Cidades

Violência

Crianças e adolescentes correspondem a 86% dos casos de estupro em MS

Foram registrados no estado, até agora, 937 casos de violência sexual. Destes, 870 foram em mulheres.

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O Boletim do Observatório da Mulher de Campo Grande, divulgado hoje (27) pela Procuradoria Especial da Mulher trouxe dados sobre a violência sexual em homens e mulheres de Mato Grosso do Sul e na Capital. 

De acordo com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (SEJUSP), até agora, foram registrados no estado 937 casos de estupro. Destes, 870 foram em mulheres.

Vale observar que, mesmo o ano de 2025 estando apenas na metade, este número já equivale a 37,61% dos casos de todo ano passado e que as mulheres, crianças e adolescentes, continuam sendo as mais vulneráveis à violência sexual no estado. 

442 dos casos registrados envolveram crianças e 364, foram da violência em adolescentes. Isso corresponde a 86% do número total dos casos de violência sexual no estado.

Somente em Campo Grande, até agora, foram registrados 267 casos, sendo 223 vítimas do sexo feminino e 39 do sexo masculino. 125 dos casos são de crianças e 87, adolescentes, o que corresponde a 79,4% dos casos totais. 

O mês de junho, até agora, foi o mês com menos casos registrados desde o início do ano, com 102 casos até agora. 

A vereadora Luiza Ribeiro (PT), Procuradora Especial da Mulher, ressalta que o boletim tem o objetivo de mapear os perfis das vítimas para que “medidas urgentes e coordenadas sejam tomadas”. 

“Combater a violência sexual exige a união das áreas da saúde, assistência social, educação e justiça criminal. Precisamos fortalecer a rede de proteção e, sobretudo, ouvir e acolher essas meninas”, afirmou. 

Luiza também destacou a importância da escola como um dos primeiros espaços onde as vítimas conseguem relatar a violência sofrida. Por isso, a importância da implementação da Lei 13.935/2019, que garante a atuação de profissionais de Psicologia e Serviço Social nas escolas públicas, o que contribui para prevenção e identificação precoce dos casos. 

Procuradoria Especial da Mulher Vanessa Ricarte

Criada em 2021, com o objetivo de discutir políticas públicas voltadas às mulheres de Campo Grande, a Procuradoria recebeu o nome da jornalista Vanessa Ricarte no dia 18 de março deste ano. 

O caso da assessora expôs falhas no atendimento a mulheres vítimas de violência, quando solicitou medida protetiva contra o ex-noivo, Caio Nascimento, que não foi prontamente atendido.

Antes de ser morta, Vanessa gravou um áudio à uma amiga relatando que uma delegada sugeriu que ela entrasse em contato com o agressor para que ele deixasse a residência, gerando revolta e debates sobre o atendimento prestado a ela na Delegacia da Mulher (DEAM). 

A procuradoria é coordenada pela vereadora Luiza Ribeiro (PT) e tem como membros a vereadora Ana Portela (PL), primeira procuradora adjunta, além dos vereadores Papy (PSDB), Maicon Nogueira (PP) e Júnior Coringa (MDB), que ocupam, respectivamente, os cargos de segundo, terceiro e quarto procuradores. 

Denuncie

Em caso de denúncia, o cidadão pode ligar para o 180, que é a Central de Atendimento à Mulher. Além disso, também pode denunciar através da ouvidoria do Tribunal Superior Eleitoral (tse.jus.br/servicos-eleitorais/ servicos/ouvidoria) e pelo Ministério Público Eleitoral.

Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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