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REFORÇO POLICIAL

Com fronteira em crise de segurança, MS oferece apoio para evitar caos na região

Secretaria de Segurança Pública ofertou ajuda da Inteligência da polícia de Mato Grosso do Sul para o Paraguai e a Bolívia

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Mato Grosso do Sul está localizado em uma posição estratégica para quadrilhas que atuam no tráfico internacional de drogas. Com fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, o Estado ficou em alerta após os países vizinhos indicarem potencial crise na segurança pública.

Para evitar uma intensificação das atividades das organizações criminosas, o governo do Estado ofereceu apoio aos governos paraguaio e boliviano por meio de sua Inteligência.

Na semana passada, os paraguaios dispensaram a ajuda dos Estados Unidos na fiscalização e repressão ao narcotráfico. Já do lado boliviano, os policiais completarem quatro meses sem receber salários, assim como outros servidores públicos.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira, quando ele foi informado sobre a situação dos países vizinhos, entrou em contato para oferecer apoio do lado brasileiro.

“Quando se noticiou a situação nos dois países da fronteira, nós mantivemos contato com nossa Inteligência e nos colocamos à disposição para que nosso pessoal pudesse colaborar, seja com policiamento do lado de cá, seja com a Inteligência”, declarou Videira.

Conforme o secretário, até o momento, a Inteligência da polícia sul-mato-grossense não identificou necessidade de ampliação do policiamento na região fronteiriça, porém, essa possibilidade é averiguada regularmente.

“Se percebermos que essas situações estão tendo reflexo na segurança da fronteira, estamos preparados para aumentar o efetivo das nossas polícias na região, mas a gente entende que há de se ter transversalidade nas atuações, eles têm as polícias deles e as Forças Armadas, então, vamos acompanhar a movimentação na fronteira”, afirmou o secretário.

ATENÇÃO

Matéria do Correio do Estado mostrou que o governo paraguaio informou, por meio de sua Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), que estava abrindo mão da ajuda direta que há anos vinha recebendo da Drug Enforcement Administration (DEA), órgão dos Estados Unidos, no combate ao narcotráfico.

Os norte-americanos operavam na região com cerca de 300 agentes. O grupo de elite da polícia que integra a Senad tem forte presença na região de fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul e, além de receber informações e treinamento da polícia dos EUA, conta com equipamentos enviados pelos norte-americanos. 

A parceria entre a Senad e a DEA foi firmada ainda durante a ditadura do ex-presidente Alfredo Stroessner, que comandou o Paraguai durante quase 35 anos, de agosto de 1954 até fevereiro de 1989.

Na fronteira entre Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, estão estabelecidas diversas organizações criminosas voltadas ao tráfico de drogas. 

Por ser fronteira seca, a região é uma das principais portas de entrada de entorpecentes no Estado, de onde a droga segue para outras regiões do Brasil.

Por isso, o monitoramento realizado pelos agentes dos Estados Unidos no país vizinho colaborava não somente com as forças de segurança locais, mas também com as de Mato Grosso do Sul.

Na outra ponta, o Estado ainda faz fronteira com a Bolívia, onde há quatro meses o governo não paga os salários dos servidores públicos, incluindo as forças de segurança. 

Em relação à Bolívia, a preocupação é com a grande quantidade de cocaína que é produzida em seu território. É de lá que vem a maior parte desse tipo de entorpecente que circula em Mato Grosso do Sul.

Exatamente por todo esse histórico, matéria do Correio do Estado desta quarta-feira mostrou que a Polícia Federal recomendou atenção com a situação na região.

“Decerto que toda fragilidade da atuação estatal tende a favorecer o crime. A atuação conjunta e a permanente vigilância do Estado são imprescindíveis. Fragilidades momentâneas, a se tornarem crônicas, podem, sim, favorecer o incremento da atividade criminosa. Por isso ambos os casos merecem atenção, mas não alarde”, declarou o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, ao Correio do Estado.

O superintendente ainda enfatizou que o tráfico de drogas é preocupação constante para os governos brasileiro, paraguaio e boliviano.

“O tráfico de drogas pelas fronteiras brasileiras com a Bolívia e o Paraguai é constante fonte de preocupação do governo dos três países e, consequentemente, um foco da PF, que tem o dever constitucional de realizar o policiamento marítimo e aeroportuário e o controle de fronteiras, além de combater o tráfico de drogas e armas”, finalizou.

Saiba

A Bolívia é um dos grandes produtores de cocaína no mundo. Do lado paraguaio, a preocupação é com as plantações de maconha.

