Cidades

Esquema de R$ 190 milhões

Chefão do esquema de golpes em bancos, telefônicas e indígenas, advogado de MS é preso no Piauí

Luiz Fernando Cardoso Ramos foi detido no Nordeste; ele e seu grupo usavam procurações de pessoas vulneráveis para ajuizar ações contra bancos e telefônicas

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O advogado acusado de comandar o esquema de advocacia predatória investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Luiz Fernando Cardoso Ramos foi preso na manhã desta quarta-feira (05) na cidade de Floriano, sertão do Piauí. 

O Estado do Piuaí é uma das dez unidades da federação em que o advogado suspeito de se beneficiar de um esquema de advocacia predatória que movimentou mais de R$ 190 milhões, atuava.

Luiz Fernando Cardoso Ramos tinha escritório na cidade de Iguatemi, no Cone-Sul de Mato Grosso do Sul, mas também uma extensa rede de advogados em todo o Brasil. Ele é acusado de liderar o esquema de advocacia predatória alvo da Operação Arnaque, do Gaeco. 

O Correio do Estado identificou pelo menos 150 mil processos ajuizados por Luiz Fernando Cardoso Ramos e sua rede de advogados em vários estados brasileiros. Uma autoridade que teve contato com os investigadores, mas que prefere manter o sigilo, explica que Ramos se aproveitava de indígenas, pessoas analfabetas, e de uma população extremamente vulnerável para ajuizar demandas contra bancos e empresas telefônicas. 

Quando vencia as ações contra estas empresas, ficava com as indenizações pretendidas, mas quando perdia as ações, as pessoas usadas por Luiz Fernando só descobriam porque tinham seus nomes em cadastros de inadimplentes ou em cartórios de protestos, normalmente por não pagar honorários de sucumbência e até, em muitos casos, por ter sido condenado por litigância de má fé. 

Boa parte das vítimas escolhidas por Luiz Fernando, segundo informou a autoridade, eram pessoas aposentadas ou titulares do Benefício de Prestação Continuado. Elas normalmente contraíam empréstimos consignados, e a partir destes empréstimos, juros e a eventual concordância dessas pessoas, era objeto de contestação na Justiça. 

Tribunais de Justiça como de Mato Grosso do Sul e da Bahia identificaram a ação predatória do esquema de Luiz Fernando. Somente em MS, foram pelo menos 40 mil demandas ajuizadas em nome destas pessoas vulneráveis contra bancos e empresas de telefonia. Na Bahia, só na comarca de Barreiras, aproximadamente 3 mil demandas suspeitas. 

Também foi identificada a advocacia predatória por parte do autor no Estado de Mato Grosso. No Estado vizinho, foram 49,2 mil. 

O esquema também contava com o apoio de políticos, como vereadores, que contribuíam para que beneficiários de programas como o Bolsa Família, e também indígenas com acesso ao BPC, procurassem os serviços do esquema de Luiz Fernando. 

No interior do Estado, a presidente da Câmara Municipal de Paranhos, foi um dos alvos da Operação Arnaque. Elizabeth Brites Benites (PSDB) foi presa temporariamente no contexto da operação desencadeada pelo Gaeco para apurar o esquema de advocacia predatória. 

Advogado chegou a ser suspenso

Em Mato Grosso do Sul, o advogado chegou a ter seu registro suspenso pela Seccional MS da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), mas teve seu direito de advogar restabelecido pela Justiça Federal, em liminar concedida em abril de 2023. 

Agora, a OAB-MS deve abrir um novo procedimento disciplinar, conforme apurou o Correio do Estado. A entidade informou que “adotará as medidas legais cabíveis, inclusive de natureza disciplinar, respeitando sempre o direito à ampla defesa e contraditório, bem assim as prerrogativas da advocacia”. 
 

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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