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Com legado que vai além da comunicação, Antonio João entra para a história de MS

De jornalista a empresário, Antonio João foi político, defensor do Pantanal e incentivador da cultura, esporte e educação

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Nascido no dia 26 de dezembro de 1947, Antonio João Hugo Rodrigues faleceu na noite desta segunda-feira, 18 de setembro, vítima de complicações cardíacas, aos 75 anos de idade. Antonio João começou sua trajetória no Correio do Estado, ainda criança, pois seu pai, o professor, historiador, escritor e jornalista José Barbosa Rodrigues, começou a trabalhar no jornal. 

Nos anos 1960, quando o Correio do Estado, fundado no dia 7 de fevereiro de 1954, ainda era um periódico novo, Antonio João foi introduzido no ofício de jornalista, que cumpriu com maestria, por seu pai. 

Passando por todos os setores do jornal, AJ, como também era conhecido, foi de entregador a diretor do Correio do Estado, mas também teve suas empreitadas fora do grupo de comunicação da família.

Em 1976, quando se desligou do Correio do Estado e atuava como correspondente do jornal O Estado de São Paulo em Mato Grosso do Sul, Antonio João ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, a maior honraria da comunicação brasileira. 

O reconhecimento veio após a cobertura da grande geada de 1976, quando Antonio João atuava como fotógrafo na equipe do jornal paulista.

“Eu me lembro como se fosse hoje, todas as poças d’água congelaram. A cidade congelou, tudo congelou, foi uma judiação”, relembrou AJ na década passada. 

Como empresário, Antonio João também se mostrou um visionário. Em 1995, comprou o Diário da Serra, então o maior concorrente do grupo da família. Além disso, também era proprietário da TV Guanandi. Ambos foram vendidos pelo comunicador anos depois. 

Retomando os negócios da família, Antonio João participou por anos das decisões importantes do Grupo Correio do Estado, que conta com grandes veículos como a TV Campo Grande, a Rádio Mega 94 e a Rádio Cultura (atualmente Rádio Hora). Na diretoria do Correio do Estado, ficou até meados de 2018. 

Mesmo distante do setor de comunicação, Antonio João é lembrado por ex-colegas de trabalho como professor. Fausto Brites, jornalista aposentado e que fez seu primeiro teste aos 17 anos, após ver um anúncio no jornal, é um dos que tem boas recordações de AJ. 

“O que eu sei de jornalismo, tenho 48 anos de profissão, foi ele que ensinou. Sempre foi uma pessoa exigente, porém muito cordata, nos termos de ensinar. Então eu só posso dizer que minha passagem pelo Correio do Estado, onde trabalhei três vezes em épocas diferentes, foi muito boa, tive bons momentos com Antonio João, ele me ensinou muito”, comenta Brites. 

O jornalista relembra a pessoa visionária que Antonio João era: como empresário, quando passou a imprimir o jornal colorido, inovando na imprensa local; e como jornalista que pautava e orientava os colegas de trabalho.

E não era só no jornal impresso que AJ mostrava sua experiência em comunicação. O locutor Reinaldo Ayala, da Rádio Mega 94, aponta o dinamismo de Antonio João. 

Ayala tem 40 anos de profissão e iniciou na Rádio Canarinho, a primeira FM da Capital, que, mesmo com diversos nomes importantes para o radialismo na época, seguia as diretrizes de Antonio João: “faça e faça bem-feito”. 

“Ele, do jeito dele, da forma dele, sempre cobrava muito, exigia muito, mas sempre dizia também, daquela forma especial, ‘a gente briga com quem a gente gosta, e você vai ser um grande comunicador, você vai se tornar um profissional a altura’, e isso se fez valer”, diz o locutor, que relembra que o empresário também sempre destacou o mérito de seus colaboradores. 

Neri Kaspary, um dos atuais editores do Portal Correio do Estado, que trabalhou com Antonio João antes da aposentadoria do jornalista, lembra que AJ era uma figura polêmica, mas muito inteligente e uma espécie de referência para centenas de jornalistas do Estado. 

“A opinião dele, o jeito de ser dele, as convicções dele acabavam refletindo a sociedade como um todo. Mato Grosso do Sul e Campo Grande têm uma infinidade de características econômicas, culturais e históricas, que estão marcadas por causa da opinião e das convicções do Antonio João, da família dele, dos irmãos dele, das empresas de comunicação”, cita Kaspary.

MATO GROSSO DO SUL

Em pleno período de chuvas, Hidrelétrica Porto Primavera reduz vazão

Com a barragem mais extensa do País (10,2km), redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciadano último dia 12, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira

20/12/2025 14h14

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera Reprodução/Cesp

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Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera, a unidade começou nesta sexta-feira (19) através da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) a redução da vazão, para preservar os estoques de água dos reservatórios da bacia do Rio Paraná. 

Com a barragem mais extensa do País (10,2 km), essa redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciada pela Cesp no último dia 12, prevista para começar ainda em 15 de dezembro, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira. 

"O patamar mínimo defluente será reduzido de forma gradual e controlada, passando dos atuais 4.600 metros cúbicos por segundo para 3.900 m³/s, seguindo diretrizes operacionais do ONS", cita a Cesp em nota. 

Além disso, a Companhia frisa que, durante o processo, será mantido o plano de conservação da biodiversidade que havia sido aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), e teve início em maio deste ano, para monitoramento do Rio Paraná justamente nos trechos da jusante - parte rio abaixo - da Porto Primavera até a foz do Ivinhema. 

Ou seja, entre outros pontos, equipes embarcadas formadas por biólogos e demais profissionais especializados, devem trabalhar como os responsáveis por acompanhar a qualidade da água, bem como a conservação e comportamento dos peixes locais enquanto durar a flexibilização da vazão. 

Importante frisar a redução adotada também ao final de novembro (24/11) e mantida até 1° de dezembro, a partir de quando houve a retomada gradativa aos patamares originais. 

Problemas com a vazão

Em épocas passadas, como bem acompanha o Correio do Estado, o controle da vazão em Porto Primavera já trouxe prejuízo e revolta de produtores que chegaram a culpar a ONS pelas fazendas alagadas por mais de quatro meses em Batayporã no ano de 2023, por exemplo. 

Nessa ocasião, o problema começou com a abertura das comportas de Porto Primavera no dia 18 de janeiro de 2023, com a usina avisando a Defesa Civil de Batayporã da liberação de até 14,7 mil metros cúbicos de água por segundo. 

Sendo a maior vazão desde o começo do período chuvoso, as águas se somaram ainda à liberação dos cerca de 3 mil metros cúbicos por segundo do Rio Paranapanema, juntando em torno de 18 mil metros cúbicos por segundo. 

Na linha cronológica em 2023, o problema dos alagamentos começou no final de janeiro, indo até o mês de abril diante do fechamento das comportas em 31 de março. 

Quando a água já havia recuado, saindo de boa parte dos nove mil hectares alagados, as comportas foram reabertas na terceira semana de abril, com vazão máxima de dez mil metros cúbicos.

Depois, o aumento da vazão para até 13 mil metros cúbicos chegou a alcançar 14,7 mil m³, sendo que antes disso o volume anterior já havia sido responsável por invadir casas de moradores locais pela terceira vez no ano. 

Estimativas da Defesa Civil de Batayporã à época apontaram que pelo menos sete mil animais tiveram de ser remanejados na região por causa do mesmo problema. E, mesmo depois que a água baixar, são necessários de dois a três meses para que o pasto cresça e esteja em condições para alimentar os rebanhos. 

 

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MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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