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Da cadeia, traficante rastreava caminhão da cocaína e a própria mulher

Ele subornava policiais penais e por conta disso tinha acesso a celular e permanecia em presídio de baixa segurança, fazendo com que mantivesse seus negócios

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Apontado pelo Ministério Público como chefe de um grande esquema de narcotráfico, que envolvia uma série de servidores públicos estaduais, o traficante Kleyton de Souza Silva rastreava de dentro da prisão de Aquidauana não só o seu caminhão usado para transportar cocaína, mas também sua mulher, Lana da Silva Gonçalves. 

Conforme o Gaeco, que no último dia 7 desencadeou a Operação Blindagem, que teve Kleyton como um dos principais alvos, Lana  era uma espécie de "braço direito" do traficante. Ela "é a principal responsável pela contabilidade da OrCrim, efetuando a maior parte dos pagamentos e recebimentos decorrentes das atividades criminosas".

Além disso, "cedeu seu nome para o registro de bens de elevado valor, abertura de contas bancárias utilizadas na movimentação de recursos e chegou até a constituir empresa de fachada em seu nome, tudo a fim de ocultar, movimentar e reintegrar ao mercado formal os capitais ilícitos obtidos com os crimes praticados pelo grupo riminoso". Mesmo assim, o traficante fazia questão de monitorar seus movimentos.

Em junho de 2022, quando instalou um rastreador via satélite no caminhão usado para levar cocaína de Campo Grande até São Paulo, ele avisou sua companheira que o HB20 utilizado por ela também passaria a ser vigiado de perto. 

"Você faz parte dessa Frota aí que nós vamos comprar eu tô colocando rastreador no caminhão e no HB20 e você faz parte dessa Frota em você também",  diz transcrição de um áudio que ele mandou para sua companheira em 23 de junho de 2022. 

Isso evidencia, segundo o Gaeco, que ela "também faz parte da “frota” de bens dele". Como estava preso, nem mesmo poderia ter acesso a celular.  Porém, como subornava servidores, tinha aparelho com rastreador via satélite. 

E essa capacidade de rastreamento era utilizada por ele como sendo uma das grandes vantagens do seu negócio, que ele chamava de "frete seguro", conforme apurou o Gaeco. Além de fazer o transporte da cocaína que ele mesmo comercializava, ganhava dinheiro transportando droga para outros. Para isso, cobrava em torno de R$ 150,00 por quilo. 

SUBORNOS

Até a semana passada, Kleyton estava recolhido no presídio de Aquidauana por conta de duas condenações por tráfico. Juntas, somam pouco mais de 20 anos. A primeira ocorrência foi em 2012, quando "caiu" com quase uma tonelada de maconha. 

Depois disso, em agosto de 2019, quando já estava no semi-aberto, foi apontado como comprador dos cerca de 100 quilos de cocaína furtados de dentro da delegacia de Aquidauana. No caso, até um delegado foi cumplice do "sumiço" da droga. O caso foi descoberto e Kleyton voltou para a cadeia. 

Porém, nunca ficou isolado. A investigação do Gaeco apontou que ele subornava até mesmo o diretor presidente do sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul, Aud de Oliveira Chaves, que foi um dos alvos da Operação Blindagem no último dia 7. 

O ex-diretor, segundo a investigação, impedia que fosse transferido de prisão e ainda garantia que seus desafetos rivais no narcotráfico ou na venda de armas ficassem sem acesso a celular em diferentes presídios do Estado. 

Outro servidor que estava em sua folha de pagamento, conforme o Gaeco, era o policial penal Alírio Francisco do Carmo, que chegou a receber R$ 25 mil pela transferência e isolamento de um concorrente de Klayton e uma caminhonete F-250 avaliada em R$ 75 mil para garantir que ele continuasse em Aquidauana. 

“Mané, eu dei uma F-250 pra ele, pra ele blindar meu primo lá que os caras queriam dar bonde", diz um áudio de um dos integrantes da quadrilha ao evidenciar que o policial penal havia sido pago para impedir a transferência de Kleyton. E foi justamente este áudio que "batizou" a operação desencadeada no dia 7 pelo Ministério Público. 

Mas, apesar de se vangloriar do esquema seguro que havia montado pela levar cocaína até São Paulo, geralmente em junto a cargas de salgadinhos ou papelão carregadas em Campo Grande, o caminhão rastreado de Kleytou acasou sendo interceptado com 280 quilos de cocaína. A carreta estava com um compartimento oculto no qual era possível esconder até 700 quiols de cocaína ou maconha. 

A interceptação ocorreu em outubro de 2022, menos de três meses depois de instalar o rastreador, evidenciando que o monitoramento do caminhão e do HB20 não era dos mais eficazes. 



 

Memorando de Entendimento

MS será palco de 'teste agropecuário' com a Google

Agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar decisões do produtor 

06/12/2025 13h30

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática.  Reprodução//Secom-GovMS/Saul Schramm

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Através de um acordo de cooperação técnica assinado recentemente, Mato Grosso do Sul está prestes a se tornar palco de um "teste agropecuário" com o Google. 

O Memorando de Entendimento (MoU) assinado com a Google Brasil, conforme o Governo de MS em nota, prevê "cooperação em tecnologia, inteligência artificial e infraestrutura em nuvem, envolvendo áreas essenciais da administração pública". 

