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coincidência?

Consórcio fatura R$ 42 milhões com a Semed no dia em que foi criado

Consórcio mineiro escolhido para construir 166 salas modulares foi fundado dia 13 de setembro de 2023, mesmo dia em que entrou em vigor Ata de Registro de Preços do Cointa

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O consórcio Lucerna, de Minas Gerais, foi escolhido pela Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande (Semed) para construção de 166 novas salas de aula, ao custo de R$ 42 milhões. Curiosamente, empresa foi criada exatamente no mesmo dia em que outro consórcio fez a Ata de Registro de Preços oferecendo o serviço por aquele valor, no dia 13 de setembro deste ano, conforme publicação do diário oficial da prefeitura de Campo Grande desta sexta-feira (24)

A Ata de Registro de Preços, que é uma maneira de “driblar” as licitações tradicionais, passou a vigorar no dia 13 de setembro deste ano, mesmo dia da criação do Lucerna.  Ela foi criada pelo Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari (Cointa), que reúne municípios da região norte de Mato Grosso do Sul. 

Ata garantindo preços entrou em vigor no mesmo dia da criação do Consórcio Lucerna

O consórcio mineiro contemplado com o contrato de R$ 42.071.040,00 tem sede em Belo Horizonte e é formado pelas empresas Officium Comércio e Representação e pela Ágora Construções e Empreendimentos, ambas da capital mineira. A Officium também tem apenas  “2 anos, 7 meses e 18 dias” de existência. A outra integrante do consórcio (Ágora), é um pouco mais antiga, foi criada em 2008.

Consórcio que vai construir 166 salas de aula tem pouco mais de dois meses

 Em busca de detalhes sobre estas “salas modulares”, o Correio do Estado ligou para o telefone que consta no site do Consórcio Lucerna, (31) 3337-4523, e a pessoa que atendeu afirmou que nunca tinha ouvido falar nesse nome e que naquele local também não existia nenhuma empresa com os nomes de Officium ou Ágora. No site desta, por sua vez, o telefone é o mesmo do consórcio. 

SÉRIE DE COMPRAS

Maior de todas, esta é a quarta compra vultosa que a Semed faz pegando carona em Ata de Registro de Preços feita por consórcios de municípios de diferentes estados em apenas um mês. Juntas, estas compras “sem licitação” totalizam R$ 92,4 milhões.

No dia 24 de outubro foi oficializada a assinatura de contrato da Semed pegando carona com um consórcio de municípios paulistas para investir R$ 27,3 milhões na aquisição de mobília escolar. o fornecedor escolhido foi a empresa paulista Maqmóveis, antigo vendedor de mobiílias para a prefeitura da Capital.. 

Depois, no dia 7 de novembro, foi publicado no Diogrande o investimento de R$ 7,44 milhões para compra de notebooks. Desta vez, a carona foi em uma Ata de Registro de Preços do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas (Codanorte). A empresa fornecedora será a Trema Brasil. 

Quatro dias depois, em 11 de novembro, saiu a publicação no Diogrande informando que a Semed estava investindo R$ 15,7 milhões na compra de parquinhos e brinquedos para serem distribuídos em todas as 205 escolas da Reme. A compra "sem licitação" foi feita pegando carona com o Consórcio Público Prodnorte, formado por 12 prefeituras da região norte do Espírito Santo. O fornecedor escolhido para entregar os R$ 15.782.830,49 em brinquedos e parquinhos foi o Onda Pro Importadora e Multivariedades Suprimentos. 

PACOTE

Todas a compras fazem parte de um pacote de investimentos quase R$ 200 milhões no setor de educação anunciado no começo da semana pela prefeitura Adriane Lopes. Além de parquinhos, mobiliário novo, notebooks e mais 166 salas de aula, existe também a previsão de instalação de aparelhos de ar condicionado em todas as salas de aula e instalação de energia solar nas unidades da Reme. Nestes dois últimos intens devem ser investidos em torno de R$ 60 milhões e tudo é com recursos próprios, segundo a prefeita.

Apresentado como “o maior pacote de ações na história da educação municipal da Capital”, o projeto também prevê a abertura de 6,6 mil novas vagas para estudantes e concurso para contratação de mais de 300 professores. 

As 166 novas salas modulares possuem 48 m² – espaço suficiente para 20 alunos – equivalente a 6.600 novas vagas. Além disso, a Prefeitura vai entregar novos uniformes e kits escolares para o início das aulas dos 111 mil estudantes. Com investimento em tecnologia, o total de 1.095 notebooks serão entregues para diretores e coordenadores da Reme; mais 899 estações de trabalho (computadores) para a Semed. Também é prevista uma Sala de informática itinerante”, detalhou a prefeitura em seu site.

Ao anunciar que a Educação estava evolunido 16 anos em 16 meses, o secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, afirmou que  “tudo nesse ano foi pensado e nós estamos aqui pelos nossos alunos. A educação é a base para qualquer sociedade se desenvolver, e Campo Grande tem se desenvolvido, diariamente, porque nós acreditamos na educação como um preditor para o sucesso da nossa cidade” . 

