Cidades

DOURADOS

De tornozeleira, ex-secretário da Saúde participa de festinha sem usar máscara

Suspeito de corrupção, Renato Vidigal fez festa em cidade campeã de contágio pela Covid-19

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O ex-secretário de Saúde de Dourados, Renato Vidigal, preso em novembro do ano passado acusado de desvio de dinheiro público através de fraude em licitações, participou de festa de aniversário na companhia de amigos durante o mês de maio.  

Vidigal foi solto em março deste ano, após a defesa alegar que ele sofre de problemas respiratórios e poderia arriscar sua saúde permanecendo na Penitenciária Estadual de Dourados (PED). 

O ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), considerou a tese, mas impôs prisão domiciliar monitorada com tornozeleira eletrônica.  

A medida que impede Vidigal de sair de casa não atrapalhou a sua participação no aniversário de amigo, servidor público na Prefeitura de Dourados. O evento ocorreu em maio, já durante estado de emergência declarado devido à pandemia do novo coronavírus.

A imagem obtida pelo Correio do Estado mostra que o argumento de risco à saúde que garantiu prisão domiciliar ao ex-secretário, não o preocupou naquela data. Vidigal não usava máscara de proteção, assim como as demais pessoas presentes no evento.

Se a festa tiver sido realizada no dia em que foi publicada, 28/5, a cidade já tinha 220 casos confirmados, um óbito e 16 internados. Esse número hoje é bem maior: 2.670 infectados, 53 internados (sendo 31 em UTI’s) e 26 óbitos.

MÁSCARA

Desde o início da pandemia, o uso de máscara é considerado essencial para os grupos de risco, ao qual o investigado integra. Atualmente o equipamento é regra para circulação em áreas públicas e comércios.

Questionado, o advogado do ex-secretário, João Arnar, disse não saber sobre o ocorrido e que o cliente segue recluso em casa. 

Sobre a possibilidade de ter saído durante a prisão domiciliar, ele descartou a hipótese, considerando o uso da tornozeleira. “Se ele tivesse saído, imediatamente o Judiciário acionaria a prisão para a PED”, disse.

QUER VOLTAR A TRABALHAR

Arnar ainda acrescentou que a defesa de Vidigal deve levar ao Supremo Tribunal Federal  o pedido de liberdade do médico para que ele tenha possibilidades de trabalhar. O advogado não confirmou se o ex-secretário tem passado por problemas financeiros. “Não tenho acesso às questões pessoais dos meus clientes”, afirmou.

A investidura em instância superior se dá após a negativa do STJ em converter a prisão domiciliar em cautelar diversa.  

Na decisão o ministro Nefi Cordeiro considerou que “como se verifica, não há, no caso, qualquer vício a ser sanado, pois o pleito foi decidido com a devida e clara fundamentação,  constando que o juízo de piso substituiu a prisão preventiva em estabelecimento prisional por prisão domiciliar, antes mesmo ao julgamento do presente feito, o que inevitavelmente conduz à prejudicialidade do pedido ante a necessidade de submissão do novo título ao exame da instância ordinária. 

Ademais, ainda que assim não o fosse, da decisão concessiva do habeas corpus constou a idoneidade dos fundamentos para prisão processual, apenas tendo sido admitida a substituição por outras cautelares menos gravosas diante da peculiaridade de ser o paciente integrante do grupo de risco, e que a marcha processual do caso já não revelava a necessidade da segregação extrema”.  

DESVIO DE DINHEIRO DA SAÚDE

Renato Vidigal responde na justiça à denúncia que o acusa de integrar organização criminosa dentro da Secretaria de Saúde na época em que respondia pela pasta.  

As suspeitas se deram após a Operação Purificação, deflagrada em 2018, descobrindo fraude em licitação para contratar marmitaria que forneceria refeições aos pacientes e acompanhantes da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e Hospital da Vida.  

A suspeita apontada pelo Ministério Público Federal é de que o grupo tenha desviado R$ 532 mil em recursos da saúde. Vidigal é apontado como sócio-proprietário da marmitaria e cabeça da ação, com o ex-diretor financeiro da pasta Raphael Henrique Torraca Augusto. A empresa estava registrada em nome de ‘laranja’.  

Em uma segunda fase da ação, em novembro de 2019, o MPF buscou esclarecer indícios de que houve também um direcionamento em licitação com empresa contratada para transportar pacientes. 

O valor do serviço adquirido pela gestão municipal era de R$ 1,2 milhão, custeados pela Secretaria de Saúde.  

