Cidades

DINHEIRO DO CONTRIBUINTE

Corrupção mata os pobres, os velhos e os doentes na fila do SUS, diz juiz

Corrupção mata os pobres, os velhos e os doentes na fila do SUS, diz juiz

ADILSON TRINDADE E DANÚBIA BUREMA

14/11/2011 - 16h15
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Os escândalos de corrupção que já derrubaram, em menos de um ano, seis ministros do Governo Dilma Rousseff, e deixaram, no momento, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, na mira para cair, mostram a existência de organização criminosa para “roubar” o dinheiro do contribuinte. As autoridades do Judiciário de Mato Grosso do Sul começaram a se manifestar sobre o caso, engrossando a indignação da sociedade espalhada nas redes sociais e nas ruas de todo o País.

“A corrupção acaba matando os pobres, os velhos e os doentes na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) e deixa as pessoas morrerem de Aids”, afirmou o juiz federal Odilon de Oliveira, responsável pela vara de combate à lavagem de dinheiro e crimes financeiros. Por causa da corrupção, observou ele, há déficit de 100 mil escolas e de um milhão de professores no Brasil.

Portanto, segundo o magistrado, os crimes econômicos praticados contra a administração pública afetam diretamente os pobres. “Quanto mais baixa a classe social, mais as pessoas são atingidas pela corrupção”, observou Odilon, que critica duramente o legislador por criar normas permitindo a impunidade dos corruptos e corruptores.

Pela estatística em seu poder, o juiz aponta as consequências da corrupção. “Quem precisa de saúde é o pobre. Hoje, estima-se que 150 milhões de pessoas estão se tratando e morrendo pelo SUS”, disse. Ele observa ainda que só 20% da população têm plano de saúde. “Se o dinheiro desviado pela corrupção fosse usado em educação e saúde, a população teria um tratamento melhor”, afirmou.

Atraso
Avaliando outras consequências, o magistrado observou os efeitos devastadores do desvio do dinheiro do contribuinte para o desenvolvimento econômico do País. Para ele, a roubalheira provoca o atraso no desenvolvimento nacional, como também no crescimento econômico do município e do Estado corrupto. “A imagem do Brasil fica desgastada no exterior, causando um efeito político, ético e moral”, advertiu.

A corrupção provoca ainda, na avaliação do magistrado, a fuga de investimentos no País. Ninguém gostaria de trabalhar num Estado com os políticos, por exemplo, envolvidos em escândalos de lavagem de dinheiro, corrupção, peculato, sonegação fiscal e outros tipos de crimes que dilapidam os cofres públicos e empobrecem a Nação e enriquecem os corruptos sem medo de punição por causa da sensação da impunidade.

“A corrupção provoca o desemprego, afugenta investimentos estrangeiros e as empresas ao invés de gastarem seus lucros no País, por segurança, vão aplicar em um país onde não tenha nenhum problema”, argumentou o juiz.


Por causa da corrupção que assola o País, Odilon aponta ainda o agravamento da desigualdade social. “Ao invés de ter escola, nada tem. O rapaz estuda até o segundo grau e tem que parar (de estudar) para ajudar no sustento da família que não tem emprego”, afirmou o magistrado, ressaltando também como consequência o aumento da violência, da descrença popular nas autoridades e instituições, além do descrédito e da falta de respeito.

“Para você ter uma ideia, 45% da renda brasileira está nas mãos de 10% da sociedade, 50% da renda ficam com 15% da população e os outros 40% ficam entre aqueles que não são pobres e nem ricos, são os mais ou menos”, observou o juiz federal. A corrupção agrava a situação do brasileiro, “fazendo aumentar o percentual da miserabilidade”, acrescentou.

Campo Grande

Deputado estadual pede exoneração de servidor que desejou a morte de Bolsonaro

O pedido veio após um comentário nas redes sociais feito por Gabriel em uma publicação sobre o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro.

15/04/2025 16h15

Chefe do Detran-MS de Guia Lopes da Laguna comentou na foto de Bolsonaro

Chefe do Detran-MS de Guia Lopes da Laguna comentou na foto de Bolsonaro Divulgação

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O deputado estadual Coronel David (PL) formalizou, nesta terça-feira (15), o pedido de exoneração do cargo de chefe do Detran-MS de Guia Lopes da Laguna, Gabriel Meireles.

O pedido veio após um comentário nas redes sociais feito por Gabriel em uma publicação sobre o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro após uma cirurgia recente. Meirelles escreveu “Morra, capitão”, gerando revolta e fortes reações entre apoiadores do ex-presidente e autoridades políticas. 

“Esse servidor, de nome Gabriel Meireles, fez uma publicação extremamente ofensiva desejando a morte do presidente Jair Bolsonaro. Não é o tipo de comportamento que se espera de um servidor público. Lamento profundamente que um representante do povo use as redes sociais para esse tipo de ataque”, afirmou Coronel David.

O deputado formalizou o pedido ao secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, para que fosse avaliada a permanência ou não de Meireles no cargo. 

Ainda segundo o parlamentar, a indicação ao cargo de chefe do Detran-MS foi feita a Meireles na gestão municipal anterior, por meio de articulação política de um parlamentar federal do PT (Partido dos Trabalhadores). A permanência no cargo, segundo o Coronel, não condiz com a conduta ética exigida de agentes públicos. 

