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Cotolengo denuncia que pacientes sofrem rejeição de motoristas de aplicativo

Muitos prestadores do serviço se recusam a transportar pessoas com deficiência, principalmente aquelas que usam cadeira de rodas, e outros não entram no local para o embarque/desembarque no ponto solicitado

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O Cotolengo Sul-mato-grossense realizou na manhã desta quinta-feira (12) uma ação para demonstrar gratidão aos motoristas de aplicativo que fazem o transporte dos pacientes da instituição, que atende mais de 650 pessoas com deficiência.

WhatsApp Image 2024 09 12 at 11.35.28Funcionários do Cotolengo entregaram frutas e água para os motoristas de aplicativo que fizeram o transporte correto dos pacientes. Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado

A ação, que oferece frutas e água aos condutores, chama a atenção para uma realidade dura: muitos motoristas rejeitam os clientes com destino ao Cotolengo, por não quererem transportar pessoas com deficiência e para não precisarem se adequar às possíveis necessidades do cliente.

O Cotolengo possui um espaço amplo, com diversos blocos - onde são realizados atendimentos variados -, e estacionamento. O espaço possui acesso asfaltado, mas muitos motoristas se recusam a entrar com o veículo para buscar o cliente.

"Quando os nossos pacientes buscam o transporte de aplicativo, os motoristas não entram aqui, muitas vezes cancelam a corrida ou ficam ali fora. Então, eles têm que sair para poder pedir um Uber. Hoje mesmo, já vi dois motoristas deixando de entrar aqui dentro. A gente partiu desse contexto para fazer esse dia de conscientização, falar com os motoristas, agradecer aos que entrarem, para dar essa continuidade no atendimento aos nossos pacientes", explicou a assistente social Patrícia de Oliveira.

José Celso Rocha, coordenador do Centro Especializado em Reabilitação da instituição, acredita que muitos dos condutores não entram no Cotolengo porque não sabem que podem entrar no local para buscar os pacientes. Mas, em alguns casos, o motorista apenas se recusa a prestar o serviço com qualidade.

Rocha comentou um caso recente, de uma paciente que usava muletas e teve que se deslocar do prédio do CER até a área externa do Cotolengo, justamente porque o motorista não quis entrar. O trajeto, feito por uma pessoa com plenas condições motoras, leva mais de cinco minutos para ser concluído. Nas condições climáticas atuais, com a umidade relativa do ar baixa e as altas temperaturas, o trajeto se torna ainda mais desconfortável.

A recusa de viagens é ainda maior para pacientes cadeirantes, que precisam transportar a cadeira de rodas.

"Muitos usam cadeira de roda, muleta, e os motoristas acham ruim, porque tem que entrar no carro deles com uma cadeira de roda, com uma muleta... Mas principalmente a cadeira de rodas. Tem que descer, fechar a cadeira, colocar no porta-malas. Em alguns carros o porta-malas é pequeno e outros, mesmo sendo um porta-malas grande, não gostam", disse José.

Por mais que a grande maioria dos pacientes compareçam ao Cotolengo com acompanhantes, os motoristas de aplicativo alegam que a logística atrapalha e atrasa o trabalho deles.

"Isso é o que eles dizem, né? Que atrasa e eles têm outras viagens para fazer. Então preferem não pegar a viagem", concluiu Rocha.

Clarice Maria Conso de Oliveira, mãe de Daiane, que usa cadeira de rodas, contou que já teve experiências muito ruins tentando o transporte por aplicativo com a filha.

Clarice Maria Conso de Oliveira, mãe de paciente do Cotolengo. Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado.  

"Já encontrei muitas dificuldades, já teve motorista que me humilhou, que humilhou minha filha. Tem muito cancelamento [de viagem por parte do motorista], principalmente quando a gente coloca na mensagem que precisa levar cadeira de rodas. Então, principalmente nessa situação, quando você coloca que tem cadeira, a maioria cancela. Eu já tive motorista que falou que não ia carregar 'esses troços' no carro, que não tinha pagado R$ 70 mil no carro para carregar esses 'troços', enfim, muita coisa", relatou.

