Cidades

COMETEU SUICÍDIO

Delegada da PF que prendeu
ex-reitor da UFSC é alvo de investigação

Delegada da PF que prendeu
ex-reitor da UFSC é alvo de investigação

REVISTA FÓRUM

03/12/2017 - 12h03
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Uma ferida que não cicatriza e um enorme desejo de que seja feita Justiça. Esses dois fatores motivaram a família de Luis Carlos Cancellier de Olivo, ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a ingressar com um pedido de investigação de abuso de autoridade contra a delegada da Polícia Federal de Santa Catarina, Erika Mialik Marena, responsável, entre outras ações, pelo pedido de prisão de Cancellier, em 14 de setembro.

O procedimento de responsabilidade administrativa, civil e penal tramita no Ministério da Justiça, foi endereçada ao ministro Torquato Lorena Jardim e requerido por Acioli Antônio Cancellier de Olivo e Júlio Cancellier de Olivo, irmãos do ex-reitor, e por Mikhail Vieira Cancelier de Olivo, seu filho.

Embora não fosse do conhecimento de Acioli, a delegada Erika Mialik Marena é frequentemente protagonista de investigações com ampla cobertura da mídia, muitas delas com repercussão muito acima do justificável. “A ideia foi uma iniciativa da família”, revela Acioli.

Entretanto, o mais incrível da situação é que, enquanto é alvo de ação, a delegada Erika acaba de ser promovida. Ela foi confirmada como a nova superintendente da Polícia Federal em Sergipe.

A decisão foi tomada pelo diretor-geral da PF, Fernando Segovia. Erika atuou na Operação Lava Jato até o final de 2016, quando foi chefiar a área de combate à corrupção e desvios de verbas públicas da superintendência da PF em Santa Catarina, ocasião em que comandou o caso que envolveu a UFSC.

Cancellier foi o principal alvo da Operação Ouvidos Moucos, chefiada por Erika, que conseguiu na Justiça Federal um mandado de prisão contra o então reitor da UFSC. Por solicitação da delegada, ele também foi proibido de frequentar as dependências da universidade, a qual considerava extensão de sua casa. Ao se sentir “banido”, entrou em profunda depressão e se suicidou.

Acioli descreve as justificativas no requerimento: “Todo o espetáculo hollywoodiano conduzido pela representada em detrimento dos mais comezinhos princípios e garantias individuais constitucionalmente previstos foram fatores determinantes para o desfecho trágico da operação, que culminou na morte de Luis Carlos Cancellier de Olivo”.

Uma das reclamações se refere ao vazamento da Operação, que foi desencadeado após uma investigação que estava sob sigilo. Ou seja, voltou-se a observar a prática cada vez mais comum de vazamentos, que ocorrem nas grandes operações da Polícia Federal.

No documento, o irmão do ex-reitor denuncia: “A ausência do necessário sigilo, com a divulgação excessiva de informações equivocadas pela PF, estigmatizou todos os investigados, especialmente Luis Carlos Cancellier de Olivo, a quem foi atribuída pela autoridade presidente do inquérito e, posteriormente, pela mídia, a participação em desvio milionário, quando, na verdade, a única acusação genérica contra ele, movido por um subordinado e oposicionista político, era de ter tentado “obstruir” investigação no âmbito administrativo da UFSC, o que nem de longe configura crime”.

Na representação, Acioli continua: “Deflagrada a Operação com larga e instantânea cobertura da imprensa local e nacional, que, apesar do sigilo, contou com o fornecimento de informações processuais privilegiadas, a exemplo do exato momento de cumprimento dos mandados de prisão, Luis Carlos Cancellier de Olivo não resistiu à pressão de ser humilhado publicamente pela injusta acusação por um fato anômalo, jamais praticado (tentativa de obstrução administrativa), tendo este fato sido determinante para a prática do ato extremo que culminou em seu falecimento precoce e que tem acarretado danos irremediáveis aos familiares ora signatários”.

O irmão do ex-reitor da UFSC informa que a família deseja “a correta apuração dos fatos que desencadearam a referida operação e o desfecho trágico; e que se irregularidades foram cometidas, que os responsáveis sejam punidos.Além da imensurável tristeza para os familiares e amigos por esta insuperável perda, fica a reputação manchada por inverdades indevidamente divulgadas pela representada aos meios de comunicação, que se estendem a todos da família de Luis Cancellier”.

ABUSO

Ainda segundo a ação imposta pela família Cancellier, a Lei 4.898/1965, que regulamenta a representação nos casos de abuso de autoridade, dispõe, em seu artigo 4º, “b” e “h” que constitui abuso “submeter pessoa sob sua guarda ou custódia e vexame ou a constrangimento não autorizado em lei” e praticar “ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal. No presente caso, a autoridade policial não só submeteu o falecido reitor a imensurável vexame ao conduzir sua prisão, em local inadequado (penitenciária), como causou mácula irreparável à sua honra, ao divulgar a informação de que ele estaria envolvido em suposto desvio milionário, quando o próprio caderno investigativo afirma que seu envolvimento estaria restrito a alegada interferência administrativa. Dessa forma, por tudo que foi exposto, resta evidente que a delegada Erika Mialik Marena extrapolou suas funções institucionais, devendo ser apurados com rigor os abusos praticados na Operação Ouvidos Moucos, a fim de responsabilizar os envolvidos no trágico desfecho”.

Acioli ressalta que na decisão que deferiu as medidas extremas não foram apontados quaisquer elementos que comprovassem o envolvimento de seu irmão em atos ilícitos.

“Havia apenas a declaração do então corregedor da UFSC, Rodolfo Hickel do Prado, desafeto político de Cancellier. Além disso, não foi respeitado o exercício do contraditório, ou seja, que ele fosse intimado previamente para prestar esclarecimentos ou, na pior das hipóteses, sua condução coercitiva à sede da Polícia Federal”.

As irregularidades não param por aí, segundo Acioli: “Não bastasse a completa ausência de elementos na recém-nascida Operação, a autoridade representada convocou, segundo nota da própria PF, 105 agentes federais, incluindo delegados lotados em outros estados, como do Maranhão (que interrogou Luis), tudo para deflagrar um espetáculo midiático e prender “perigosíssimos” 7 professores universitários, possivelmente com custo (diárias, hospedagem, alimentação, transporte etc) superior ao do suposto desvio”.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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