Cidades

ÔNIBUS

CEO defende "novela" judicial entre Consórcio Guaicurus e prefeitura

Na apresentação do novo gestor do grupo que comanda o transporte público, o tom foi de cobrança ao poder público

Continue lendo...

Desde 2019, a Prefeitura de Campo Grande e o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo e urbano da Capital, mantêm um verdadeiro cabo de guerra na Justiça, com vários processos. Ao ser perguntado sobre a situação, o novo CEO do grupo de empresas, Themis Oliveira, foi claro ao dizer que essa postura continuará em sua gestão.

Em sua apresentação, Oliveira, que assumiu o cargo ontem, afirmou que o que está judicializado seguirá na Justiça até que saia uma decisão.

“O que está na Justiça a gente não discute, deixa a Justiça falar primeiro. Como disse, está lá e vamos esperar a Justiça falar”, declarou o CEO, durante coletiva de imprensa.

Ao ser perguntado sobre um possível acordo entre a concessionária e a prefeitura, porém, o gestor foi mais brando e afirmou que ele poderá ocorrer, entretanto, ponderou que deverá esperar a finalização da perícia judicial contábil que está sendo realizada no Consórcio Guaicurus desde o fim do ano passado.

“O tempo inteiro pode ser conversado, mas ainda está na fase de perícia ainda. Não há nada de prefeitura contra a gente e nem da gente contra a prefeitura, é uma perícia contábil que está sendo feita, e vamos esperar ela terminar, ela começou agora, não tem nem 20 dias, ela tem 150 dias para ser feita, eu acho, deixa ela andar e vamos ver o que sai de lá”, explicou Oliveira.

O principal processo que corre na Justiça está relacionado ao pedido de reequilíbrio econômico do contrato de transporte coletivo e a uma solicitação para que o reajuste anual da tarifa de ônibus seja realizado sempre em outubro, mês de assinatura do acordo entre as partes em 2012.

Nesse contexto, a tarifa de ônibus poderia ter um salto muito grande, já que um reequilíbrio do contrato poderia deixar a tarifa técnica, que baseia o preço público, em R$ 7,79. Hoje, a tarifa técnica está em R$ 5,95.

Esse patamar de quase R$ 8,00 foi apontado pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) em documento enviado ao Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), em cumprimento a um dos pontos de um termo de ajustamento de gestão (TAG) assinado entre a Corte de Contas e as duas partes.

Desde que esse documento foi enviado, a concessionária o utiliza em todas as ações judiciais em tramitação.
No caso do reequilíbrio econômico, após um ano de idas e vindas, entre decisões de primeiro grau, do Tribunal de Justima de Mato Grosso do Sul (TJMS) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ação está parada, aguardando decisão da juíza Cíntia Xavier Letteriello, da 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, que havia determinado que o aumento extra ocorreria apenas após perícia nas contas da concessionária.

Entretanto, com a queda do pedido de suspensão de liminar ingressado pela Prefeitura de Campo Grande contra o aumento, o Consórcio Guaicurus faz pressão para que esse reajuste seja realizado.

PASSAGEM DE ÔNIBUS

Sobre o aumento da passagem do transporte coletivo, Themis Oliveira disse que espera que a Prefeitura de Campo Grande cumpra o contrato, que, entre outras cláusulas, determina o reajuste anual da tarifa.

O novo CEO afirmou que ainda está se inteirando dos assuntos relativos ao consórcio e não há nada definido sobre o reajuste tarifário, especialmente quanto a possíveis valores, mas que vai conversar com a administração municipal.

Ele citou que as normas estabelecidas no contrato de concessão para que haja o reajuste já foram cumpridas.

“O contrato tem normas estabelecidas para fazer o reajuste, tem que ser de forma paramétrica, em que entra custo do diesel e aumento do salário dos trabalhadores. A única coisa que a gente coloca para a prefeitura é que o contrato seja cumprido, nada mais do que isso”, disse.

“Nós reajustamos o salário, e o diesel no último mês subiu 10% e ele compõe o preço da tarifa. A única coisa que a gente discute com a prefeitura é que a fórmula, que foi contratada há muitos anos, seja cumprida. Agora em janeiro, a maioria das capitais já reajustou seu transporte coletivo”, acrescentou o novo diretor-presidente.

MELHORIAS

Durante sua apresentação, Themis Oliveira também afirmou que a implantação de ares-condicionados no transporte coletivo de Campo Grande poderá ser feita neste ano. 

Ao Correio do Estado, o novo diretor-presidente do Consórcio Guaicurus afirmou que é possível e necessário implantar ares-condicionados nos ônibus neste ano, mediante aumento da tarifa.

“Eu acho que tem possibilidade, sim. Particularmente, eu acho necessário [ter ares-condicionados nos ônibus] por causa do clima de Campo Grande, aqui é muito quente”, disse.

“Isso é uma decisão da prefeitura também, mas é possível. Mas aumentaria o custo [da tarifa]. Nós que temos carro, na hora em que você liga o ar-condicionado, aumenta o consumo de diesel. Eu ainda não fiz a conta [de quanto aumentaria], deve aumentar alguma coisa, mas não é bicho de sete de cabeças, não. É uma questão que não é difícil de ser resolvida”, complementou Oliveira.

SAIBA

Quanto às reclamações frequentes de usuários sobre a qualidade do transporte coletivo e o sucateamento da frota, Themis Oliveira afirmou que haverá escuta ativa para atender a população e também o município.

*Colaborou Glaucea Vaccari

Assine o Correio do Estado

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

Continue Lendo...

A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

Assine o Correio do Estado

Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

Continue Lendo...

Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).