Cidades

MEIO AMBIENTE

De 20 investigações sobre incêndios no Pantanal, 5 seguem em andamento

Superintendente da PF em MS afirmou que muitos dos casos sob suspeita foram destinados para as autoridades estaduais

Continue lendo...

Das mais de 20 investigações sobre incêndios no Pantanal abertas pela Polícia Federal (PF) ao longo de 2024, 5 continuam em andamento, por meio de inquéritos ligados ao meio ambiente e às queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, todas na região de Corumbá. 

Em entrevista ao Correio do Estado, o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, disse que este número poderia ser amplamente superior, visto que 70% das investigações de todo o último ano não resultaram em indiciamentos.

“Cerca de 70% das nossas investigações de crimes ambientais não resultaram no indiciamento de ninguém. Fomos aos locais onde os satélites indicavam a presença do fogo. Desse universo, identificamos as áreas de interesse da União e do governo federal, onde fizemos as operações e identificamos os autores dos crimes”, destacou D’Ângelo. 

O superintendente falou sobre como a PF trabalha em casos como esses.

“Verificamos tudo. Se isso [investigação de crime ambiental] aqui não é problema da Polícia Federal, isso aqui é da Justiça comum, a gente manda para o Estado ou mesmo encerra sem conclusão nenhuma. A gente pode dizer que, ali [Corumbá], em quase 100% dos nossos inquéritos chegamos à autoria, materialidade e circunstância”.

Em todo o Brasil, segundo dados obtidos pelo jornal O Globo, via Lei de Acesso à Informação, até o dia 16 de dezembro do ano passado, foram registrados 44.392 procedimentos na Polícia Federal, dos quais 5.250 foram direcionados ao meio ambiente.

Além desse recorte, outros 19.203 inquéritos investigam crimes fazendários e 3.913 apuram ocorrências que envolvem tráfico de drogas. 

Em Mato Grosso do Sul, foram abertos 1,7 mil inquéritos, conforme dados apurados com a PF pela reportagem, sendo apenas esses 5 com relação ao meio ambiente.

O Globo também revelou que o Ibama aplicou R$ 451 milhões em multas, contra 138 alvos, por queimadas na Amazônia e no Pantanal, maior valor já cobrado pelo órgão, com a maioria dos autuados acusada de destruir e danificar vegetação nativa com fogo e sem autorização da autoridade ambiental.

INCÊNDIOS

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 464.015 focos de incêndio em todo o Estado no ano passado. Desse universo, 313.575 incêndios (67,5%) foram registrados na região pantaneira do Estado. Segundo a PF, o período serviu para reforçar as investigações sobre crimes ambientais, sobretudo em relação às queimadas. 

Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) apontam que 1,9 milhão de hectares foram queimados no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso até setembro do ano passado, uma vez que ontem o portal da plataforma estava fora do ar. 

Na ocasião, as mudanças feitas na metodologia usada para identificar as áreas afetadas pelo fogo, segundo os pesquisadores, permitiram uma maior precisão no sensoriamento remoto e no cruzamento de dados históricos com os mais recentes, o que causou uma redução de 30% na área atingida pelo fogo no bioma, já que antes a informação era de 2,8 milhões de hectares consumidos pelo fogo. 

INVESTIGAÇÃO

Entre as investigações abertas pela PF após os incêndios no Pantanal está a apuração de um esquema de falsificação de documentos e uso de terras que pertencem ao governo federal, além de tentativa de utilização dessas áreas para a criação de gado ou para a exploração ilegal de minérios. 

Nas três situações, duas áreas eram de difícil acesso, locais acessados via embarcação a uma hora e meia de Corumbá, Rio Paraguai acima. Um desses locais foi alvo da Operação Arraial São João, deflagrada em setembro de 2024 para combater incêndios criminosos, desmatamento, exploração ilegal de terras da União e associação criminosa. 

Em agosto, a PF deflagrou a Operação Chamberlin, com o objetivo de combater delitos como desmatamento, redução a condição análoga à escravidão, mineração ilegal e grilagem de terras.

Na ocasião, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Corumbá e um mandado de busca e apreensão em Cuiabá, em Mato Grosso. Foram apreendidas mídias com conteúdo digital, dinheiro, armas de fogo, pedras preciosas e veículos. Todo o material foi submetido à análise pericial.

Na Operação Prometeu, realizada no fim de setembro 2024, agentes da PF identificaram que um imóvel que apresentava irregularidades envolvendo grilagem tinha 6.419,72 hectares e servia para abrigar em torno de 2,1 mil cabeças de gado na época da fiscalização.

Por conta da investigação, a estimativa foi de que um total de 7,2 mil cabeças de gado chegaram a ser movimentadas pelos grileiros. O valor total dessa produção girava em torno de R$ 23 milhões a R$ 28 milhões, a depender da cotação do boi magro. 

Os dados coletados revelaram que a área queimada era alvo deste tipo de crime ambiental e, posteriormente, servia de espaço para grilagem das áreas, com a realização de fraudes nos órgãos governamentais. 

Os envolvidos foram indiciados por incêndio em mata ou floresta, desmatar e explorar economicamente área de domínio público, falsidade ideológica, grilagem de terras e associação criminosa.

Saiba

Em agosto do ano passado, a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, disse que havia mais de 20 inquéritos abertos pela Polícia Federal para investigar incêndios no Pantanal. A informação foi repassada em coletiva de imprensa na sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília (DF). Ao todo, eram 31 em todo o Brasil.

Assine o Correio do Estado

Fatalidade

Após três meses bebê afogada pela mãe morre em MS

A confirmação foi feita pela avó, na madrugada desta quinta-feira (09), por meio das redes sociais

09/01/2025 17h00

Reprodução Redes Sociais

Continue Lendo...

