Cidades

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Coleta do Censo não será finalizada em 2022, diz IBGE

Os dados funcionam como base para políticas públicas

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Afetada por atrasos, a coleta das informações do Censo Demográfico não será finalizada em 2022, informou nesta terça-feira (6) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A conclusão deve ficar para janeiro de 2023, segundo a nova previsão do instituto.

As entrevistas do levantamento começaram no dia 1º de agosto, e o órgão planejava o término da operação para outubro. O IBGE, porém, teve de ampliar o prazo até dezembro e, agora, prorrogou a estimativa para janeiro.

Ou seja, a coleta pode se estender por seis meses, o dobro do intervalo desenhado inicialmente. O ritmo mais lento ocorre em meio a dificuldades do instituto para contratar e manter os recenseadores em campo.
Esses trabalhadores temporários têm a missão de visitar os cerca de 75 milhões de domicílios espalhados pelo país.

De 28 de novembro a 4 de dezembro, o IBGE contava com 60,6 mil recenseadores em ação, o equivalente a apenas 33,1% do total de vagas ofertadas no início da operação (cerca de 180 mil).
"Hoje a gente não precisaria de 180 mil recenseadores", disse o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte, ao lembrar que a pesquisa está na reta final.

"Talvez uns 80 mil seriam necessários se a gente pensasse em terminar [a coleta] até o final do ano, mas a gente sabe que não vai conseguir", acrescentou.


CORRIDA CONTRA O TEMPO PARA CÁLCULO DO FPM


O IBGE já recenseou 168 milhões de pessoas no país. Elas estavam em quase 59,2 milhões de domicílios. O total já contabilizado corresponde a 78,73% da população projetada (213 milhões), conforme o instituto.
O atraso acende alerta porque o IBGE tem de entregar dados populacionais para o TCU (Tribunal de Contas da União) ainda em dezembro. O repasse está previsto para o dia 26.

A medida é necessária para os cálculos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), fonte de recursos para as prefeituras. A divisão é feita de acordo com o número de habitantes.

A projeção do IBGE é cobrir em torno de 90% da população com o Censo neste mês. Segundo o instituto, nos municípios em que a coleta não estiver totalmente concluída em dezembro, a contagem pode passar por um tratamento estatístico com o objetivo de calcular o restante da população e garantir a entrega para o TCU.

"Um município que tiver um gap [atraso] maior vai necessitar de uma correção diferenciada daquele que já avançou mais", afirmou Duarte.

A prioridade é a conclusão da pesquisa nas localidades com até 170 mil habitantes, nas quais poderia haver um impacto maior de eventuais divergências nos dados.

Tradicionalmente, o Censo é produzido de dez em dez anos. Nos anos sem o levantamento, o IBGE encaminha para o TCU as estimativas populacionais divulgadas pelo órgão. Elas servem como base para o FPM.

No balanço desta terça, o diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, chegou a dizer que o instituto ainda avalia como será feito o cálculo da população dos municípios onde a coleta não estiver finalizada em dezembro.

Desde o início da pesquisa de 2022, os recenseadores enfrentam recusas de parte da população em responder aos questionários. Os trabalhadores também reclamaram de atrasos nos pagamentos, e parte da categoria ameaçou fazer greve.

Fake news sobre a pesquisa e até ameaças contra os profissionais adicionaram obstáculos ao avanço da coleta.

Até o momento, em torno de 2,59% dos domicílios se recusaram a responder ao Censo. É um percentual que o IBGE tenta reduzir até o final da operação, após a aplicação de protocolos de insistência. A proporção era de 2,33% no balanço anterior, do final de outubro.

Em novembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) editou uma medida provisória que autorizou a contratação de funcionários para a pesquisa sem a necessidade de processo seletivo. A ação buscou acelerar a coleta.
Na cidade do Rio de Janeiro, o IBGE fechou um acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

Por meio dele, o instituto está capacitando agentes comunitários de saúde para a função de recenseador.
O órgão também afirmou que está mobilizando equipes entre estados com o objetivo de finalizar a coleta.

Nesse sentido, recenseadores do Maranhão foram deslocados para auxiliar nos trabalhos no Pará, por exemplo.


PIAUÍ É O ESTADO MAIS ADIANTADO


O Piauí é estado mais adiantado no Censo. A proporção de pessoas recenseadas em relação à população estimada é de 96,24%. Sergipe (91,23%), Rio Grande do Norte (89,8%), Alagoas (88,82%) e Paraíba (88,30%) vêm na sequência.

Os menos adiantados são Mato Grosso (65,91%), Amapá (66,87%), Espírito Santo (70,67%), São Paulo (70,78%) e Acre (72,77%).

Até o momento, 51,6% da população recenseada no país é formada por mulheres. Os homens respondem por 48,4%.

O Censo é o levantamento mais detalhado das características demográficas e socioeconômicas da população brasileira. Os dados funcionam como base para políticas públicas.

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Educação

Enade: inscritos devem responder questionários até 23h59 de hoje

Exame teórico será aplicado neste domingo

23/11/2024 20h00

Estudante com prova do Enade

Estudante com prova do Enade Foto: UFT/Divulgação

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Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2024 das Licenciaturas neste domingo (24) devem responder ao Questionário do Estudante até as 23h59 (horário de Brasília) deste sábado (23).

A prova teórica será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para 283.550 inscritos.

O questionário do Estudante coleta informações que permitam caracterizar o perfil dos estudantes e o contexto de sua formação acadêmica, consideradas pelo Inep como relevantes para a compreensão dos resultados teóricos e práticos dos estudantes no Enade e para subsidiar os processos de avaliação dos cursos de graduação.

O preenchimento completo do Questionário do Estudante é um dos itens que caracteriza a efetiva participação do estudante no exame.

