Para receber a primavera e ver o que ocorre na mudança da estação, a população poderá visualizar as estrelas e os planetas na próxima sexta-feira (22), no Parque das Nações Indígenas. A observação é gratuita e começará às 18h30.
A Casa da Ciência e da Cultura de Campo Grande junto ao Clube de Astronomia Carl Sagan, levarão um telescópio para o Museu das Culturas Dom Bosco. Para fazer inscrição acesse o site da Fundação de Cultura.
De acordo com a coordenadora-geral da Casa da Ciência e da Cultura de Campo Grande, Isabela Porto Cavalcante, o telescópio será posicionado de maneira especial, sendo possível observar a superfície da lua e dos planetas Júpiter e Saturno.
“Vamos deslocar o telescópio para um local com grande visibilidade, que é o Parque das Nações. A visão do céu está intrinsecamente ligada à cultura do povo e esse modo de olhar é como eles lidavam com a agricultura e divindade, e às vezes lidam até hoje”, explica a coordenadora.
O evento faz parte da 17ª edição da Primavera dos Museus em Mato Grosso do Sul realizada em parceria com o Sistema Estadual de Museus e a Rede de Educadores de Museus de Mato Grosso do Sul.
Chegada da Primavera
A primavera tem início no hemisfério sul, no dia 23 de setembro, exatamente às 03h50 (horário de Brasília). O horário marca o equinócio de primavera no hemisfério sul e de outono no hemisfério norte.
A astrônoma do Observatório Nacional (unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), Dra. Josina Nascimento, esclarece que as diferentes estações do ano acontecem porque o eixo de rotação da Terra é inclinado em relação ao seu plano de órbita e, além disso, as diferentes posições da Terra em sua translação em torno do Sol.
“À medida que a Terra orbita o Sol, seu eixo inclinado sempre aponta na mesma direção e isso faz com que diferentes partes da Terra recebam os raios diretos do Sol. O instante exato do início de uma estação do ano é determinado por uma posição específica da Terra em sua órbita”, esclarece Josina.
A astrônoma também explica que para compreender o início das estações, é preciso imaginar a Terra parada e o Sol se movendo em relação a nós.
“O Sol percorre um caminho que se chama eclíptica. O instante do equinócio de setembro é aquele em que o Sol cruza o equador celeste, que é a extensão do equador terrestre, indo de norte para sul. No hemisfério sul é o equinócio de primavera e no hemisfério norte é o equinócio de outono", afirma.
Estações do ano
As estações do ano são marcadas pela maneira como os raios solares afetam os hemisférios. Além da temperatura, um dos efeitos que evidenciam as estações é a variação dos comprimentos dos dias, ou seja, a quantidade de tempo que o Sol fica exposto.
“No início da primavera, os dias terão aproximadamente o mesmo comprimento das noites. No hemisfério sul, os dias vão ficando cada vez maiores e as noites cada vez menores, até o maior dia do ano, que ocorre no início do verão, que neste ano será dia 22 de dezembro”, aponta a astrônoma.
A especialista aponta ainda que os locais onde o Sol nasce e se põe e o caminho que o Sol faz no céu também difere de acordo com as estações do ano.
“Os solstícios e equinócios não ocorrem exatamente nos mesmos dias do ano a cada ano. Por exemplo, a primavera nos anos atuais pode ser no dia 22 em alguns anos e no dia 23 em outros anos”, aponta.
Cabe destacar que o nosso Calendário Gregoriano baseia-se no ano trópico e institui um ano bissexto em todos os anos divisíveis por 4, exceto para séculos inteiros, que só são bissextos se forem múltiplos de 400.
“Isso faz com que o instante do início de uma estação seja próximo ao instante do início da mesma estação 4 anos antes ou 4 anos depois”, finaliza a astrônoma.