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SEGURANÇA?

De acidentes a agressão, Consórcio Guaicurus acumula processos em Campo Grande

Concessionária responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande acumula 81 processos como ré na Justiça estadual

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Alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal, o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande, figura como réu em 81 processos na Justiça estadual – isso, em primeira instância. A maior parte é referente a acidentes de trânsito, no entanto, há relatos até de agressão dentro de ônibus.

A atuação da concessionária de ônibus tem sido investigada pelos vereadores de Campo Grande neste ano por reclamações ligadas à prestação do serviço para o qual venceu a licitação, porém, muitas pessoas já reclamam do transporte público de outra forma, na Justiça, com casos registrados desde 2014, pelo menos.

O mais recente processo é deste mês, ingressado na semana passada por um motociclista que sofreu um acidente no dia 8 de abril deste ano, ao ser atropelado por um ônibus do Consórcio Guaicurus.
Segundo o relato da defesa de André dos Santos Gonçalves no processo, o motociclista seguia na Rua Marquês de Herval, quando um ônibus da concessionária cruzou na sua frente para entrar na Rua Uirapuru.

Conforme o processo, o ônibus estava na pista central, enquanto o motociclista ia pela pista da esquerda. Quando o carro da concessionária quis fazer a conversão à esquerda, acabou atingindo André.

“Em função do acidente, o autor sofreu diversas escoriações e hematomas pelos braços, rosto, cabeça, pernas e joelhos, recebendo alta hospitalar, sendo diagnosticado com uma lesão no ombro direito, conforme laudos médicos ora acostados. Fato é que até o presente momento o autor se encontra totalmente incapacitado de realizar suas habituais atividades, pois, diante das graves lesões em seu corpo, conforme elencado acima, lida diariamente com muita dor, inclusive para realizar atividades básicas, como tomar banho, realizar necessidades pessoais”, diz trecho do processo.

Por causa disso, a defesa da vítima do acidente pede pensão mensal de dois salários mínimos, mais encargos, até que o motociclista complete 75 anos, o que significa dizer que seriam 35 anos, totalizando R$ 159.390,00. Além disso, pede R$ 50.000,00 por danos morais e mais R$ 50.000,00 por danos estéticos, totalizando R$ 259,3 mil de indenização.

“Mesmo se algum dia puder voltar a trabalhar, o que é de se duvidar, diante da situação em que a autor se encontra, as opções de serviços que poderá desempenhar se reduziram drasticamente, dadas as incapacidades e as limitações sofridas pelo acidente em questão, inclusive com base no histórico laboral do autor, sempre tendo trabalhado em ofícios de natureza braçal”, alega a defesa do motociclista.

O processo tramita na 13ª Vara Cível de Campo Grande e, como ingressou recentemente, ainda não houve decisão sobre o pedido.

AGRESSÃO

Em um segundo caso, a vítima teria sido agredida por um motorista do Consórcio Guaicurus, no dia 29 de julho do ano passado, na linha Caiobá.

Segundo o processo, a vítima, um estudante que na época tinha 18 anos, entrou no ônibus com um ventilador, porém, não teria conseguido passar a catraca porque o carro estaria superlotado. A defesa conta que, em determinado momento, o motorista do carro teria insistido para que o passageiro passasse a catraca, o qual teria recusado, por entender que ele não caberia do outro lado com o eletrodoméstico.

O processo ainda narra que, naquele momento, o motorista de ônibus teria agido de forma agressiva na tentativa de fazê-lo passar a catraca.

“Embora o requerente tenha realizado tentativa amigável para resolução do conflito, o motorista, de modo agressivo e autoritário, na frente de inúmeros outros passageiros do transporte coletivo, arremessou para fora do ônibus o ventilador do requerente, insistindo em sua saída forçada”, conta a defesa.

Neste momento, o rapaz teria atirado a bolsa do condutor, que o teria agredido fisicamente.

“O requerido não somente empurrou o requerente, como também o arranhou, deixando marcas em seu corpo, causando lesões corporais leves”, conta.

A defesa do jovem ainda anexou dois laudos que comprovariam o fato de que ele teria deficiência intelectual leve e, na época, apresentava uma idade mental de 9 anos a menos de 12 anos.

Os advogados pediram R$ 30 mil de danos morais e R$ 150,00 de danos materiais, “a título de reparação pelas lesões sucedidas”. O processo ainda está em tramitação na 4ª Vara Cível de Campo Grande.

SEM LUZ

Um terceiro processo contra o Consórcio Guaicurus traz uma situação um tanto pitoresca. O aposentado Francisco Antônio Rodrigues Macieira, de 63 anos, entrou na Justiça, com pedido de indenização por danos morais e materiais, depois que um ônibus do Consórcio Guaicurus furou uma barreira em sua rua e danificou o poste de energia em sua casa.

Conforme o processo, no dia 25 de fevereiro deste ano, um carro da linha Parque do Sol/Terminal Aero Rancho cruzou uma barreira feita pelos moradores da Rua Leopoldina de Queiroz Maia para evitar acidentes, “em decorrência da fiação elétrica da rede pública ter cedido e baixado após as chuvas e ventanias ocorridas naqueles dias”. 

Ao insistir em passar pela via, o ônibus não só arrastou a fiação, como danificou o padrão de energia existente no imóvel do idoso. 