“Esse tipo de atitude, além de desumana, é incompatível com o serviço público. Solicitei que a permanência desse servidor fosse reavaliada com urgência”, completou.

Coronel David também criticou a fala do deputado Zeca do PT, que chamou o ex-presidente de “anticristo” e que não acredita na facada de 2018, colocando em dúvida a tentativa de homicídio contra Bolsonaro. 

“Lamento profundamente, deputado Zeca, que Vossa Excelência questione a gravidade de uma facada. Convido o senhor a visitar o presidente Bolsonaro comigo, para ver com seus próprios olhos a cicatriz dessa tentativa de assassinato”, disse o deputado. 

Bolsonaro passou por nova cirurgia

Em coletiva na última segunda-feira (14) com a equipe médica, o cardiologista Leandro Echenique disse que a cirurgia do ex-presidente foi “extremamente complexa e delicada”, com um total de 12 horas de operação. 

No entanto, ressaltou que o resultado foi “excelente”. Echenique afirmou que a cirurgia foi a mais complexa entre os procedimentos feitos por Bolsonaro desde a facada que sofreu em 2018 durante a campanha eleitoral. 

O ex-presidente passou pela operação no domingo (13) após passar mal no Rio Grande do Norte para tratar uma suboclusão intestinal, causada pela obstrução parcial do intestino. A causa da obstrução teria sido pela formação de aderências que surgiram após várias cirurgias feitas por conta da facada. 
 

Cidades

Câmara aprova "Lei anti-Oruam", que proíbe shows de artistas que fazem apologia ao crime

Projeto de lei leva o nome do rapper filho do traficante Marcinho VP e ainda precisa ser sancionada pela prefeita para entrar em vigor

15/04/2025 15h30

Projeto de lei leva o nome do rapper Oruam, filho do traficante Marcinho VP

Projeto de lei leva o nome do rapper Oruam, filho do traficante Marcinho VP Foto: Arquivo

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Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram, em regime de urgência nesta terça-feira (15), o projeto de lei conhecido como "Lei anti-Oruam", que proíbe que a prefeitura contrate, apoie ou divulgue show de artistas que envolvam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas.

Conforme a proposta, os artistas não poderão ser contratados para eventos abertos a crianças e adolescentes e que sejam pagos pelo poder público.

Para efeito da lei, caso seja aprovada, considera-se a definição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de que crianças são pessoas de até 12 anos incompletos e adolescentes são pessoas entre 12 e 18 anos incompletos.

A proposta estabelece que “o Município de Campo Grande deverá adotar medidas eficazes para a prevenção da violência e da exploração de Crianças e Adolescentes, além de fomentar iniciativas que afastem a criança e o adolescente de atividades que o deixe vulnerável à criminalidade, como o uso de drogas e apologia ao crime organizado”.

Conforme o projeto, “em caso de descumprimento da vedação a apologia ao crime ou ao uso de drogas, haverá a imediata rescisão contratual, além de multa no valor de 100% do valor do contrato, sem prejuízo de demais sanções administrativas”. A proposta teve uma emenda da vereadora Luiza Ribeiro aprovada, alterando termo da proposta

O projeto foi denominado "Lei anti-Oruam", em alusão ao rapper Oruam, filho do traficante e um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho, Marcinho VP, que está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande.

De autoria dos vereadores André Salineiro (PL) e Rafael Tavares (PL), foi inspirado em proposta da vereadora de São Paulo, Amanda Vettorazzo, que também apresentou texto sobre o mesmo tema e convidou parlamentares de todo o Brasil para abraçarem as propostas em suas cidades. Campo Grande foi uma das que aderiu.

Na justificativa do projeto, Salineiro afirmou que vários artistas nacionais fazem apologia ao crime e drogas em seus shows e cita, em especial, os do gênero funk.

Entre os casos, citados, ele ressalta show da cantora Ludmilla, em 2022, durante o evento Campão Cultural, onde ela cantou a música "Verdinha", com letra que fala de forma velada sobre maconha.

Denúnias poderão ser feitas por meio da ouvidoria do município ou outro canal de denúncia que for definido pela prefeitura, caso a lei seja sancionada.

Oruam

Projetos  conhecidos como "Lei anti-Oruam" vêm sendo apresentados em diferentes estados e cidades brasileiras.

O nome faz referência ao rapper Oruam, nome artístico do Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, 23 anos.

Ele é filho de Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, condenado a mais de 40 anos por crimes relacionados ao tráfico de drogas e homicídio. Preso desde 1996 , ele está em penitenciárias federais desde 2010, atualmente em Campo Grande.

O encarceramento não impediu que ele continuasse no mundo no crime. Mesmo de dentro do presídio, ele ordenou uma série de crimes que foram cometidos por outros faccionados.

O rapper Oruam já fez manifestações públicas pedindo a liberdade do pai, sendo a mais polêmicas a apresentação no Lollapalooza 2024, onde vestiu uma camiseta que pedia a liberdade de Marcinho VP.

O cantor tem uma tatuagem em homenagem ao pai e também ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.

Em março, ele visitou o pai na Penitenciária Federal de Campo Grande.

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