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Conselho abranda exigêcias para privatização da "Rota da Celulose"

Mudanças foram aprovadas nesta terça-feira, mas detalhes somente serão divulgados quando da publicação do novo edital da concessão de 870 quilômetros de rodovias em MS

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Depois do fracasso da tentativa de privatização do começo de dezembro do ano passado, o Governo do Estado publicou nesta quarta-feira (29), no Diário Oficial, a ata de reunião e ato justificativo do projeto remodelado de concessão de 870 quilômetros de rodovias da chamada Rota da Celulose. Um novo edital, que abranda uma série de exigências, será publicado nos próximos dias.

A 35ª reunião do Conselho Gestor de Parcerias, realizada nesta terça-feira (28) autorizou a publicação do novo edital de licitação do projeto de concessão dos serviços públicos de recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do Sistema Rodoviário composto por trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 das federais BR-262 e BR-267.

O EPE, órgão responsável pelo estudo, decidiu revisar o projeto, incorporando alterações após reuniões de sondagens de mercado. As principais alterações referendadas pelo Conselho Gestor são referentes ao cronograma de investimentos, contornos urbanos, marginais em trechos urbanos, e na projeção de tráfego e da receita, conforme informou a assessoria do Governo do Estado. 

Na modelagem financeira, foram apresentados os principais dados financeiros, comparativos de investimentos, condições de financiamento, diretrizes financeiras, compartilhamento de risco de demanda e o mecanismo da conta centralizadora.

Foram mantidas as previsões de grandes investimentos para a promoção da segurança viária e aumento da qualidade em trafegabilidade, com atenção à manutenção de tarifas justas aos usuários das rodovias, destacou a assessoria.

A previsão, conforme afirmação feita nesta terça-feira pelo ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho, é que o leilão de concessão ocorra em maio deste ano, quando também deve ocorrer o leilão da repactuação da BR-163.

PRAZO MAIOR

Conforme a previsão inicial, seriam  investidos pela empresa vencedora do leilão o R$ 8,8 bilhões nas cinco rodovias ao longo de 30 anos de concessão – não se sabe, porém, se esse valor ainda será mantido.

Entre as mudanças feitas no edital, segundo o governador Eduardo Riedel (PSDB) e o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, não deverá haver uma redução de quantidade de obras a serem realizadas nas estradas, mas o cronograma de execução deverá ficar mais “suave”, para que grandes investimentos não sejam feitos nos primeiros anos de contrato.

De acordo com o cronograma apresentado anteriormente pelo Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) do governo de Mato Grosso do Sul, estavam previstas para o segundo ano de contrato obras em viadutos e o início da duplicação de 104,94 km (dos 129,93 km totais) da BR-262.

Também estava incluído nesse período a construção de 69,41 km de terceiras faixas e de 433,32 km de acostamentos nas BRs 262 e 267, na MS-040, na MS-338 e na MS-395.

Entre as justificativas do Governo do Estado para conceder as rodovias à iniciativa privada está uma suposta economia bilionária aos cofres estaduais. "A análise comparativa indicou um benefício de aproximadamente R$ 1,25 bilhão para o Estado de Mato Grosso do Sul, em comparação com a contratação pelo modelo convencional de licitação. Os serviços serão prestados pela Concessionária, garantindo regularidade, continuidade, eficiência, segurança e tarifa justa, com benefícios diretos para os usuários das rodovias, incluindo a redução dos custos de transporte e a mitigação de acidentes", diz o texto publicado nesta quarta-feira no diário oficial.

TRAGÉDIA

Dois sul-mato-grossenses morrem carbonizados após acidente em SP

Ambos eram de Três Lagoas e seguiam pela Rodovia Marechal Rondon, quando foram atingidos por outro carro; dois adolescentes, um de 14 e outro de 17 anos, conseguiram sair do veículo antes de pegar fogo

17/02/2025 11h45

Eduardo, de 42 anos, o carro pegando fogo e Nádia, de 45 anos

Eduardo, de 42 anos, o carro pegando fogo e Nádia, de 45 anos Foto: Montagem

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Acidente entre dois carros resultou na morte de dois três-lagoenses carbonizados, na Rodovia Marechal Rondon (SP-300), em Mirandópolis, interior de São Paulo, na manhã deste domingo (16). Eles viajavam para participar de uma trilha nas cachoeiras da região, acompanhados por um grupo de amigos.

