Cidades

APONTA ESTUDO

Contrabando de cigarros eletrônicos gera prejuízo de R$ 104 milhões ao ano em MS

Estudo da USP aponta que MS é ponto estratégico para o contrabando devido a fazer fronteira com o Paraguai; produto é ilegal no Brasil, mas projeto de lei para regularização tramita no Senado

Continue lendo...

Um estudo inédito da Escola de Segurança Multidimensional (ESEM) do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo (USP) revelou que o Mato Grosso do Sul deixou de arrecadar R$ 104,09 milhões em impostos estaduais e federais em 2023 devido ao comércio ilegal de cigarros eletrônicos.

O levantamento foi apresentado nesta quarta-feira (25), no workshop “Fronteiras do Crime: O Desafio do Crime Organizado em Setores Altamente Regulados no Brasil”.

Para se chegar ao valor, foi levando em consideração impostos estaduais e federais que deixam de ser arrecadados com comércio ilegal dos cigarros eletrônicos.

O estudo projeta que, até 2028, a receita tributária potencial do mercado de cigarros eletrônicos pode chegar a R$ 152,40 milhões no Estado.

A pesquisa baseou-se em levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), que estimou um mercado consumidor potencial de 3,3 milhões de usuários de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) no Brasil, através de dados de crescimento observado pela Consultoria Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo pesquisa divulgada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), que analisou dados de 2018 a 2023 com pessoas de 18 a 54 anos, o Mato Grosso do Sul é o segundo Estado do país com maior número de consumidores do cigarro eletrônico, com 4% da população analisada (aproximadamente 31 mil pessoas) consumindo o produto, atrás apenas do Paraná, com 4,5%.

Fronteira facilita contrabando

A localização estratégica do Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, facilita o contrabando de cigarros eletrônicos e outros produtos ilegais.

A crescente quantidade de apreensões e a identificação das rotas e métodos usados pelos contrabandistas evidenciam o papel central de Mato Grosso do Sul como ponto estratégico para o tráfico transnacional.

O professor Leandro Piquet, coordenador da ESEM-USP, destaca que o comércio desses produtos no Brasil é sustentado por quatro pilares: proibição, contrabando, corrupção de agentes públicos e comercialização digital.

O estudo foi patrocinado pelo PMI IMPACT, que apoia iniciativas de combate ao comércio ilegal e capacita forças de segurança em toda a América Latina.

Regulamentação

Piquet enfatiza que o comércio online tem sido uma ferramenta central para a distribuição desses produtos, mesmo com a proibição imposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009.

Em 2023, a Anvisa reforçou as restrições, proibindo também a fabricação e transporte dos dispositivos.

Tramita no Senado um projeto de lei que regulamenta o consumo e o comércio de cigarros eletrônicos (PL 5.008/2023), de autoria da senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos).

Para a senadora, a regulamentação permitirá um melhor controle do comércio, inclusive com o combate às vendas ilegais, e viabilizará uma melhor proteção dos potenciais consumidores, especialmente crianças e adolescentes. Ela avalia que, na prática, a proibição hoje vigente é ineficaz.

A iniciativa conta com o apoio da indústria do tabaco; seus representantes afirmam que as novas regras vão gerar mais empregos e mais arrecadação por parte do governo.

O projeto de lei autoriza o consumo, a produção, a comercialização, a exportação e a importação dos dispositivos. E também trata do controle, da fiscalização e da propaganda dos cigarros eletrônicos.

O texto proíbe a venda ou o fornecimento para menores de 18 anos e prevê que quem desobedecer essa regra estará sujeito a multa de R$ 20 mil a R$ 10 milhões, além de detenção de dois a quatro anos.

O projeto também determina que os dispostivos eletrônicos para fumar deverão ter registro junto à Anvisa, à Receita Federal, ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Atualmente, o projeto está em análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde seu relator é o senador Eduardo Gomes (PL-TO).

     

Cidades

Incêndio com devastação de 333 mil hectares resulta em multa de R$ 100 milhões, no Pantanal

Fiscalização do Ibama identificou dos proprietários que foram apontados como responsáveis pela propagação do fogo

26/09/2024 18h31

Bombeiros atuam para apagar incêndios em várias regiões do Pantanal de Mato Grosso do Sul

Bombeiros atuam para apagar incêndios em várias regiões do Pantanal de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / Corpo de bombeiros

Continue Lendo...