Na época a Polícia Federal chegou a afirmar que análise dos contratos públicos firmados constatou o desvio de recursos em montante que ultrapassa R$ 2 milhões.

Esta fase da Operação Purificação resultou na prisão preventiva de Vidigal e Torraca em 6 de novembro do ano passado.

OPERAÇÃO

DOF apreende mais de R$ 5 milhões de produtos irregulares

Dois homens foram presos em flagrante após policiais encontrarem notebooks, celulares e medicamentos em duas carretas na BR-262 no interior do Estado

18/12/2025 10h27

DOF apreende produtos irregulares avaliados em R$ 5,1 milhões

DOF apreende produtos irregulares avaliados em R$ 5,1 milhões Foto: Divulgação/DOF

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Na última quarta-feira (17), policiais militares do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), apreenderam mais de R$ 5 milhões em aparelhos eletrônicos ilegais. Ação encerrou com dois homens, de 49 e 53 anos, presos em flagrante.

Enquanto realizavam patrulhamento na BR-262, no trecho da zona rural do município de Ribas do Rio Pardo a 97 quilômetros de Campo Grande, os militares abordaram duas carretas, uma Iveco Stralis e outra Scania R560.

Diante do comportamento de nervosismo dos condutores devido a abordagem, os policiais realizaram a vistoria e encontraram 950 aparelhos de telefone celular, 29 notebooks do modelo MacBook – que custam a partir de mil reais – e 13 caixas de medicamentos de origem estrangeira.

Sem a comprovação fiscal dos produtos armazenados dentro das carretas, ao serem questionados, os homens informaram que pegaram a mercadoria na capital sul-mato-grossense e a levariam por mais 820 quilômetros, até Paulínia (SP).

Ao chegar no destino, cada um receberia R$ 4 mil pelo transporte da mercadoria. O valor dos produtos apreendidos foram avaliados em aproximadamente R$ 5,1 milhões e encaminhados à Delegacia da Polícia Federal em Campo Grande

Parte do Programa Protetor das Fronteiras e Divisas, a ação do DOF ocorreu em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp),e com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

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MATO GROSSO DO SUL

Operação mira lavagem de dinheiro do PCC e tem alvos em cidade de MS

Ao todo, estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão e 19 de busca e apreensão em 5 municípios

18/12/2025 10h15

Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogas

Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogas Divulgação: Secretaria de Segurança Pública de São Paulo

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A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), a Operação Argyros para desarticular um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação tem reflexos diretos em Mato Grosso do Sul, com cumprimento de mandados em Ponta Porã, cidade que faz fronteira com o Paraguai e era usada como rota de abastecimento da organização criminosa.

Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogasCarros de luxo foram encontrados na Operação

Ao todo, estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão e 19 de busca e apreensão. Cerca de 70 policiais da 6ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat) participam da operação, que ocorre na capital paulista, Carapicuíba, Bragança Paulista, Botucatu e também em Ponta Porã.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, um homem foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogas.

Segundo o delegado Tárcio Severo, responsável pela operação, as investigações começaram há cerca de quatro meses, após a identificação de integrantes de uma quadrilha envolvida com o tráfico de drogas. Com o avanço das apurações, a polícia descobriu que o grupo fazia parte de um esquema maior, ligado ao PCC.

Também foram apreendidos dois veículos, um fuzil, uma máquina prensadora e embalagens com resquícios de drogasEmbalagens com resquícios de droga também estavam no local

De acordo com a investigação, os criminosos mantinham “negócios” na região de Ponta Porã para comprar drogas no Paraguai e, depois, revendê-las em São Paulo por valores mais altos. O lucro obtido com o tráfico era usado para sustentar uma vida de luxo e, ao mesmo tempo, disfarçado por meio de empresas de fachada.

“Com esse serviço ilícito, eles adquiriram bens, imóveis, carros de luxo, relógios e outros itens de alto valor. Todo o dinheiro era lavado para não levantar suspeitas”, explicou o delegado.

Ainda conforme Severo, operações desse tipo vão além da apreensão de drogas e prisões. “A gente combate o tráfico, mas também asfixia financeiramente a organização criminosa. Tiramos os recursos para que eles não consigam mais investir no esquema, além de apreender o que foi comprado com dinheiro do crime”, afirmou.

O nome da operação, Argyros, vem do latim e significa “prata”, em referência ao padrão de vida luxuoso mantido pelos integrantes do grupo criminoso a partir das atividades ilegais.

Os casos serão registrados na 6ª Disccpat, ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). As ações seguem em andamento e novas prisões ou apreensões não estão descartadas.

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