Apesar das dificuldades, Clarice prefere focar nos bons profissionais que encontra pelo aplicativo.

"Graças a Deus, essas pessoas ruins são uma minoria, a maioria é do bem. Alguns me ajudam muito na cadeira de rodas, outros não gostam, mas carregam", acrescentou.

Cotolengo

Cotolengo Sul-Mato-Grossense é uma sociedade civil com personalidade jurídica de caráter exclusivamente beneficente, cultural, educacional e assistencial.

Em Campo Grande, o Cotolengo chegou em 1996, com a missão de acolher e atender crianças, jovens e adultos com paralisia cerebral grave e/ou com múltiplas deficiências intelectuais e físicas, independente de raça, sexo, religião, bem como seus familiares, visando sua reabilitação e inclusão social.

Atualmente a instituição atende em média 650 pessoas com deficiência, através de três projetos:

  • CENTRO DIA, atende pessoas com a incidência de encefalopatia crônica não progressiva (Paralisia Cerebral Grave);
  • RESIDÊNCIA INCLUSIVA, atende pessoas, com deficiência (entre 18 a 59 anos), em situação de dependência, residindo estes na Instituição Cotolengo;
  • CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO - CER Il, atende mensalmente pessoas com deficiência (sequelas neurológicas, deficientes físicos e intelectual) através de atendimentos clínicos com equipe multidisciplinar.

Saiba: A origem do nome "Cotolengo" remonta ao ano de 1830, quando o padre José Benedito Cotolengo fundou "La Piccola Casa" (A Pequena Casa), uma instituição para pobres doentes em Turim, na Itália. A obra multiplicou-se pelas mãos de São Luís Orione, fundador da Pequena Obra da Divina Providência, sendo levada para mais de 30 países, dentre os quais o Brasil.

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Justiça manda Jamilzinho devolver fortuna extorquida de casal em MS

Imbróglio entre as partes se arrasta há 12 anos; decisão cabe recurso

07/04/2025 18h30

Jamil Name ao lado do filho, Jamilzinho, ambos ligados ao processo

Jamil Name ao lado do filho, Jamilzinho, ambos ligados ao processo Foto: Divulgação

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Preso desde o fim de 2019 na Operação Omertà, Jamil Name Filho foi condenado a devolver a fortuna roubada mediante extorsão do empresário José Carlos de Oliveira e de sua esposa, Andréia Flávio de Souza.  

Em julho de 2022, em decisão publicada no Diário da Justiça de Mato Grosso do Sul, Jamil Name Filho foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelo crime de extorsão, sendo determinado o pagamento de multa de R$ 1,7 milhão às vítimas. Desde então, a Justiça do Estado manteve a prisão dele. 

Em setembro de 2019, o empresário e seu pai foram denunciados por se apropriarem do patrimônio das vítimas, o empresário José Carlos de Oliveira e a esposa, Andréia Flávio de Souza.

O casal teria realizado um empréstimo que culminou em uma dívida, a partir da qual o casal passou a ser extorquido.

Conforme a informações da investigação, a casa de Jamil, localizada no Jardim Monte Líbano, era usada como depósito de um arsenal de armas de grosso calibre, pertencentes a uma organização criminosa. 

O ocorrido

José Carlos de Oliveira, Andréia Flávio de Souza ajuizaram a ação contra Jamil Name e Jamil Name Filho, sob alegação de que em novembro de 2012,  José contraiu, junto aos Name, um empréstimo de R$ 130 mil com juros de 20% ao mês e, no início de 2013,  outro empréstimo de R$ 150 mil com juros de 6% ao mês, tendo, para garantia, emitido e entregue a Jamilzinho diversos cheques pessoais e empresariais, justamente com os valores e vencimentos, além de duas notas promissórias. 