Uma fiscalização que envolveu averiguações durante mais de 20 dias resultou e uma das maiores multas ligadas a uma só propriedade no Pantanal por conta de incêndios florestais, neste ano.

Os fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificaram falha de proprietários rurais para ignição de incêndio e aplicaram R$ 100 milhões em multa, dividido para dois proprietários de uma mesma fazenda. O local fica no município de Corumbá e o incêndio teve início em junho.

As infrações foram lavradas nesta terça-feira (24) e cabe recurso por parte dos autuados. Não há um prazo especificado para o pagamento. Após análise de dados, esse incêndio acabou devastando uma área de 333 mil hectares, o equivale a mais de duas vezes o território da cidade de São Paulo. 

O Ibama apontou que a ignição gerou danos para mais de 130 fazendas. "A área é a maior já devastada por incêndio provocado por uma única propriedade este ano no Pantanal, abrangendo, também, outros 135 imóveis rurais afetados pelo fogo", informou o órgão federal.

Os dados mostraram que o fogo teve início em vegetação nativa do Pantanal, no interior do imóvel autuado. As condições climáticas da região favoreceram para a propagação e o incêndio levou 110 dias para ser controlado pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). Também atuaram na região os Bombeiros de Mato Grosso do Sul, além de brigadas de outras fazendas.

Houve a constatação de ilícitos ambientais e, por conta disso, os dois responsáveis pelo imóvel rural foram identificados e multados por danificar vegetação nativa do Pantanal com uso de fogo sem autorização do órgão ambiental competente. Toda a área incendiada foi embargada pelo Ibama para permitir sua regeneração e projeto ainda precisará ser apresentado para aplicar medidas de plantio.

"O fogo causou danos ambientais severos a vegetações típicas do bioma Pantanal e impacto direto aos animais silvestres, com aumento de sua mortalidade e diminuição de substratos e recursos alimentares, dificultando sua sobrevivência. A fumaça gerada contribuiu para o aumento da poluição do ar em grande parte das cidades brasileiras, liberando poluentes atmosféricos, incluindo material particulado, gases tóxicos e compostos orgânicos voláteis. Esses gases e compostos favorecem a mudança climática ao potencializar o efeito estufa, além de gerar sérios riscos à saúde humana", detalhou a fiscalização do Ibama.

Desde agosto, o Ibama iniciou uma série de notificações preventivas a proprietários de imóveis rurais. O objetivo é exigir a adoção de medidas de prevenção e controle de incêndios em áreas agropastoris, com base na Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, instituída pela Lei nº 14.944, de 31 de julho de 2024.

As notificações orientam os proprietários sobre como proteger suas propriedades contra incêndios e alertam sobre as sanções aplicadas em caso de uso ilegal do fogo. A medida visa, principalmente, dissuadir novas ignições e evitar danos ambientais de grandes proporções.

Cidades

Marido dopava esposa para estuprar enteada de 12 anos em MS

Crime acontecia pelo período de pelo menos dois anos e após a prisão, o autor foi encaminhado até a Unidade Policial para as providências legais, onde deve permanecer à disposição da Justiça.

26/09/2024 18h15

Marido dopava esposa para estuprar enteada de 12 anos em MS

Marido dopava esposa para estuprar enteada de 12 anos em MS Álvaro Rezende

Continue Lendo...

A Seção de Investigações Gerais (SIG), realizou a prisão de um homem de 68 anos na manhã desta quinta-feira (26), ele é investigado pelo crime de Estupro de Vulnerável, cometido contra uma criança de 12 anos, à época dos fatos. A ação ocorreu no município de Ladário localizado a 426km de Campo Grande.

Segundo investigações, o homem seria padrasto da vítima e teria feito os abusos sexuais pelo período de pelo menos dois anos. Denominada “Operação Clamare” cumpriu mandado de prisão preventiva determinado pela justiça local.

Em nota, a Polícia Civil informou que o autor agia de modo extremamente ardiloso, tendo em vista que dopava a mãe da vítima e então praticava diversos atos sexuais com a criança. 

As diligências e depoimentos colhidos ainda apontam para graves ameaças que o investigado fazia contra a menor, querendo manter impunes suas condutas.

Após a prisão, o autor foi encaminhado até a Unidade Policial para as providências legais, e deve permanecer à disposição da Justiça. Ainda será necessário seguir com as investigações para apurar a dinâmica do crime.

Vale ressaltar que o nome da Operação é uma referência a palavra “clamare”, que significa “choro" em latim. 

Assine o Correio do Estado

 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).