Segundo informações da Rádio Caçula, uma Ford Belina II, do qual era ocupado por Eduardo Carrapó, professor no município sul-mato-grossense, Nádia Souza e dois adolescentes de 14 e 17 anos, ambos filhos do rapaz, seguiam pela rodovia quando foram atingidos por um VW Santana, que vinha em alta velocidade.

O impacto fez com que o veículo pegasse fogo imediatamente. Presos às ferragens, Nádia e Eduardo não conseguiram escapar e morreram carbonizados. Já os adolescentes saíram do carro e foram resgatados com vida, mas precisaram ser encaminhados ao hospital de Mirandópolis, um deles em estado grave.

Além disso, outras três pessoas, que ocupavam o Santana, ficaram em estado crítico e foram encaminhadas ao pronto-socorro municipal. O condutor do veículo foi submetido ao teste do bafômetro, do qual constatou 0,37 mg/L de álcool no sangue, acima do permitido (0,33mg/L). Ainda, o rapaz não era habilitado e sofreu ferimentos, ficando internado durante o resto do dia.

Depois de receber alta hospitalar, o motorista do Santana foi encaminhado para a Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Andradina (SP), onde deve passar por audiência de custódia nesta segunda-feira (17). Ele deve responder por homicídio culposo na direção do veículo, lesão corporal culposa, dirigir sob efeito de álcool e sem carteira de habilitação.

Outro caso

No final do ano passado, no dia 21 de dezembro, José Carlos Lada, de 43 anos, morreu carbonizado, na rodovia MS-276, entre as cidades de Batayporã e Anaurilândia.

Segundo informações do jornal local Nova News, o acidente foi entre um VW Gol, que seguia sentido Anaurilândia-Batayporã, e uma carreta, que vinha na pista contrária. Por motivos que ainda a perícia vai concluir, o condutor do carro bateu na lateral do caminhão e, devido ao impacto, pegou fogo.

Com as chamas e a forte colisão, o Gol ficou bastante danificado e resultou na morte instantânea do motorista. Até o momento da publicação desta reportagem, o rapaz ainda não foi identificado. Mesmo com o impacto, o condutor da carreta não sofreu ferimentos e ficou no local para os procedimentos policiais.

Ainda, o acidente envolveu um terceiro carro, uma Fiat Strada, que seguia no mesmo sentido do Gol, e teria caído em uma ribanceira após tentar tirar o veículo da pista ao perceber o acidente. Com isso, a picape ficou danificada, mas o motorista saiu ileso e sem grandes ferimentos.

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"NOTA 8"

Alunos ganham armários em volta às aulas sem celular em MS

Estudantes da Escola Estadual Maestro Frederico Liebermann veem com bons olhos a mudança sobre a proibição do aparelho telefônico em colégios de Mato Grosso do Sul

17/02/2025 11h30

Marcelo Victor/Correio do Estado

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Alunos da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul voltaram às aulas, nesta segunda-feira (17), sob uma nova ótica dentro das escolas: a proibição do uso de aparelhos telefônicos nas instituições, que adotaram até armários para auxiliar seus estudantes a ficarem longe dos celulares. 

Conforme números da Secretaria de Estado de Educação (SED), as 348 unidades escolares da Rede Estadual de Ensino (REE) recebem mais de 180 mil estudantes. Somente Campo Grande (onde ficam 75 dessas escolas), comporta 40 mil desse total de estudantes. 

Além disso, houve expansão do atendimento do ensino em tempo integral, sendo que 213 do total oferecem turmas nessa modalidade que, juntos, comportam cerca de 50 mil estudantes integralmente. 

É o caso da escola estadual com quase 50 anos de história, Maestro Frederico Liebermann, que fica no Monte Castelo e, no melhor estilo "colégio estadunidense" , disponibilizou armários para seus alunos nas próprias salas de aula.

Celulares em escola do Monte Castelo ficam em armários no fundo da sala de aula. Foto: M.V

Ana Eliza Spazzapan é diretora em segundo mandato e já está há cinco anos na unidade, que atende estudantes desde o quarto ano do fundamental 1 até o terceiro ano do Ensino Médio. 