A defesa de Francisco narra que ele teve de arcar, sozinho, com R$ 1.920,00, valor cobrado pela concessionária de luz pelo poste e o padrão de energia, e ainda teria permanecido dois dias sem energia elétrica.

O idoso pede o valor pago pelo poste de volta, assim como R$ 60 mil por danos morais. O caso ainda não foi julgado pela 1ª Vara Cível de Campo Grande.

SAIBA

Além da qualidade do serviço, questionada pela CPI do Ônibus, o Consórcio Guaicurus ainda vive enxurrada de ações contra o tratamento dado aos consumidores e moradores da Capital.

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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

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Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

atraso nas chuvas

Nível do Rio Paraguai começa a subir e traz alento à mineração

Nos últimos 12 dias subiu 24 centímetros na régua de Ladário, mas ainda está longe de alcançar o nível ideal para o transporte de minérios

20/12/2025 18h30

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

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Depois de chegar a 3,31 metros na régua de Ladário no dia 16 de julho, o nível do Rio Paraguai estava baixando ininterruptamente até o dia 8 de dezembro, quando atingiu a mínima de apenas 24 centímetros. Depois disso, começou a subir, mas tardiamente. No ano passado ele começou a subir quase dois meses mais cedo.

E, apesar de até agora as chuvas terem sido escassas na região norte de Mato Grosso do Sul e no sul de Mato Grosso, o nível do rio está melhorando nos últimos 12 dias e neste sábado amanheceu  em 54 centímetros. O nível ainda está longe do necessário, mas já traz alívio para o setor de transporte de minérios, que está praticamente parado faz dois meses. 

Nos dez primeiros meses do ano foram escoados, segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), 7,6 milhões de toneldas de minérios pela hidrovias, batendo todos os recordes de movimentação. Incluindo grãos e outros produtos, o volume transportado pelo Rio Paraguai chega a 8,2 milhões de toneladas em dez meses de 2025.

Em 2023, que até então era o melhor ano do setor, o volume de minérios havia chegado a 5,6 milhões de toneladas nos dez primeiros meses do ano. Naquele ano, porém, havia muito mais água no rio e o pico da cheia chegou a 4,24 metros. Depois que ultrapassa os quatro metros em Ladário o rio começa a transbordar e a alagar a planície pantaneira.

No ano passado, quando atingiu seu pior nível da história, com 69 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário, as chuvas fortes chegaram mais cedo e o Rio Paraguai começou a subir já a partir do dia 17 de outubro. 

Por conta disso, no dia 20 de dezembro já estava em 94 centímetros, o que é 40 centímetros acima do nível em que amanheceu neste sábado (20). Estas chuvas logo no início da temporada, em setembro do ano passado, foram fundamentais para que o transporte de minérios fosse retomado logo no começo de 2025.

O cenário, porém, será diferente no começo de 2026. Sem as dragagens que estão previstas no projeto de concessão da hidrovia, o nível ideal para o transporte é acima de 1,5 metro. Porém, as barcaças ainda descem pela hidrovia, com volume menor, até que o rio tenha em torno de um metro na régua de Ladário. 

E, como até agora os rios subiram pouco na região sul de Mato Grosso, a pespectiva é de que o nível em Ladário só chegue a 1,5 metro depois de janeiro, atrapalhando o transporte de minérios no primeiro mês do ano. Em janeiro de 2025, por exemplo, foram despachadas 521 mil toneladas de produtos. No final do mês o rio já estava em 1,34 metro. 

O nível se manteve acima de um metro até o dia 20 de outubro deste ano. No dia primeiro daquele mês ainda estava em 1,79 metro, mas recuou rapidamente e no final do mês estava em apenas 66 centímetros. Mesmo assim, segundo a Antaq, ainda foram despachadas 678 mil toneladas de minérios, o que equivale ao volome de cerca de 14 mil carretas bi-trem somente em outubro. 

TRIBUTÁRIOS IMPORTANTES

Embora os rios Miranda e Aquidauana desemboquem no Rio Paraguai abaixo da régua de Ladário, a água destes dois tributários é fundamental para melhorar a navegabilidade. E, esta semana foi a primeira vez que ambos superaram a marca dos quatro metros, segundo dados do Imasul. 

Na sexta-feira (19), em Aquidauana, o rio com o mesmo nome da cidade alcançou 4,56 metros, o que ainda é 1,5 metro abaixo do nível de alerta. Somente quando supera os 7,3 metros é que entre em situação de emergência. Ou seja, já se passaram quase quatro meses do período de chuvas e o Aquidauana não encheu nenhuma vez. 

Situação parecida ocorreu com o Miranda. Após as chuvas do começo da última semana, ele chegou a 4,48 metros na régua instalada próximo à cidade de Miranda. Ele também só entra em situação de emergência depois que ultrapassa os 7 metros, o que não aconteceu nenhuma vez na atual temporada de chuvas. 

O Rio Coxim, por sua vez, chegou a entrar em nível de alerta ao longo da última semana, ultrapassando os quatro metros. Mas, depois de alcançar 4,16 metros começou a baixar. Somente depois que ultrapassa os cinco metros é que se considera que ele encheu. 

O Rio Piquiri, na divisa com Mato Grosso, que entra em situação de emergência somente depois que ultrapassa os 5,8 metros, estava em apenas 2,12 metros nesta sexta-feira, apesar das chuvas que atingiram a região ao longo da semana. 


 

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