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são pedro

Chuva nas nascentes do Rio Paraguai aponta alívio para o Pantanal

Após estiagem sem precedentes, nível do rio em Cáceres e Cuiabá está próximo ou acima da média histórica para esta época do ano

12/12/2024 13h03

Apesar dos esforços dos brigadistas e dos bombeiros, em 2024 o fogo destruiu 1,6 milhão de hectares somente no Pantanal de Mato Grosso do Sul

Apesar dos esforços dos brigadistas e dos bombeiros, em 2024 o fogo destruiu 1,6 milhão de hectares somente no Pantanal de Mato Grosso do Sul

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Embora a bacia pantaneira em Mato Grosso do Sul tenha recebido chuvas abaixo da média histórica  em outubro e novembro, as precipitações registradas em Mato Grosso devem impedir que o Rio Paraguai repita o ano catastrófico que enfrentou em 2024, quando atingiu o menor nível desde que começaram as medições em Ladário, em 1900.

E, com mais água, o transporte de minérios será possível durante um período maior. Além disso, se o rio chegar a transbordar, o que ocorre depois que atinge os quatro metros em Ladário, a planície começa a ser tomada pela água, o que reduz o risco de queimadas. Neste ano, o fogo destruiu 1,6 milhão de hectares do Pantanal somente em Mato Grosso do Sul.

Boletim do Serviço Geológico do Brasil divulgado nesta quarta-feira (11) aponta que, em decorrência de chuvas mais constantes em Mato Grosso, o nível dos rios em Cáceres e em Cuiabá está próximo ou até acima da média histórica para esta época do ano. 

Em Cáceres, conforme este boletim, o nível estava em 2,66 metros nesta quarta-feira, sendo que a média histórica é de 2,86 metros.  No ano passado, no mesmo dia, o nível estava em 1,10 metro, que foi o melhor nível dos últimos três meses daquele ano, 

Agora em 2024,  o rio está acima disso desde o dia 4 de novembro, chegando a 2,71 metros no dia 9 de dezembro, evidenciando que há mais de um mês o volume de água é mais que o dobro do ano passado. 

Em Cuiabá a situação é a ainda mais animadora. Nesta quarta-feira o nível estava em 2,57 metros, o que é 20 centímetros acima da média histórica para esta época do ano. Desde o começo de novembro, esta é a quarta vez que o nível fica acima de dois metros. No ano passado, no mesmo período, nenhuma vez chegou aos dois metros. 

O volume de água nos dois locais de medição em Mato Grosso está bem acima, inclusive, dos níveis no final de 2022, período em que começaram as chuvas que levaram à cheia de 2023, quando o Rio Paraguai atingiu 4,24 metros em Ladário e chegou a transbordar após quatro anos críticos.

COXIM

Um terceiro indicativo de que o principal rio pantaneiro está recebendo mais água que no ano passado é o nível do Rio Coxim, na régua instalada na cidade com o mesmo nome, no norte de Mato Grosso do Sul. Nesta quarta-feira estava em 3,99 metros. A média histórica para esta época do ano é de 3,46 metros. 

Porém, rios como o Aquidauana e Miranda, dois dos principais tributários do Rio Paraguai na bacia pantaneira, está abaixo do normal. Em Miranda, o rio estava em apenas 2,15 metros, sendo que a média para esta época é de 3,98 metros.  Em Aquidauana, o nível estava em 1,88 metro. A média histórica para 11 de dezembro é de 3,25 metros. 

Apesar dos esforços dos brigadistas e dos bombeiros, em 2024 o fogo destruiu 1,6 milhão de hectares somente no Pantanal de Mato Grosso do Sul

Na régua do Rio Paraguai instalada em Ladário, que serve como referência para medir as cheias ou as secas do Pantanal, a situação também é melhor que no ano passado. Nesta quarta-feira estava em 72 centímetros e subiu mais dois nesta quinta. 

O nível está 30 centímetros acima daquilo que estava em 12 de dezembro do ano passado. Porém, segue longe da média histórica para esta data, que é de 1,34 metro, conforme o boletim do Serviço Geológico do Brasil. 

Neste ano, o máximo que o Rio Paraguai atingiu na régua de Ladário foi 1,47 metro, o que ocorreu no começo de maio. Depois disso, caiu até atingir 69 centímetros abaixo de zero, em 17 de outubro. E, principalmente por conta das chuvas em Mato Grosso, desde aquela data subiu 1,05 metro em Ladário.

Mas, para que o transporte de minérios possa ser retomado, precisa passar de um metro em Ladário. E, conforme o boletim do Serviço Geológico do Brasil, isso deve ocorrer ainda na segunda quinzena de dezembro. No período passado de chuvas, o rio só superou um metro no dia 3 de março.

MINÉRIOS

E por conta desta falta de água, o transporte de minérios a partir dos portos de Ladário e Corumbá despencou. Nos 11 primeiros meses de 2023 foram 6 milhões de toneladas destinadas à exportação. Agora em 2024, foram apena 3,19 milhões de toneladas, conforme números da Semadesc, a secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. 

Nos últimos 14 dias o nível do rio subiu 53 centímetros na régua de Ladário, que que representa 3,7 centímetros por dia. Se as chuvas continuarem no ritmo atual até o final de março, é possível que até o final de maio o nível volte  a passar dos quatro metros em Ladário.

A última cheia considerável ocorreu em 2018, quando o rio chegou a 5,35 metros, alagando boa parte da planície pantaneira. 