Contudo, conforme o processo, Jamilzinho e o pai demoraram para entregar os valores emprestados e “antes mesmo que o fizessem, passaram a descontar e repassar para terceiros, que também apresentaram para desconto, os cheques emitidos em garantia dos empréstimos.”

Em outubro de 2013, José já havia pago R$ 400 mil de juros. “Naquela época, as partes combinaram de comprar conjuntamente uma área, tendo José emitido e entregue aos réus, R$ 400 mil, para garantir o adimplemento do pagamento de sua parte do preço.”, diz a sentença.

O negócio, contudo, não se concretizou e, em janeiro de 2014, Jamil Name Filho, dizendo que José estava lhe devendo R$ 620 mil, exigiu que a dívida fosse paga em um ano, se não "iria ver com quem estava mexendo."

José argumentou que contraiu empréstimos no total de R$ 280 mil e que já haviam sido compensados cheques entregues em garantia, na importância total de R$ 600 mil. 

Em julho de 2014, após um empréstimo frustrado, para o qual José emitira uma nota promissória de R$ 200 mil, os réus entregaram a José, por aquele valor, um veículo Mohave, que, na época, estava avaliado em R$ 80 mil  na Tabela Fipe.

De acordo com a decisão, alguns meses depois, Jamil Name Filho chamou José em sua casa, disse que sua dívida perfazia R$ 1.320.000,00 e, acompanhado de três seguranças e mediante ameaça, “exigiu que José lhe entregasse uma área que havia comprado".

José, que até então já havia pago R$ 1.500.000,00 de juros, sugeriu entregar a área aos réus e que estes lhe devolvessem R$ 300.000,00, com a quitação total da dívida. Jamil Name Filho discordou e disse para José que era melhor fazer que lhe era exigido, pois, do contrário, arrancaria sua cabeça.”

Mediante ameaça, José assinou dois contratos particulares de cessão de direitos que lhe foram apresentados, transferindo os direitos da propriedade para Name.

“Os réus não devolveram os diversos cheques de emissão de José que ainda tinham em seu poder, que continuaram utilizando em diversas negociações e, depois, exigindo do autor, sob ameaça, que cobrisse os seus pagamentos. Os réus, então, chamaram o autor em sua casa, onde disseram a José que sua dívida, naquela ocasião, perfazia R$ 1.620.000,00, tendo José discordado e Jamil Name Filho sacado e encostado uma pistola na cabeça de José, exigindo que ele lhe transferisse sua casa como garantia”, diz outra parte do documento.

Em 2017, José e sua mulher assinaram os documentos que lhes foram apresentados para transferir sua casa aos réus, que afirmaram que após receberem-na, devolveriam a José o imóvel.

Abaixo, os termos da condenação: 

  • condeno os réus a restituir aos autores os valores que deles receberam, em pagamento de juros, acima das taxas médias praticadas à época das celebrações dos empréstimos de R$ 130.000,00, em novembro de 2012, e de R$ 150.000,00, em janeiro de 2013;
  • anulo as cessões de direito de f. 62/65 e 66/69, e a compra e venda de f. 70/73, nas quais a declaração da vontade restou viciada por coação, nos termos do art. 151 do CC; 
  • condeno os réus no pagamento de indenização por fruição do imóvel residencial do contrato de f. 70/73, desde junho de 2017 até a reintegração dos autores em sua posse, no valor equivalente ao de um aluguel, pelo preço de mercado vigente, durante cada mês do aludido período, a ser apurado em liquidação, na forma do art. 509, I, do CPC; 
  • condeno, solidariamente, os réus, no pagamento de indenizações de R$ 180.000,00 para o autor José, e R$ 180.000,00 para a autora Andréia, para reparação dos danos morais que lhes causaram, corrigidas a partir desta sentença, na forma da Lei 14.905/2024, e, com juros de 1% ao mês desde a citação até o início da vigência da Lei 14.905/2024 e, a partir daí, nos termos desta lei; 
  • declaro nulos todos os cheques, notas promissórias e quaisquer outros títulos de crédito emitidos pelos autores, que não tenham sido pagos e estivessem, ou estejam, em poder dos réus, posto que emitidos para garantia dos empréstimos já quitados, uma vez que não se tem notícia da existência de outros negócios (o que sequer foi aventado nos autos) realizados entre as partes que justifique a posse de tais títulos pelos réus.