Ela esclarece as medidas adotadas na escola, frisando que o contato prévio e aviso aos pais já rendeu bons frutos para esse primeiro dia de aula. 

"Nós sabemos que temos um embate grande pela frente, mas hoje, por exemplo, tivemos a grata visão de não ter nenhum estudante com o celular na mão. Tivemos lista de transmissão pros pais já na semana que antecede ao dia de hoje (17), pedindo que não deixassem os filhos trazerem e que, se fossem trazer, que fizessem as orientações pertinentes para que eles não ficassem usando dentro da escola", diz. 

Nessa escola cada estudante recebeu um armário, que fica aos fundos da sala de aula, onde será possível armazenar o aparelho telefônico do estudante, caso seja levado para o colégio, havendo inclusive consequências que a diretora faz questão de "atenuar". 

Segundo a diretora, as estratégias do trato com os estudantes foram discutidas durante a semana pedagógica, sendo que a postura orientadora deve ser adotada nesse primeiro momento, porém, aqueles que insistirem em não obedecer à lei estarão sujeitos ao regimento escolar. 

 "Tentando primeiro um trabalho orientativo, para que eles entendam o motivo e o porquê, mas a gente sabe que sempre vai ter um que vai destoar da situação, aí esse não vai ter jeito. É educar o estudante, usar o amor, na verdade, porque não adianta ir na punição direto", afirma. 

Visão dos estudantes

Em um novo cenário de ambiente escolar, a aluna Isadora Correa, de 15 anos, lembra que, antes da nova resolução de proibição, os celulares inclusive eram usados de forma pedagógica dentro das salas de aula. 

Segundanista que em 2025 completa um ano nesse colégio do Monte Castelo, ela não deixa de ponderar ambos os lados da medida, seja o que vê como positivo e também aquilo preocupa ela e outros estudantes. 

"Às vezes a gente usava como método pedagógico, mas muita gente usava pra fazer besteira, tipo, coisas que não era pra estudar mesmo. Então eu acredito que pode ser bom, mas surgem muitas preocupações de como falar com os pais, etc.", expõe. 

Colega de sala, Heitor Saldanha, também com 15 anos, também encara com bons olhos a proibição do uso de celulares, seja pelos malefícios quanto pelos pontos flexíveis que podem extrair um melhor uso do equipamento por parte dos professores. 

"Vejo como um avanço, tanto em pensar que o celular atrapalha muito, sim, e também achei legal a ideia de não tirar totalmente, mas deixar também para fins pedagógicos", diz. 

Heitor não descarta ainda aqueles casos de rejeição à mudança, porém, ressalta que até mesmo nesses casos o impacto a longo prazo pode ser positivo. 

"Claro que muita gente vai se incomodar, muitos são antissociais, não gostam muito de conversar, então preferem ficar isoladas no seu celular, vendo a internet... mas também vai dar uma alavanca para pessoas que são assim a tentar se desenvolver mais, conversar, socializar", indica ele. 

Isadora, Carlos e Heitor deram nota 8 para a escola, já que nada é tão perfeito que não possa melhorar com o tempo”. Foto: M.V

Aluno da E.E Maestro Frederico há seis anos, Carlos Eduardo Machado, também de 15 anos, enxerga que a proibição deve mudar bastante a rotina da escola, principalmente na convivência entre os próprios estudantes. 

"Atrapalhava um pouquinho a comunicação entre os alunos. Ficou melhor pra todo mundo se conhecer e, também, vai ter mais aprendizado, estudos e pessoas inteligentes na escola", cita. 

Em um "raio-x" do passado, ele lembra que "geral ficava muito tempo no celular", sendo que a proibição servirá até como uma espécie de "detox" para os estudantes. 

"Tinha algumas pessoas que se isolavam, mexendo no celular, não se comunicavam. Tinha quem brigava porque não conseguia ficar sem internet. A gente já usa muito em casa, você vai tirando e vai se resolvendo com essa dependência dele", conclui.

Por fim, trocando os papéis e avaliando a recepção da  E.E Maestro Frederico Liebermann, cada um dos estudantes, simbolicamente, deu nota “8” para escola, dizendo que ainda estão vivendo esse experiência e, ainda que a pontuação sirva para passar de ano, eles frisam que “nada é tão perfeito que não possa melhorar com o tempo”. 

 

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