A bebê Emília Lara, de 1 ano, que ficou com complicações após ser afogada em uma bacia pela própria mãe, em setembro de 2024, não resistiu e morreu na madrugada desta quinta-feira (09), em São Gabriel do Oeste.

Como acompanhou o Correio do Estado, a mãe da bebê, de 31 anos, foi presa em setembro do ano passado após atentar contra a vida da própria filha.

Em decorrência da gravidade do estado de saúde da bebê, ela deu entrada na Santa Casa de Campo Grande, no Centro de Terapia Intensiva (CTI), e, segundo avaliação médica, ainda que sobrevivesse, teria sequelas.

A menina lutou pela vida por 45 dias e teve alta no dia 18 de outubro, mas apresentou complicações e foi internada novamente no Hospital Regional de Campo Grande devido a um quadro de pneumonia.

Após esse período, chegou a retornar para casa, mas, no dia 19 de dezembro, deu entrada no Hospital de São Gabriel do Oeste. A avó, de muita fé, comemorou a alta da pequena, que fez 1 ano no dia 25 de dezembro.

Por meio das redes sociais, a avó compartilhava os momentos que passou com a neta. No dia 1º de outubro, publicou uma foto ao lado dela com os dizeres:

“Às vezes, Deus te usa para salvar alguém, ou coloca alguém na sua vida para te salvar. E, em alguns momentos, Ele une vocês, para que se salvem juntas”, e assinou que estava 'vovózeando'.

Por meio das redes sociais, nas quais a avó atualizava cada progresso e momento, veio o aviso do falecimento da menina:

“Hoje o céu vai brilhar mais forte, pois ganhou uma nova estrelinha. A despedida sempre é dolorosa, mas eu sei que você está bem melhor agora… Te amarei para sempre”, escreveu.

Entenda


A investigação foi conduzida pelo delegado Matheus Alves Vital, que relatou que a mulher teria tentado afogar a filha em uma bacia com água, usada para dar banho na bebê.

O ato foi interrompido pela genitora - avó da vítima -, que, ao chegar, viu a criança submersa e acudiu a neta. Ela prestou os primeiros socorros e correu para pedir ajuda na rua.

A mãe foi autuada em flagrante pelo crime de homicídio qualificado, na forma tentada. Durante interrogatório, confessou que realmente tentou matar a criança.

Por meio de vídeo o delegado contou detalhes do interrogatório e disse que ao questionar os motivos do crime, ela informou que tinha brigas constantes com sua própria mãe, a avó da criança, que havia dito que era para ela "sair de casa", que "não gostaria mais que ela criasse a neta dela" e que "ela queria criar a neta".

"Com o objetivo de atingir a sua própria mãe, essa investigada foi e tentou tirar a vida da própria filha", disse o delegado.

Segundo Matheus Vital, foi verificado na delegacia que a autora possui problemas psiquiátricos, faz uso de remédio controlado e é usuária de drogas.

"Não foi possível identificar, no ato do flagrante, se ela estava consciente ou não dos atos que ela estava praticando, e por conta disso ela foi atuada pelo crime de homicídio qualificado na forma tentada", acrescentou.

** Colaborou Alanis Netto

Assine o Correio do Estado

Cidades

Investigado por fraude, fazendeiro de MS é dono de avião que caiu em SP

Ao todo cinco pessoas estavam na aeronave no momento do acidente; piloto não sobreviveu

09/01/2025 16h00

Investigado por fraude, fazendeiro de MS é dono de avião que caiu em SP

Investigado por fraude, fazendeiro de MS é dono de avião que caiu em SP João Mota/TV Vanguarda

Continue Lendo...

Na manhã desta quinta-feira (9), um avião explodiu após cair em Ubatuba, no litoral de São Paulo. A aeronave pertence à família Fries, do fazendeiro Nelvo Fries - alvo da Operação Grãos de Ouro, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), que investigava um esquema de fraude fiscal envolvendo o uso de notas fiscais falsas. 

De acordo com registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) os proprietários do avião são Nelvo Fries, Maria Gertrude Fries, Mireylle Fries, Celso Fries, Leyna Fries e Crystopher Fries. Ao todo cinco pessoas estavam a bordo no momento da queda, Mireylle, seu esposo, dois filhos e o piloto - que morreu depois de ser retirado das ferragens em parada cardiorrespiratória e passar por tentativa de reanimação.

Conforme informações da Rede Voa, que administra o aeroporto, a aeronave era do modelo Cessna Citation 525 CJ1, quando saiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, e tentou pousar em Ubatuba. As condições meteorológicas eram ruins, com chuva e pista molhada.

A Santa Casa de Ubatuba informou à TV Globo que os quatro feridos estão estáveis, em atendimento. Outras três pessoas estavam em terra e foram atingidas pelos destroços da aeronave, no entanto, apenas uma foi ferida e socorrida pelo Samu que identificou uma fratura.

A família Fries tem propriedades em Mato Grosso do Sul e em Goiás, sendo uma das principais figuras na área do cultivo e comercialização de grãos. Eles migraram do Rio Grande do Sul (RS) para o Centro-Oeste na década de 1970, segundo informações, a família também é fomentadora do Rotary Clube e do Centro de Tradições Gaúchas (CTG).

Segundo apurado pela TV Anhanguera, a família Fries produz soja e realiza um projeto ambiental que replanta árvores nativas da região. Ao todo, mais de 2 milhões de árvores já foram replantadas. Ainda segundo informações, é na fazenda da família que nasce o Rio Araguaia.

Imagens mostram a aeronave caindo dentro do mar. Ao explodir, uma nuvem de fumaça tomou conta do céu:

**Com informações de Estadão Conteúdo**

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).