Cidades

SINAL DE ALERTA

Com mortes no Paraguai, Chikungunya é identificada em 12 municípios de Mato Grosso do Sul

Secretária-adjunta de Estado de Saúde aponta que algumas das cidades listadas são de áreas bem distantes da fronteira com o país vizinho

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País vizinho, que faz fronteira com diversas cidades de Mato Grosso do Sul, o Paraguai neste ano já acumula mais de 50 mortes por Chikungunya e, conforme a secretária-adjunta de Estado de Saúde, Crhistinne Maymone, essa arbovirose já foi sequenciada em 12 municípios de MS, inclusive longe da região fronteiriça. 

Conforme o resumo epidemiológico semanal de arboviroses - atualizado em 17 de março -, do Ministério da Saúde Pública e Bem-Estar Social (MSPyBS) do Paraguai, o país já soma 51 casos confirmados de mortos pela Chikungunya. 

Sendo o segundo Estado prioritário em relação à incidência das arboviroses, segundo Crhistinne Maymone, ela alerta para os cuidados necessários em todos os municípios de Mato Grosso do Sul, independente de ser de fronteira com o Paraguai. 

"É importante saber que temos a circulação do Aedes, tanto o aegypti quanto o albopictus (mosquitos que transmitem a dengue e a febre-amarela, respectivamente), e nós estamos agora realmente no período de muitas chuvas, que muitas vezes deixam reservatórios de água nas casas", frisa ela. 

Com a chikungunya mais prevalente, a capacitação vem para preparar as equipes, e população em geral, para a vigilância febril e acesso ao sistema de saúde. 

"Que as equipes saibam acolher essa pessoa que chega até o sistema de saúde, geralmente com quadro de febre até o 5º dia se repetindo. Não só municípios de fronteira que fizemos o sequenciamento pelo padrão ouro, que é o PCR, temos a confirmação laboratorial de casos de Chikungunya, além da predominância da Dengue tipo 1", expõe. 

Abaixo, os 12 municípios que detectaram Chikungunya

  • AMAMBAI
  • BELA VISTA
  • CAARAPÓ
  • CAMPO GRANDE
  • CASSILÂNDIA
  • CORONEL SAPUCAIA
  • MARACAJU
  • MUNDO NOVO
  • NAVIRAÍ
  • NOVA ANDRADINA
  • PARANHOS
  • PONTA PORÃ

Durante toda essa semana, a equipe do Ministério da Saúde está presente em Mato Grosso do Sul para essa capacitação que busca mitigar a situação e manejar adequadamente os casos dessas arboviroses, onde mais de 250 pessoas participam desse novo manejo clínico com 'experts' no assunto. 

Considerado um Estado praticamente endêmico - nas palavras da secretária - pelas alterações climáticas até mundiais, Crhistinne salienta que as arboviroses deixaram de ser uma questão sazonal, movida pelas chuvas que costumam iniciar em dezembro e se estender até o fim de março, sendo agora uma preocupação constante.

"É preciso se adequar à essas novas situações epidêmicas e de surto. Se o mundo mudou, a educação ambiental e autocuidado das famílias, comunidades, deve ser premente (rápido). Da mesma forma que a gente cuida do coronavírus no contágio, também tem que cuidar - e agora mais ainda - por todas as alterações climáticas do meio ambiente", pontua. 

Chikungunya

Como bem detalha a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde, a doença é característica por um início repentino, de febre acima de 38,5 graus; além de dores em articulações como dedos, tornozelos e pulsos.

Reprodução/Ministério da Saúde

Justamente essa dor nas articulações, muito mais intensas em casos de Chikungunya, é que possível distinguir a doença de um caso de dengue. 

Pelo boletim mais recente da vigilância epidemiológica, sobre o cenário da Chikungunya em MS, o Estado tem 1.105 casos prováveis e 108 confirmados, até semana passada. 

Em relação às 27 Unidades da Federação, Mato Grosso do Sul encontra-se em 10º no ranking, sendo quanto mais alta a posição, maior a incidência de casos. 

Confirmando a fala da secretária-adjunta, de que a doença está também em municípios distantes da fronteira paraguaia, Cassilândia - justamente no lado oposto do mapa de MS - aparece em 3º no ranking estadual. 

Com cerca de 156 casos prováveis (dos 1.105 estaduais) até semana passada, Cassilândia aparece atrás apenas de Brasilândia, ao leste do Estado; e Maracaju, todos classificados como mais alta incidência, quando são registrados cima de 300 casos por 100 mil habitantes. 

Dengue

Já o cenário da dengue em Mato Grosso do Sul, conforme boletim da semana passada, o Estado já tem cinco óbitos confirmados pela doença, entre 5.550 casos confirmados e outros 13.235 prováveis. 

Quanto à incidência, 41 municípios aparecem com "alto índice", com os cinco primeiros sendo: Batayporã; Bodoquena; Jaraguari; Corumbá e Itaporã, sendo que o MS ocupa a 10ª colocação no ranking nacional entre as 27 unidades da Federação. 

Segundo a BVS, os sintomas da dengue vão desde a febre; dores de cabeça e pelo corpo; náuseas e, às vezes, nenhum desses sintomas. 

Alguns sintomas dessa doença indicam um alerta para a dengue hemorrágica, que pode ser fatal, apresentando manchas vermelhas na pele, dor abdominal intensa e contínua,  sangramentos (nariz, gengivas) e vômitos persistentes. 

Por fim, o manual indica que os quatro sorotipos de dengue (1,2,3 e 4) podem gerar de versões assintomáticas, até casos brandos e mais graves da doença, inclusive fatais, sendo necessária atenção. 
 

 

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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