Distante aproximadamente uns 980 quilômetros da Capital, o governador de Mato Grosso do Sul viajou com sua equipe de secretários de Estado - Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) -  até o "coração" da popular Faria Lima, para reunião com executivos da empresa na sede da Google. 

Durante assinatura, Riedel relembrou o foco do Executivo sul-mato-grossense na transformação digital, que ele diz ser fundamental para a "efetividade da gestão estratégica sair do papel e ser executada", alcançando finalmente a população. 

Entre todos os focos a serem abordados, o agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar as decisões do produtor. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

Em complemento Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, apontou os índices de crescimento econômico e social sul-mato-grossense, que só tendem a melhorar com as ações de modernização e otimização de políticas públicas que passarão a contar com maior amparo tecnológico. 

"Mato Grosso do Sul já é uma potência no agronegócio e a tecnologia pode ser uma aliada para o crescimento do Estado. Queremos apoiar o Governo do Estado a levar o impacto positivo da tecnologia para a população", disse o executivo em nota. 

Demais áreas

Além do campo, as tecnologias do Google também devem ser aplicadas nas mais diversas áreas, possibilitando um melhor desempenho para alunos e até aumentando a eficiência administrativa das unidades escolares da Rede Estadual de Ensino (REE). 

As chamadas soluções de nuvem (para armazenamento de dados e sistemas online) e machine learning (aprendizado de máquina) permitiram um avanço na organização de dados, por parte da gestão pública, além de trazer mais transparência e economia dos recursos.

Toda essa nova base de dados permitirá, ainda, no futuro, que novas aplicações da Inteligência Artificial sejam integradas aos serviços essenciais à população, beneficiando áreas como saúde, segurança e finanças, como bem cita o Governo do Estado. 

Na visão do Executivo de MS, esse novo acordo é tido como um passo decisivo rumo a uma administração mais moderna, inteligente e conectada às necessidades da população. 
**(Com assessoria)

 

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SEM ACORDO

Dentistas negam proposta de Adriane Lopes e podem virar ano em greve

Categoria está em estado de greve desde o dia 15 de novembro, e acordo com o executivo municipal ainda está 'longe' de acontecer

06/12/2025 12h30

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5)

Proposta da Prefeitura foi abaixo do esperado pela classe, que recusou em Assembleia nesta sexta-feira (5) Foto: Divulgação/Sioms

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Há cerca de 20 dias em estado de greve, os dentistas que trabalham na rede pública de Campo Grande negaram a proposta da Prefeitura e indicaram entrar em greve a partir do dia 17 de dezembro, seguindo assim por 30 dias caso não haja acordo com o executivo municipal.

Desde o dia 15 de novembro, o Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande estão em sério debate sobre o descumprimento judicial referente ao reposicionamento do plano de cargos e carreiras, provisionado desde 2022.

Nesta última semana, o executivo enviou uma proposta à categoria, para tentar chegar a um acordo antes que uma paralisação ocorra.

Sobre o reposicionamento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR):

  • 30% dos reflexos financeiros no mês de maio de 2026;
  • 35% no mês de maio de 2027;
  • 35% no mês de fevereiro de 2028;

Já sobre o auxílio alimentação:

  • 50% dos reflexos financeiros no mês de outubro de 2027;
  • 50% no mês de março de 2028;

Sobre o índice inflacionário, a Prefeitura pontuou “estar impossibilitada por questões legais”.

Porém, a proposta foi negada pela categoria. Na assembleia desta sexta-feira (5), além de votar sobre o acordo ou não com o executivo, os dentistas também indicaram data para a greve, iniciando-se no dia 17 de dezembro e durando cerca de 30 dias, ou seja, até dia 17 de janeiro. Todavia, a data é passível de alteração e até anulação caso as partes entrem em acordo.

“Haverá um cuidado, que foi discutido nesta Assembleia, para não haver prejuízos à população, tanto que 100% dos atendimentos em plantões, sejam ambulatoriais ou emergenciais, vão continuar em funcionamento. Então, a população que tiver alguma situação de dor ou de procura do cirurgião-dentista da unidade de saúde, de emergência, terá seu atendimento garantido”, explica o presidente do Sioms David Chadid.

Novela

A categoria afirma que o movimento é consequência do descumprimento, por parte da gestão municipal, do prazo judicial para efetivar o reposicionamento salarial determinado pela Justiça, decisão já confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde maio deste ano, a categoria busca reaver ajustes salariais que ficam entre 15% e 68%.

O descumprimento da liminar que garante a progressão vertical da carreira foi considerado o estopim para a organização da assembleia, uma vez que, segundo o sindicato, os profissionais estão há três anos sem atualização salarial e a não regulamentação do auxílio-alimentação.

Entre os pedidos, os sindicalistas querem a implementação a partir de abril de 2026 de auxílio alimentação de R$ 800, além de reposição de 15% sobre os pagamentos de plantões a partir de setembro do próximo ano - sendo os dois últimos pedidos escalonados em duas parcelas. 

Além de reposições salariais, a categoria também está pedindo melhores condições de trabalho. Em uma assembleia recente, cerca de 100 dentistas relataram condições precárias de trabalho nas unidades municipais de saúde, incluindo compressores quebrados, falta de insumos básicos, como luvas e rolinhos de algodão, além da pressão crescente sobre os profissionais, fatores que, segundo o sindicato, impactam diretamente a qualidade do atendimento à população.

*Colaborou Alison Silva

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