Com a palavra, a prefeitura: 

Na manhã desta sexta-feira o Correio do Estado procurou a Semed em busca de mais detalhes sobre as chamadas “salas modulares”  e o que explica a coincidência de ter sido escolhido um consórcio que foi criado exatamente no mesmo dia em que foi registrada a Ata de Registro de Preços pelo Cointa. Porém, até a publicação desta reportagem a assessoria não havia dado retorno. 

O retorno veio no fim da tarde: 

"É importante esclarecer que a Prefeitura de Campo Grande não realiza esse contrato sem procedimento licitatório. O caso citado refere-se a uma adesão de ata de registro de preços pela Prefeitura de Campo Grande junto ao Consórcio Cointa (Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari), localizado no Mato Grosso do Sul e em atividade há muitos anos. A ata de registro de preços foi constituída na modalidade de pregão eletrônico, conforme preceitua a legislação vigente, e homologada pelo TCE-MS.

Ocorre que, no referido processo licitatório havia a possibilidade de as empresas participantes concorrerem de forma consorciada, ou seja, juntando duas ou mais empresas para a execução do objeto proposto. Assim sendo, as empresas Ágora e Lucerna manifestaram junto ao Consórcio Cointa, a intenção de formalizar consórcio de empresas para participar do pregão, tendo oferecido a melhor proposta, sendo assim, as empresas vencedoras do certame instituíram no mesmo dia do pregão, o consórcio antes pactuado conforme determina a legislação.

As empresas Ágora e Lucerna possuem vasta experiência neste ramo e nesse sistema de construção, e existem há muitos anos.

Salienta-se que o telefone informado nos documentos desse consórcio de empresas pertence ao escritório de contabilidade, uma vez que este consórcio não possui sede própria, utilizando-se das empresas que o compõem para executar suas ações.

As salas modulares têm, cada, 48 metros quadrados. O sistema modular pré-fabricado são painéis de aço galvalume (liga de alumínio e zinco) revestido por espuma rígida de poliisocianurato (PIR), sendo do tipo “off-site” – fabricado em ambiente industrial e controlado, chegando praticamente prontos no canteiro de obras, sendo apenas montados no local da obra.

Trata-se de sistema construtivo “formado por um conjunto de módulos construídos em fábricas e com altos níveis de finalização, entregues no canteiro, montados e consolidados na fundação permanente”. Afirma-se que a construção modular oferece vantagens ambientais, econômicas e sociais, contribuindo para metas de sustentabilidade."

* Reportagem alterada às 20h, para acrescentar a resposta da prefeitura de Campo Grande. 

MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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SAÚDE

Mato Grosso do Sul tem três casos confirmados da gripe K

Casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1)

20/12/2025 12h00

UPA Tiradentes em Campo Grande

UPA Tiradentes em Campo Grande MARCELO VICTOR

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Ministério da Saúde confirmou três casos da gripe K, nesta sexta-feira (19), em Mato Grosso do Sul.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) identificou a presença do vírus e enviou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde positivou para o subclado K da Influenza A (H3N2).

Os casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1). Os infectados são:

  • bebê de cinco meses, do sexo feminino
  • mulher de 73 anos
  • homem de 77 anos

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS), dois pacientes não apresentavam comorbidades, enquanto um possuía histórico de hipertensão e diabetes.

Apenas um dos casos evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, todos já estão bem, já se recuperaram e estão em casa.

Os três pacientes não possuem registro de viagem internacional, contato com viajantes ou relato de deslocamento para outros estados.

Até o momento, quatro casos foram confirmados no Brasil, sendo três em MS e um no Pará. Após a confirmação, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

Veja a nota compartilhada pelo Ministério da Saúde:

"Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância da Influenza A (H3N2), em especial do subclado K, que, na América do Norte, tem sido mais frequente em países como Estados Unidos e Canadá. A medida ocorre em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte associados a esse vírus, incluindo países da Europa e da Ásia.

No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos do subclado K: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem. A amostra do caso do Pará foi analisada pela Fiocruz/RJ, laboratório de referência nacional, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz (SP). Nas duas situações, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados identificaram a presença do vírus e enviaram para os laboratórios de referência nacional para sequenciamento, conforme os protocolos da vigilância".

Veja a nota compartilhada pela SES-MS:

"A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, considerando a Nota do Ministério da Saúde e o Alerta Epidemiológico emitido pelo Estado, foram detectadas três amostras do subclado K da Influenza A (H3N2) em Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que não se tratam de casos suspeitos, uma vez que todos já foram confirmados laboratorialmente por meio de vigilância genômica. As amostras foram inicialmente processadas pelo Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública), que identificou a presença do vírus Influenza A. Conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde, as amostras biológicas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (SP), laboratório de referência nacional, onde foi realizado o sequenciamento genético que permitiu a identificação do subclado K, uma variante do vírus Influenza A (H3N2).

Quanto à existência de casos suspeitos no estado, a SES esclarece que não é possível afirmar com precisão, uma vez que a Influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente. Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como Influenza A (H1N1 ou H3N2), Influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial. Diante da confirmação dos casos, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu Alerta Epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do estado".

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo. 

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