Anualmente, a inscrição no Enade é obrigatória para todos os estudantes de cursos de licenciatura habilitados à avaliação teórica ou à avaliação prática, vinculados às áreas avaliadas, conforme o edital.

A partir desta edição, o exame passa a ter dois tipos de avaliação: a teórica, tradicionalmente realizada, e a nova prova prática dos estudantes de graduações direcionadas à docência.

Cada uma das avaliações terá um cronograma específico.

Áreas de conhecimento avaliadas

O exame das licenciaturas será aplicado em cursos de 17 áreas de conhecimento diferentes. A edição de 2024 avaliará licenciaturas das áreas de artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

O exame terá foco na avaliação dos cursos que formam professores para a educação básica. O Inep informa que o objetivo é aprimorar as avaliações e a formação de docentes no Brasil.

Aplicação da prova
Para saber o local de aplicação da prova, bem como obter informação sobre atendimento especializado e tratamento pelo nome social, quando for o caso, o participante deve acessar o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível no Sistema Enade, com CPF . O acesso ao documento só é liberado após o preenchimento do Questionário do Estudante.

Neste domingo, os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h (horário de Brasília) e fechados às 13h. O início da aplicação será às 13h30, com encerramento às 18h para os participantes regulares. Os estudantes que solicitaram tempo adicional e tiveram o pedido aprovado pelo Inep terão mais uma hora para finalizar a prova.

Orientações para o Enade 2024

Neste domingo, o participante deverá comparecer ao local das provas com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, Cartão de Confirmação de Inscrição e documento de identidade original com foto válido.

Antes da participação na prova, é importante que o inscrito guarde, no envelope porta-objetos, o telefone celular e quaisquer outros aparelhos eletrônicos desligados, além de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, gorro ou similares), e material de papelaria (caneta de material não transparente, lápis, réguas e borracha, entre outros).

Também não é permitido ficar com celulares e quaisquer outros aparelhos eletrônicos descritos no edital ou fone de ouvido.

O envelope porta-objetos deve ser mantido, durante todo o período de prova, debaixo da carteira, lacrado e identificado.

Enade

Realizado anualmente pelo Inep, o Enade é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O exame avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

Decisão

Caixa demite ex-vice-presidente por assédio sexual e moral

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União

23/11/2024 18h00

Agência bancária da Caixa Econômica Federal

Agência bancária da Caixa Econômica Federal Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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Por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), a Caixa Econômica Federal demitiu, por justa causa, o ex-vice-presidente Antônio Carlos Ferreira de Sousa. Funcionário de carreira do banco, ele estava afastado do cargo desde julho de 2022, quando sugiram denúncias de assédio sexual e moral durante a presidência de Pedro Guimarães, que comandou o banco entre 2019 e 2022.

A CGU publicou na sexta-feira (22) a portaria do desligamento no Diário Oficial da União. Durante a gestão de Guimarães, Sousa foi vice-presidente de Estratégia de Pessoas e de Logística e Operações.

Além da demissão, o ex-vice-presidente está impedido de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança no Poder Executivo Federal por 8 anos. Desde a divulgação das denúncias, Sousa estava afastado do cargo, mas continuava a trabalhar na Caixa.

Na época da divulgação das acusações de assédio moral e sexual por Pedro Guimarães, que pediu demissão em junho de 2022, a Caixa criou um canal interno de denúncias. Com base nos relatos recebidos no Contato Seguro da Caixa, o banco investigou os casos e constatou várias ocorrências de assédio por parte de Sousa.

Em nota, a Caixa afirma que não tolera nenhum tipo de assédio por parte de dirigentes ou empregados. O banco também informou ter começado a investigar os casos por meio da corregedoria interna e que o processo seguiu as regras de administração pública.

“Com a finalização das investigações feitas dentro dos ritos da governança, o banco enviou o relatório conclusivo à Controladoria-Geral da União (CGU) em outubro de 2023. O ex-dirigente já estava afastado do cargo desde julho de 2022. Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, informou a assessoria de imprensa do banco.

Histórico
Em junho de 2022, surgiram denúncias em série de casos de assédio sexual e moral durante a gestão de Pedro Guimarães na Caixa. Imediatamente após a divulgação dos relatos, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho passaram a investigar os casos. Além do então presidente, vice-presidentes e diretores foram acusados.

Guimarães pediu demissão no dia seguinte à publicação das denúncias, e outros vice-presidentes do banco renunciaram em seguida.

Desdobramentos

Em março de 2023, Guimarães virou réu por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias da Caixa. A ação tramita sob sigilo, e a defesa do executivo nega as acusações.

Em uma outra ação, movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Caixa foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões de indenização por um evento no interior de São Paulo em que Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões em estilo militar.

Acordos

Em abril do ano passado, a Caixa fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal para pagar uma indenização de R$ 10 milhões para encerrar a denúncia das funcionárias. Em janeiro deste ano, o banco assinou um termo de ajuste de conduta (TAC), que concedeu vantagens em processos internos de seleção a funcionários que sofreram perseguição na gestão de Guimarães.

O banco foi condenado em outros processos em São Paulo, no Amazonas e no Distrito Federal. Somadas as condenações e os TAC, o banco até agora desembolsou cerca de R$ 14 milhões em indenizações, que poderiam ser mais altas se não houvesse acordo. Sem eles, a instituição financeira teria de pagar multa de até R$ 300 milhões. No ano passado, a Caixa informou que cobraria de Pedro Guimarães, na Justiça, o dinheiro das indenizações.

Em março deste ano, a Comissão de Ética da Presidência da República aplicou uma “censura ética” a Guimarães. Aplicada a autoridades que deixaram o cargo, a penalidade prevê apenas advertência. A ação contra Guimarães na Justiça Federal ainda está na fase de audiências.

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