O deputado estadual Pedro Pedrossian Neto usou as redes sociais para informar que passou por uma cirurgia de remoção total da tireoide e adiantou que está se recuperando bem, além de afirmar que o procedimento foi um sucesso.
A publicação foi feita nesta sexta-feira (17), no Instagram do parlamentar. Pedrossian Neto relatou que passou por exames recentemente, os quais detectaram dois pequenos nódulos na tireoide.
Segundo relatou, o carcinoma de tireoide é congênito, isto é, a família tem predisposição para desenvolvê-lo por características genéticas.
“Já são nove casos conhecidos, todos com evolução positiva e cura completa”, explicou Pedrossian Neto e completou:
“Na próxima semana, retomo normalmente as atividades do mandato e sigo fazendo o que mais amo: lutar pelas causas em que acredito e pelo nosso Mato Grosso do Sul. Agradeço de coração a todos os amigos pelas orações, mensagens e pela energia positiva. Tenho muita fé em Deus e plena confiança na equipe médica que me acompanha.”
Deputada do PT também passou pelo procedimento
A deputada federal Camila Jara (PT-MS), passou por cirurgia para retirada da tireoide em decorrência de tumores cancerígenos, no dia 12 de maio, no Hospital Sirio Libanês - que possui uma unidade em São Paulo (SP) e Brasília (DF).
Camila passou por uma cirurgia de tireoidectomia total (remoção completa da glândula) que consiste a um esvaziamento cervical bilateral (procedimento para retirada de linfonodos na região do pescoço).
Recomendado para o quadro clínico dela com o objetivo de eliminar o foco da doença e prevenir um possível retorno. O procedimento durou cerca de quatro horas e ocorreu sem intercorrências.
O pai de Camila, Gerson Jara, não confirmou qual unidade a deputada federal está internada.
“A tireoide foi retirada, os tumores suspeitos removidos e ela já está no quarto, em repouso”, informou Gerson Jara.
O que é câncer na tireoide?
O câncer da tireoide é o tumor endocrinológico mais comum e ocupa papel importante nos carcinomas de toda região da cabeça e pescoço e afeta cinco vezes mais as mulheres do que os homens. Pela mais recente estimativa brasileira (2023-2025), é o terceiro tumor mais frequente em mulheres na Região Sudeste e na Região Nordeste (sem considerar o câncer de pele não-melanoma).
Os carcinomas bem diferenciados são os tipos mais frequentes. Dentre eles estão o papilífero (entre 50% e 80% dos casos), o folicular (de 15% a 20% dos casos) e o de células de Hürthle. Existem ainda os carcinomas pouco diferenciados (cerca de 10% dos casos) e os indiferenciados (também cerca de 10%).
O que causa o câncer na tireoide?
- História de irradiação (ter sido submetido à radioterapia) do pescoço, mesmo em baixas doses
- História familiar de câncer da tireoide
- Associação com dietas pobres em iodo
Sinais e sintomas?
A glândula tireoide localiza-se na parte anterior e mais baixa do pescoço e possui a forma de uma borboleta. A tireoide é composta por dois lobos (direito e esquerdo) unidos pelo istmo.
Pode apresentar duas alterações: a funcional que produz hormônios tireoidianos e que pode causar hiperitreoidesmo (excesso de hormônio) ou hipotireoidismo (falta de hormônio) e a anatômica que pode se apresentar com nódulos.
A presença de nódulos tireoidianos é muito frequente e cerca de 70 a 80% das pessoas tem e não sabem. Apesar disso, a chance de câncer é pequena (cerca de 12%).
Nem todo nódulo tireoidiano merece ser tratado ou retirado. No entanto, a presença de nódulos tireoidianos em pacientes que já foram submetidos à radioterapia durante a infância ou entre aqueles que possuem história familiar de câncer de tireoide, merecem a avaliação de um médico especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, pois tem maior risco de malignidade.
Nódulos na tireoide acompanhados de aumento dos gânglios do pescoço, rouquidão, falta de ar, aumento de tamanho dos nódulos num curto intervalo de tempo, dificuldade para engolir alimentos e massa visíveis no pescoço são sinais de alerta para malignidade e necessitam de avaliação médica.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer da tireoide começa com a história clínica e o exame físico. Grande parte das vezes, em tumores pequenos, os pacientes não possuem nenhum sintoma. O diagnóstico normalmente é feito após realização de ultrassonografia do pescoço em que é identificado um nódulo com características suspeitas.
O diagnóstico é confirmado com a análise do material colhido pela punção do nódulo através de uma agulha e caso haja suspeita ou confirmação de malignidade o paciente deverá ser submetido a uma cirurgia.
Importância do diagnóstico precoce
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de tireoide traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado, principalmente, com a investigação de algum nódulo inexplicado na tireoide.
A conduta diante dos nódulos tireoideanos está bem estabelecida e vai levar em consideração a idade, o sexo, a apresentação do nódulo e sua evolução, a realização da ultrassonografia e do exame de sangue.
Com essas informações, é avaliada a necessidade ou não da realização de punção aspirativa do nódulo para melhor definição de suspeita.
Na maior parte das vezes, a presença de um nódulo na tireoide não é câncer, mas é importante que ele seja investigado por um médico.
Tratamento
O tratamento do câncer da tireoide é cirúrgico. A retirada da glândula pode ser total ou parcial dependendo de cada caso. Nos casos em que há comprometimento dos gânglios do pescoço, pode haver necessidade de uma cirurgia que inclua a retirada desses linfonodos cervicais.
Em alguns casos, nos tumores mais comuns que são do tipo papilífero ou folicular, dependendo da agressividade do tumor, há necessidade de tratamento complementar com iodo radioativo.
Os carcinomas do tipo medular são menos comuns, porém mais agressivos, justificando a necessidade da retirada da glândula tireoide e dos gânglios do pescoço, mesmo quando diagnosticado em fases iniciais. O tratamento e acompanhamento dos pacientes com carcinomas medulares deve ser realizado por médico especialista e algumas vezes a família deverá ser investigada, pois muitos casos estão relacionados com alterações genéticas.
** Com informações do Ministério da Saúde




