Cidades

DEMISSÃO VOLUNTÁRIA

Com PDV, economia será de R$ 8,2 milhões, mas problema persiste

Educação concentra metade dos pedidos de demissão voluntária

Continue lendo...

A economia anual de R$ 8,2 milhões com pagamento de salários dos 132 servidores públicos estaduais que optaram por aderir ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV)  não será suficiente para resolver a questão do equilíbrio financeiro da folha de pagamento de Mato Grosso do Sul. 

O PDV era uma das formas que o governo do Estado encontrou para reduzir a folha salarial. Porém, com a baixa adesão não se chegou ao efeito esperado e o Estado ainda deverá gastar R$ 7.495.827,00 com as rescisões. O valor inclui o custeio mensal, pelo prazo de 12 meses subsequentes ao ato de exoneração, e a contribuição patronal ao plano de saúde.

Criado este ano pelo governo, o programa tinha como principal objetivo tirar o Estado do vermelho quanto aos gastos com pagamentos de funcionários, o que não ocorreu. O titular da Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização (SAD), Roberto Hashioka, confirma que Mato Grosso do Sul permanecerá com gastos acima do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A lei permite que os estados gastem 46,55% de sua receita líquida com pessoal, entretanto, no primeiro quadrimestre deste ano, Mato Grosso do Sul teve um custo de 47,21% com o pagamento da folha salarial. Em uma receita líquida de R$ 10,79 bilhões, R$ 5,098 bilhões foram usados para este fim.

Atualmente, o PDV está em fase de agendamento das perícias médicas para os servidores que tiveram seus pedidos deferidos e publicados pelo governo em Diário Oficial. Nova lista de funcionários deverá ser publicada até o dia 31 de outubro.

Questionado se o número de adeptos ao programa frustrou as expectativas do governo do Estado, Hashioka afirmou que a administração não havia estipulado uma quantidade de participantes no projeto. 

“Não tínhamos grandes expectativas quanto ao número de adesões, tendo em vista a situação econômica atual do País e as altas taxas de desemprego registradas. O serviço público ainda é bastante atrativo”, afirmou.

EDUCAÇÃO

Apesar do baixo número de adeptos ao PDV, uma estatística chama atenção: o fato de metade dos servidores que decidiram aderir ao projeto estar lotada na Secretaria de Estado de Educação (SED).

Para a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), um dos motivos seria o não cumprimento de algumas  promessas do governo e, para outros professores, a falta de estrutura e a grande pressão da carreira ajudaram a inflar os dados.

Dos que aderiram ao PDV, a maior parte tem Ensino Fundamental (50 servidores), contra 49 de Ensino Superior e 33 de Ensino Médio. Metade (66) são servidores da Secretaria de Estado de Educação (SED), a outra metade vem de funcionários da Fundação Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul (Funsau), da Secretaria de Estado de Saúde (SES), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), entre outros.

Dos 132 servidores públicos que optaram pela demissão proposta, 66 (50%) são da Educação, sendo 43 agentes/assistentes de atividades educacionais e 23 professores.

Para o presidente da Fe­tems, Jaime Teixeira, o número é baixo, porém, carrega com ele o fato de o setor representar 40% do funcionalismo público e “inúmeras insatisfações”.

“Até agora, o governo não cumpriu com o acordo que fizemos para cessar a greve. Pedimos que 500 administrativos aprovados em concurso fossem convocados e ele não chamou, pedimos para apresentar até o dia 31 de julho uma proposta para o que salário inicial dos administrativos não ficassem menor que o salário mínimo, o que não aconteceu, pedimos um novo concurso para professores, que também não foi feito. A única coisa que foi cumprida foi a permanência de 6 horas de trabalho diário”, reclamou o sindicalista.

Segundo Teixeira, o salário baixo dos administrativos, que chega a R$ 1.400 se somado o valor do abono de R$ 200, seria outra razão. “Aquele que já tem outra coisa melhor prefere sair mesmo”.

Já Hashioka atribuiu a questão somente ao grande número de servidores na pasta. “ASED é a secretaria com o maior número de servidores, atribuímos a quantidade de pedidos de adesão a este fator”.

“Em todas escolas que eu trabalhei sempre teve pelo menos dois professores afastados, isso por semestre, no mínimo. A maior parte era por questão psicológica. As condições de trabalho também são um problema”, contou um professor ouvido pela reportagem.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

Continue Lendo...

A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

Assine o Correio do Estado

Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

Continue Lendo...

Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).