Cidades

Esquema

Com fake news, grupo difama hospital para arrancar dinheiro do Estado

Secretaria de Saúde alega que familiares estariam sendo desinformados sobre cirurgias cardíacas pediátricas oferecidas pelo SUS na Santa Casa, hospital referência no procedimento, para favorecer enriquecimento ilícito na rede privada

Continue lendo...

O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil para apurar a regularidade do serviço de cirurgia cardíaca prestado pela Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), mantenedora do Hospital Santa Casa de Campo Grande, e a possibilidade de um grupo estar convencendo as partes a não utilizarem o serviço público habilitado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme consta no documento do MPE, a principal suspeita é de que o grupo, formado por advogados, médicos e membros de um instituto - nomeado Instituto 1 Só Coração -, estariam persuadindo os responsáveis pelas crianças com indicação de cirurgia cardíaca a recusarem o serviço público, descredibilizando o servço oferecido pelo SUS, com o objetivo de alcançar enriquecimento ilícito.

Foi a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) quem acionou o MPE para pedir apuração quanto à eventual existência de demanda reprimida por cirurgia cardíaca pediátrica, além de possíveis irregularidades no serviço habilitado pelo SUS e oferecido na Santa Casa de Campo Grande.

Isso porque o Estado tem estranhado a quantidade de demandas judiciais para arcar com custos financeiros exorbitantes de cirurgias cardíacas pediátricas fora da rede referenciada do SUS. A estranheza se deve ao fato de que o serviço demandado é oferecido pela rede pública na Santa Casa da Capital, que é, inclusive, referência no procedimento.

Ou seja, mesmo com a qualidade comprovada do serviço e a cobertura do SUS, constantemente são ajuizadas ações de pacientes que se negam a se submeter ao procedimento no hospital.

A pasta considerou que os advogados "estão a denegrir o serviço referenciado do SUS", com judicialização de demandas contra o Estado "de alto valor financeiro fora da rede referenciada do SUS".

Conforme apurado pela SES e encaminhado para o MPE, o “Instituto 1 Só Coração” acompanha as famílias para convencê-las a não usar o serviço público habilitado pelo SUS, reforçando a desinformação acerca da credibilidade do serviço público de saúde.

A pasta menciona ainda ter tomado conhecimento de que, em abril deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) realizou uma auditoria no serviço contratado de cirurgia pediátrica na Santa Casa de Campo Grande, e não encontrou qualquer imperícia técnica ou estrutural que pudesse comprometer os serviços.

Para a SES, incentivar as famílias a buscarem pelo tratamento na rede privada com a descredibilização do serviço oferecido pelo SUS pode se tratar do caso de uma disseminação de informações falsas e tendenciosas, as chamadas fake news, e elas estariam "afetando diretamente as finanças públicas do Estado de Mato Grosso do Sul e dos Municípios".

"Considerando que, por tudo que dos autos citados contam, a imagem do serviço de cirurgia cardíaca pediátrica da Santa Casa está sendo denegrida sem qualquer comprovação e, por conseguinte, o Estado de Mato Grosso do Sul está sendo demandado judicialmente para que arque com os custos financeiros exorbitantes de cirurgias cardíacas pediátricas fora da rede referenciada do SUS, servimos da presente para solicitar averiguação deste Ministério Público quanto ao fato ora apresentado", finaliza a SES.

A instauração do Inquérito Civil foi publicada no Diário Oficial do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (DOMP) desta terça-feira (29).

O que diz o instituto?

O Instituto 1 Só Coração procurou pela reportagem para esclarecer que a acusação feita pela Secretaria Estadual de Saúde não tem fundamento, já que o objetivo do instituto, que reúne familiares de crianças com indicação de cirurgia cardíaca, é apenas oferecer possibilidades alternativas de tratamento nos casos em que o atendimento é negado - ou considerado "sem urgência" - pelos especialistas que atendem e avaliam os casos no SUS.

Além disso, afirmou que não existe um grupo, e que o instituto não possui advogado ou médico "parceiro".

Matéria atualizada ao 12h34 para acréscimo do posicionamento do Instituto 1 Só Coração

Assine o Correio do Estado.

TRAGÉDIA

Mãe e três filhos morrem em acidente na BR-060

Filhos eram menina de 10 anos, menino 11 anos e um bebê de 3 meses

07/04/2025 08h07

Veículo que invadiu a pista contrária pegou fogo no matagal às margens da rodovia

Veículo que invadiu a pista contrária pegou fogo no matagal às margens da rodovia DIVULGAÇÃO

Continue Lendo...

Mãe, de 29 anos, e três filhos, menina  de 10 anos, menino 11 anos e um bebê de 3 meses, morreram em acidente entre dois carros, na noite deste domingo (6), na BR-060, próximo a curva da Estação Guavira, entre Campo Grande e Sidrolândia, a 70 quilômetros da Capital.

