desemprego e a informalidade de pretos e pardos estão acima da média

Desemprego e a informalidade de pretos e pardos estão acima da média PAULO PINTO/AGÊNCIA BRASIL

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Pessoas pretas e pardas vivenciam mais o desemprego do que as brancas, além de receberem salários menores e trabalharem mais na informalidade. A constatação faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (14), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento aponta que, no quarto trimestre de 2024, a população branca registrou taxa de desemprego de 4,9%, abaixo do índice de 6,2% da média nacional. Na outra ponta, pretos (7,5%) e pardos (7%) ficaram acima da média do país.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, essa desigualdade é uma característica estrutural do mercado de trabalho brasileiro, “não apenas relacionada a esse trimestre”.

O estudo do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.

Informalidade

A desigualdade por cor também é percebida quando se analisa a taxa de informalidade, ou seja, a proporção de trabalhadores que não têm garantidos direitos como férias, contribuição para a Previdência Social e 13º salário.

Enquanto a taxa de informalidade do país no quarto trimestre de 2024 alcançou 38,6%, a dos pretos era 41,9%; e a dos pardos, 43,5%. O índice entre as pessoas brancas ficou abaixo da média: 32,6%.

O IBGE destaca que - entre os terceiro e quarto trimestres de 2024 - a taxa de informalidade caiu no país (de 38,8% para 38,6%) e entre os brancos (de 33,5% para 32,6%), mas ela se elevou entre pardos (43,2% para 43,5%) e pretos (41,8% para 41,9%).  

 “Vale ressaltar essa diferença estrutural desse indicador no recorte de cor ou raça”, frisa Beringuy.

De acordo com o Censo 2022, os pardos respondem por 45,3% da população. Brancos são 43,5%; pretos, 10,2%; indígenas, 0,6%; e amarelos, 0,4%.

Rendimentos

Quando se observa os salários dos trabalhadores, o rendimento médio mensal do país alcança R$ 3.215 no último trimestre de 2024. É mais um indicador que mostra os ocupados brancos acima da média com R$ 4.153 mensais. O inverso acontece com pretos (R$ 2.403) e pardos (R$ 2.485).

Mulheres

A pesquisa do IBGE apresenta, ainda, dados de desigualdade de gênero. A desemprego entre os homens no último trimestre de 2024 ficou em 5,1%. Já o das mulheres, 7,6%.

O desequilíbrio também é percebido no valor recebido por homens e mulheres. Eles fecharam o último trimestre de 2024 com rendimento médio mensal de R$ 3.540, enquanto elas receberam R$ 2.783.

Cidades

STF mantém descriminalização do porte de maconha para uso pessoal

Quantia de 40 gramas diferencia usuários de traficantes da droga

14/02/2025 22h00

STF mantém descriminalização do porte de maconha para uso pessoal

STF mantém descriminalização do porte de maconha para uso pessoal ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

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A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta sexta-feira (14) manter a íntegra da decisão da Corte que descriminalizou o porte de maconha para uso pessoal e fixou a quantia de 40 gramas para diferenciar usuários de traficantes.

O Supremo julga, no plenário virtual, recursos protocolados pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público de São Paulo para esclarecer o resultado do julgamento, que foi finalizado em julho do ano passado.

Até o momento, oito ministros seguiram o voto do relator, ministro Gilmar Mendes. Na semana passada, no início do julgamento virtual, o relator votou pela rejeição dos recursos.

Além de Mendes, os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Edson Fachin, André Mendonça, Luiz Fux e Cristiano Zanin votaram no mesmo sentido.  A deliberação virtual será encerrada às 23h59.

Não legaliza

A decisão do Supremo não legaliza o porte de maconha.  O porte para uso pessoal continua como comportamento ilícito, ou seja, permanece proibido fumar a droga em local público.

O Supremo julgou a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006). Para diferenciar usuários e traficantes, a norma prevê penas alternativas de prestação de serviços à comunidade, advertência sobre os efeitos das drogas e comparecimento obrigatório a curso educativo.

 A Corte manteve a validade da norma, mas entendeu que as consequências são administrativas, deixando de valer a possibilidade de cumprimento de prestação de serviços comunitários.

 A advertência e presença obrigatória em curso educativo foram mantidas e deverão ser aplicadas pela Justiça em procedimentos administrativos, sem repercussão penal.

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