OPERAÇÃO PACATOR

Guerra de facções resulta em 6 prisões por tráfico no interior do MS

Segundo informações policiais, foram feitas quatro prisões por tráfico de drogas e duas por posse irregular de arma de fogo em Chapadão do Sul

12/12/2024 12h15

Drogas, celulares e dinheiro apreendidos durante ação da Polícia Civil

Drogas, celulares e dinheiro apreendidos durante ação da Polícia Civil Foto: Montagem

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A Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (DENAR), junto com outras delegacias especializadas do estado e a Polícia Civil, deflagrou a Operação Pacator - que significa pacificação - em Chapadão do Sul, que resultou em seis prisões em flagrante por tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo.

Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em três municípios, sendo 10 em Chapadão do Sul, quatro em Costa Rica e uma em São Gabriel do Oeste. Acerca das prisões, todas elas foram em flagrante, todos integrantes das duas principais facções brasileiras, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho.

Nos locais, foram apreendidos drogas, armas, balanças de precisão e celulares. Ainda, a Polícia Civil disse que vai passar mais informações sobre a operação em coletiva, nesta sexta-feira (13), às 14h.

Além da DENAR e da Polícia Civil, partiparam da ação: Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro (GARRAS); Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (DERF); Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DEFURV); Delegacia Especializada de Combate a Crimes Rurais e Abigeato (DELEAGRO); Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as DP de Costa Rica e de Chapadão do Sul.

Tráfico em MS

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que as apreensões de drogas em Mato Grosso do Sul registraram aumento de 30% em 2024.

Entre janeiro e novembro deste ano, o volume total de entorpecentes interceptados chegou a 525.163,6 quilos, contra 403.540,8 quilos no mesmo período de 2023.

A Superintendência de Inteligência de Segurança Pública e a Coordenadoria de Fiscalização e Controle, setores vinculados à Sejusp, apontam que o maior volume foi registrado no interior do Estado, com 471.060,6 quilos, enquanto a Capital somou 54.103,0 quilos.

O grande destaque deste ano foi a apreensão de maconha em Mato Grosso do Sul, que totalizou 499.755,4 quilos. A cocaína foi a segunda droga com maior volume de interceptações no Estado, com 11.623,1 quilos apreendidos, seguida de outras substâncias ilícitas em menor escala.

O levantamento também revela variação de 6% nas ocorrências relacionadas ao tráfico, levando em consideração o mesmo comparativo. Em 2024 foram registradas 3.759, contra 3.558 ocorrências registradas em 2023.

Alto custo

Um preso custa, em média, aos cofres do estado de Mato Grosso do Sul, o valor de R$2.003,00 por mês, cerca de R$230 milhões por ano. É o que indica os dados divulgados pelo governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel. O tema foi colocado em pauta em função da discussão sobre PEC da Segurança Pública, sendo um dos pontos principais da 16ª edição do Fórum dos Governadores, em Brasília.

Riedel cobrou da União apoio ou uma solução para equilibrar os custos do Estado com presos do tráfico de drogas, que representam 40% do seu sistema prisional. Esta situação ocorre porque Mato Grosso do Sul está na fronteira com dois países, Bolívia e Paraguai.

PEC da Segurança

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo Governo Federal, foi um dos principais temas debatidos na 16ª edição do Fórum dos Governadores, em Brasília. A iniciativa busca alterar a Constituição Federal para estabelecer um pacto federativo que integre estados, Distrito Federal e União no enfrentamento ao crime organizado, uma questão que tem se agravado em todo o Brasil.  

Durante o evento, o Conselho Nacional de Secretários de Segurança apresentou uma proposta alternativa à PEC, defendendo maior autonomia para os estados. A iniciativa recebeu o apoio do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que destacou a importância de preservar a capacidade de atuação das administrações estaduais.

De acordo com Riedel, a proposta dos secretários avança ao constitucionalizar a segurança pública e será amplamente debatida tanto no Ministério da Segurança Pública quanto no Congresso Nacional.  

Apoio na fronteira

Mato Grosso do Sul está localizado em uma posição estratégica para quadrilhas que atuam no tráfico internacional de drogas. Com fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, o Estado ficou em alerta após os países vizinhos indicarem potencial crise na segurança pública.

Para evitar uma intensificação das atividades das organizações criminosas, o governo do Estado ofereceu apoio aos governos paraguaio e boliviano por meio de sua Inteligência.

Na semana passada, os paraguaios dispensaram a ajuda dos Estados Unidos na fiscalização e repressão ao narcotráfico. Já do lado boliviano, os policiais completarem quatro meses sem receber salários, assim como outros servidores públicos.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira, quando ele foi informado sobre a situação dos países vizinhos, entrou em contato para oferecer apoio do lado brasileiro.

A Bolívia é um dos grandes produtores de cocaína no mundo. Do lado paraguaio, a preocupação é com as plantações de maconha.

*Colaborou Alanis Netto, Alicia Miyashiro e Daiany Albuquerque

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