Conforme apurado pela reportagem, a mãe, esposo e os três filhos estavam em uma Volkswagen Saveiro sentido Campo Grande-Sidrolândia, quando, um Chevrolet Corsa, que trafegava em alta velocidade e em zigue-zague sentido Sidrolândia-Campo Grande, invadiu a pista contrária e atingiu violentamente a lateral da Saveiro.

Veículo que invadiu a pista contrária pegou fogo no matagal às margens da rodoviaMãe e seus três filhos morreram no acidente; apenas o pai sobreviveu. Foto: divulgação/redes sociais

Em seguida, a Saveiro foi atingida por uma carreta carregada com calcário. O Corsa foi parar no matagal às margens da rodovia e pegou fogo. As chamas formaram uma barricada e espalharam fumaça, prejudicando a visibilidade de motoristas. 

Mãe, Drielle Leite Lopes e os três filhos morreram na hora. O esposo, Oldinei Centurión Saraiva, de 42 anos, foi socorrido com vida e encaminhado ao hospital. A família é residente de Sidrolândia e, conforme apurado pela mídia local, voltava de um passeio.

O motorista do Corsa foi arremessado para fora do veículo, que em seguida pegou fogo. Ele sofreu diversas fraturas e foi levado ao hospital, mas seu estado de saúde não foi divulgado. O condutor da carreta não teve ferimentos.

A via chegou a ficar totalmente interditada por algumas horas. O acidente provocou um congestionamento de aproximadamente 10 quilômetros na rodovia.

Polícia Rodoviária Federal (PRF), Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Polícia Civil (PCMS), Polícia Científica (perícia) e fenurária estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

As causas e circunstâncias do acidente serão apuradas pelas autoridades competentes.

Veículo que invadiu a pista contrária pegou fogo no matagal às margens da rodovia

* Com informações de SIDRONEWS 

JUSTIÇA FEDERAL

Homem é condenado por transportar 11 toneladas de agrotóxicos proibidos no Brasil

Produtos eram de origem paraguaia e foram apreendidos em Maracaju em 2022; Três anos depois, ele foi condenado pela Justiça Federal

06/04/2025 18h00

Carga ilegal era oriunda do Paraguai e foi apreendida em Maracaju, em 2022

Carga ilegal era oriunda do Paraguai e foi apreendida em Maracaju, em 2022 Foto: Arquivo / DOF

Continue Lendo...

A 2ª Vara Federal de Dourados condenou um homem a dois anos e oito meses de prisão, além do pagamento de multa, por transportar 11 toneladas de agrotóxicos que tem comercialização proibida no Brasil e por realizar atividade clandestina de telecomunicação.

A apreensão ocorreu no dia 18 de janeiro de 2022, quando policiais do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), durante patrulhamento nas imediações de Maracaju, abordaram um caminhão que estava estacionado em frente a uma empresa de Silo.

O motorista demonstrou nervosismo e respostas desconexas, levantando a suspeita dos policiais, que fizeram uma vistoria no caminhão e constataram que ele estava carregado com 11.030 quilos de agrotóxicos de origem paraguaia, sem documentação comprobatória de regular importação. 

Dentre as marcas estavam Tecnoquat, Only 75 W e Difter Max, que são substâncias nocivas ao meio ambiente e à saúde humana, e cuja importação é proibida por não ter o exigido registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Diante do flagrante, o motorista admitiu que foi contratado para transportar a carga de agrotóxicos, tendo recebido o caminhão já carregado e Ponta Porã em um posto de gasolina e iria levar até um outro posto de gasolina, na saída de Maracajú.

O suspeito disse ainda que receberia R$ 1,5 mil pelo transporte e que  havia um veículo fazendo o trabalho de batedor, sendo feita a comunicação entre eles via rádio.

No veículo, também foi encontrado um rádio transceptor para comunicação com o batedor de estrada. 

Condenação

No julgamento, o réu confessou serem verdadeiros os fatos narrados na denúncia.

O boletim de ocorrência, termo de apresentação e apreensão, laudo forense e depoimento de testemunha comprovaram a autoria e materialidade dos crimes. 

A defesa, em alegações finais, requereu a atipicidade da conduta, e afirmou que o réu confessou o delito.

Assim, pediu a aplicação da pena mínima legal, com a conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos e o direito de recorrer em liberdade.

O juiz federal Vitor Henrique Fernandez, porém, afirmou que a conduta descrita na denúncia é a de que o acusado concorreu para a importação e transportou agrotóxicos e afastou a tese defensiva de ausência de tipicidade da conduta.

“Tem-se que o conjunto probatório é harmônico e comprova que o acusado com vontade e consciência concorreu para a importação e transportou agrotóxicos sem a observância das determinações legais. Também se utilizou de rádio transceptor para realizar telecomunicações sem autorização”, disse o juiz.

Por se tratar de condenação de primeiro grau, ainda cabe recurso.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).