Depois da conclusão do leilão da chamada Rota da Celulose, nesta quinta-feira, na B3, em São Paulo, o governador Eduardo Riedel afirmou que a próxima meta do Governo do Estado é a concessão do Hospital Regional e que a privatização deve acontecer ainda neste ano.
“Já fizemos saneamento, duas grandes rodovias e nós temos preparado para esse ano ainda um hospital regional que nós temos. Pretendemos duplicar a capacidade de atendimento em um projeto de PPP a ser encaminhado aqui para a B3 ainda neste ano. Além disso, estudamos outras rodovias e outras possibilidades", afirmou o governador nesta quinta-feira ao ser questionado se há outros projetos de concessão em Mato Grosso do Sul.
Detalhes do projeto da privatização do Hospital Regional de Campo Grande serão apresentados em audiência pública virtual agendada para a próxima segunda-feira, dia 12 de maio, mas já está definido que o contrato terá validade por 30 anos e o valor estimado de investimento inicial é de de R$ 951.745.727,91.
Conforme o projeto de concessão, a empresa que vencer a disputa garantirá faturamento anual de R$ 158 milhões, o que representa mais de R$ 13 milhões mensais, que serão repassados pelo Governo do Estado.
A privatização será basicamente para setores como limpeza, lavanderia, cozinha, jardinagem portaria, segurança e parte administrativa. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e demais profissionais da área de saúde continuarão sob responsabilidade do Estado.
Ao longo dos 30 anos de concessão estão previstos investimentos da ordem de R$ 5,6 bilhões. Boa parcela destes recursos será destinada à ampliação da capacidade de atendimento, com a construção de novo prédio no mesmo local onde o hospital funciona atualmente.
Hoje, o hospital tem 37.000 metros quadrados, com 10 andares, capacidade de 362 leitos e atendimento de 46 especialidades médicas. O local permanecerá como hospital público, com atendimento SUS 100% gratuito e gestão assistencial estadual.
Em até 2 anos serão construídos dois novos blocos, que incluem a oferta do Centro de Imagem e Diagnóstico, UTI, UCO com 70 leitos, hemodinâmica, centro cirúrgico, Central de Material Esterilizado e internações com 180 leitos. Em até 4 anos será concluída a reforma do prédio atual.
A partir de então, serão 71.000 metros quadrados de construção. Estão previstos dois novos blocos que devem ampliar a capacidade de atendimento de 362 para 577 leitos, totalizando 59% de aumento no número de leitos. E ainda, a ampliação do estacionamento, que passará a oferecer 753 vagas.
Quando concluído, o Regional promete oferecer 250% de aumento no atendimento de Pronto Socorro, que passa dos atuais 22 leitos para 77 leitos. E ainda, o aumento nos atendimentos de internações que, atualmente, tem a média de 1.400 por mês e passará a ser de 2.760 de pacientes mensais.
DEPRECIAÇÃO
Segundo a administração estadual, a terceirização é necessária por conta da depreciação da infraestrutura, que possui 30 anos de funcionamento, o que, segundo a SES, justifica a reforma, ampliação e modernização do maior hospital público do Estado.
Conforme o Governo, a “privatização” vai gerar uma economia de 21% em comparação ao modelo tradicional de contratação, pois permite reunir em um único contrato a construção, reforma e manutenção durante todo o período contratual, tornando-o mais efetivo e com melhor custo-benefício.
Além disso, conforme a administração estadual, a iniciativa privada consegue executar em menor tempo e com menor prazo as obras e melhorias a serem realizadas.