Os advogados de Name recorreram da sentença, enquanto a defesa de José Oliveira e Andreia Souza pede a manutenção da sentença na íntegra. 

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Secretário espera fechar 1,5 mil buracos por dia em força-tarefa

Execução do serviço começou nesta segunda-feira (7) e seguirá enquanto o tempo não estiver chuvoso

07/04/2025 17h44

Com vários buracos na cidade, força-tarefa foi iniciada nesta segunda-feira

Com vários buracos na cidade, força-tarefa foi iniciada nesta segunda-feira Foto: Divulgação / Prefeitura de Campo Grande

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A Prefeitura de Campo Grande iniciou nesta segunda-feira (7) uma força-tarefa para tapar buracos na cidade. A expectativa é que sejam fechados de 1,5 mil a 2 mil buracos por dia, segundo o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Marcelo Miglioli.

O secretário disse ao Correio do Estado que são sete equipes nas ruas, concentradas em ações emergenciais em pontos críticos, reduzindo os impactos causados pelo período chuvoso, quando novos buracos se abriram em várias regiões da cidade.

A força-tarefa de tapa-buraco segue enquanto o tempo estiver firme, ou seja, caso haja novas chuvas, as ações serão interrompidas.

Neste primeiro dia, estavam programados trechos de mais de 40 vias, incluindo as Avenida Gury Marques, Tamandaré, Presidente Vargas, Duque de Caxias, Júlio de Castilho, Afonso Pena, ruas 14 de Julho, Cacildo Arantes, Dr Zerbini, Indianápolis e Avenida Aracruz, entre outros.

A Sisep informou ainda que, além da atuação das equipes nas ruas, estão sendo monitoradas as condições das vias, para priorizar os trechos com maior fluxo de veículos e os mais comprometidos pelas chuvas.

"O objetivo é garantir trafegabilidade e segurança para motoristas, motociclistas e pedestres, além de minimizar os danos causados ao transporte coletivo", diz o Executivo Municipal, em nota.

“A gente precisava de três a quatro dias de estiagem e com a previsão de uma trégua nas chuvas, agora temos condições de colocar nossas equipes nas sete regiões e nos dois distritos com essa força-tarefa. Estamos nas ruas, junto com as equipes, ouvindo a população e tomando decisões para resolver os problemas com responsabilidade e resultado.”

Chuvas

Conforme reportagem do Correio do Estado, a Sisep disse que com as chuvas fortes que caíram nos últimos dias, os serviços de manutenção de vias não pavimentadas e o tapa-buracos nas ruas asfaltadas ficam inviáveis e paralisam de forma momentânea, até que o clima esteja adequado para a retomada dos trabalhos.

Em março, choveu em Campo Grande 191,4 mm. Em comparação com janeiro e fevereiro deste ano, março foi o mês mais chuvoso.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os dias 31 e 19 foram os mais chuvosos em março. No último dia do mês passado, choveu 43,6 mm e, no dia 19, foram registrados 64,2 mm. Ontem, conforme dados do Inmet, a precipitação foi de 9,2 mm. 

Atualmente, os serviços de reparos após estragos causados pela chuva estão concentrados na barragem do Lago do Amor, que cedeu novamente após um temporal.

Um dos pontos onde o asfalto foi carregado pela chuva na semana passada está localizado na Rua Nelson Figueiredo Júnior, no Jardim Bela Vista. O trecho já recebeu reparos emergenciais da prefeitura, com a colocação de camadas de brita graduada que tamparam partes tiveram o asfalto levado pela água.

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