Cidades

SEGURANÇA

Com novo sistema, bombeiros e polícia querem agilizar atendimentos em MS

Atualização está sendo implantada no Ciops desde o dia 13 de junho; setor recebe, em média, 2.600 chamadas por dia

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Após 18 anos, o sistema de gestão de ocorrências do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), em Campo Grande, está sendo atualizado. 

A nova versão, chamada de Computer Aided Dispatch Georeferenced (CADG), substitui o antigo ICAD Sisgraph, sistema utilizado desde 2004 para atendimento de chamadas da polícia Militar, por meio do 190, e do Corpo de Bombeiros, por meio do 193, e deve agilizar o serviço.  

O sistema CADG promete aumentar a capacidade de atendimento de ocorrências, tornar o processo mais transparente e otimizar tanto a assistência prestada pela central quanto o tempo dos agentes nas ruas.

A mudança permite que os atendentes visualizem com maior precisão as viaturas disponíveis no local da chamada e encaminhem os policiais ou agentes do Corpo de Bombeiros para atendimentos.  

A ferramenta está em fase de adaptação e foi instalada nas viaturas do Corpo de Bombeiros e no Ciops no dia 13 de junho.  

De acordo com o diretor-geral do Ciops, coronel Juracyr Pereira da Paz, ainda é cedo para afirmar todos os benefícios que o CADG trará para polícia, Corpo de Bombeiros e cidadãos comuns no quesito segurança na Capital. Entretanto, segundo ele, o sistema é mais completo e integrado do que o anterior.

“Está em fase de instalação, mas até o começo de agosto estará plenamente instalado. As viaturas da Polícia Militar já usavam smartphones durante ocorrências, mas não de maneira integrada com a Ciops. As expectativas são gigantescas. É todo um conjunto, uma engrenagem que tem que estar funcionando perfeitamente. O maior ganho é deixar o policial pronto para a próxima ocorrência”, pontuou.

O coronel e comandante do Comando de Policiamento Metropolitano da PM (CPM), Emerson Almeida Vicente, ressaltou que a nova ferramenta proporciona mais operacionalidade, possibilita que o comandante da viatura tenha acesso a mais informações referentes a todas as etapas da ocorrência e que os agentes na rua sejam orientados tanto por rádio como por meio do celular.

“Ela traz mais funcionalidades, por exemplo, no fechamento da ocorrência não é mais necessário encaminhar as informações via rádio para o Ciops. Além de outras coisas, como preservar mais os dados, ela acelera os procedimentos e, principalmente, aumenta a transparência no trabalho”, acrescentou.  

Conforme o comandante, a visualização das ordens dadas aos agentes na rua podem ser conferidas via celular, desde o atendimento até o fechamento do sinistro pelo chefe da viatura e pelo Ciops.

COMO FUNCIONA

O diretor de operações Luís Antônio Sá Braga explicou que as ocorrências que chegam por meio do 190 são atendidas por um policial ou agente do Corpo de Bombeiros, que registra a ocorrência e encaminha para o sistema operacional, os chamados controladores e despachadores.  

Em seguida, as informações que o solicitante concedeu são direcionadas para as equipes em ronda por dois modais de comunicação: rádio e, agora, celular.

O monitoramento feito pelo Ciops é dividido por blocos. Na Capital, o departamento divide o território em sete áreas e 38 setores. As regiões são monitoradas constantemente por, pelo menos, uma viatura e equipes do Centro Integrado de Operações.

Sá Braga evidencia que o novo sistema consegue diminuir o tempo de resposta entre agentes in loco e central.  

“Nós trabalhamos para atender em no máximo cinco minutos ocorrências de prioridade nível um. Aqui [no Ciops] nós temos cinco níveis, por exemplo: roubo é nível um, ou seja, de urgência. Já perturbação do sossego é nível cinco”, relatou.  

O diretor de operações também definiu o novo sistema como uma engrenagem funcional, com capacidade de se comunicar com atendimento, despacho e equipes “na ponta da lança”.

“Esse sistema vem sendo implantado aos poucos, chegou no centro na fase de transição não faz nem um mês, substituindo o sistema anterior que não vinha sendo atualizado e estava defasado”, disse.  

Marco Antônio Balsanini, diretor técnico do Ciops, esclareceu que o novo sistema foi implementado primeiro no interior do Estado, em Corumbá, Ponta Porã e Dourados, ainda em 2021, e apenas em 13 de junho deste ano na Capital.  

“Trata-se de um cronograma preestabelecido. Antes da implementação, é claro que tivemos um trabalho prévio, o cronograma começou bem antes, a preparação de ambiente [máquinas, redes]. A virada foi no dia 13 [de junho], quando paramos de usar o outro sistema, que tinha quase 20 anos, era bem antigo e funcionava com tecnologia analógica ainda. A licença do nosso era de 2004 e não contemplava manutenção e atualização do sistema”, frisou.

De acordo com Balsanini, já é possível identificar, pelos gráficos, melhora no tempo de resposta das equipes.

“Não faz nem 30 dias que implementamos, não podemos pegar um fragmento e analisar. Dentro de 60 dias, acreditamos que teremos uma resposta realmente efetiva, mas já é notável a melhora”, finalizou.

COMO ERA

Juracyr Pereira explicou que no sistema antigo a central recebia a ocorrência, encaminhava os agentes via rádio, e mais tarde via smartphone, mas não era integrado como o CADG, novo sistema.  

“Nesse, a ocorrência vem no atendimento e vai para o despacho da ocorrência. O policial na rua faz todo o relatório no celular, devolve o acesso para a central. Antes, o contato era feito por rádio e a central preenchia o relatório”, explicou.

LIGAÇÕES

O Centro Integrado de Operações de Segurança recebe 2.600 ligações de urgência e emergência diariamente. Destas, 1.800 correspondem a ocorrências destinadas à polícia Militar e 800 ao Corpo de Bombeiros.  

No mês de maio foram atendidas 53.315 ligações, 85% (47 mil) para o 190 e 15% referentes a chamadas feitas ao Corpo de Bombeiros.  

De acordo com o diretor de operações Luís Antônio Braga, de abril a maio houve queda significativa de 7,5% no número de ligações para o Ciops.  

Quanto ao registro de trotes, o diretor ressaltou que o número é infinitamente menor do que as chamadas – 42 em maio.

“É importante evidenciar que o número de ligações não significa que houve 53 mil ocorrências com ação da polícia ou do Corpo de Bombeiros. Muitas vezes recebemos mais de uma ligação pelo mesmo fato. Isso fica computado no sistema. Às vezes recebemos denúncias, isso também é contado”, pontuou.

Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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