Cidades

MATO GROSSO DO SUL

Deputado quer alterar acordo que transforma PMs em oficiais de justiça

Parceria entre o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e o Governo do Estado, firmada em fevereiro, diz que policiais civis e militares poderão realizar intimações, função inerente dos oficiais

Continue lendo...

O deputado estadual Coronel David (PL-MS), ex-comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, se colocou contra o prazo do acordo firmado entre o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e o Governo do Estado, do qual implica que policiais civis e militares possam fazer intimações de crimes de violência doméstica, função que era exclusiva dos oficiais de justiça.

Segundo o deputado, o prazo de cinco anos é inaceitável e defende que o Poder Judiciário consiga realizar um concurso público antes deste prazo para contratar mais oficiais de justiça. Ainda afirma que, caso o prazo permaneça em cinco anos, essa nova função será prejudicial para os policiais.

“Acredito que o Poder Judiciário vai ter condições, muito antes destes 5 anos, para promover ajustes e reduzir gastos para investir em concursos para oficiais de justiça e , assim, liberar as polícias para cumprirem seus papéis de prevenir e reprimir crimes e, sobretudo, proteger os cidadãos”, argumentou o Coronel David.

Além de intimar, os policiais poderão determinar afastamento do agressor do lar, além da execução de mandados de prisão de forma imediata.

Em indicação enviada ao presidente do TJMS, Desembargador Dorival Renato Pavan, o deputado solicita que "o valor pago aos Oficiais de Justiça pelo cumprimento das diligências/intimações seja pago aos policiais civis e militares quando estes cumprirem atos de intimação", como uma forma de compensar pela função prestada.

Também, Coronel David solicitou ao desembargador o requerimento de informações, como a quantidade de oficiais de justiça existentes no Estado e em Campo Grande, valor médio de remuneração e carga horária desses profissionais, além de quantos mandados cada oficial cumpriu por mês.

Nos próximos três meses, o grupo técnico, nomeado há um mês, vai analisar mais de 6 mil boletins de ocorrência relacionados a casos de violência contra mulheres.

O ACORDO

O Governo do Estado firmou, no último dia 17, acordos de cooperação técnica com o Tribunal de Justiça (TJMS) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande para para que policiais civis e militares também intimem autores de violência doméstica, com o intuito de acelerar o cumprimento de medidas protetivas no Estado.

O acordo tem objetivo de reduzir a dependência de oficiais de justiça e garantir mais agilidade na proteção das vítimas.

Com duração de cinco anos, o convênio com o TJ prevê intimações, determinações de afastamento do agressor do lar, além da execução de  mandados de prisão de forma imediata por parte dos policiais.

"É um processo, e por isso estamos tratando de ações de curto, médio e longo prazo. E para casos extremos, temos que tomar medidas extremas. Não podemos nos acomodar com os absurdos da sociedade. Considero extremamente importante esses acordos, pois é um passo para entender se as medidas terão maior efetividade e se vão gerar resposta", frisa Riedel.

Ambas as forças policiais ficarão encarregadas da intimação e do cumprimento das protetivas, bem como da participação em capacitações para aprimoramento do atendimento às vítimas. Já para garantir a segurança de informações sensíveis, o acordo também cria normas que reforcem a proteção das vítimas e a confidencialidade dos processos.

Cabe destacar que as medidas de proteção à mulher se intensificaram a partir da morte da jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, assassinada a facadas pelo noivo Caio Nascimento em fevereiro deste ano. 

Com medida protetiva em mãos, Vanessa foi esfaqueada pelo noivo, Caio Nascimento, na noite da última quarta-feira (12), em uma casa localizada no bairro São Francisco, em Campo Grande.

Na noite que antecedeu o crime, Vanessa foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar o companheiro e solicitar medida protetiva contra ele, documentação concedida pela Justiça horas antes dela ser morta pelo homem.

*Colaborou Alison Silva

Assine o Correio do Estado

feminicídio

Juiz confronta MPE e quer pena mais branda ao assassino de Vanessa

Segundo o juiz, houve excesso acusatório por conta da exposição midiática que o assassinato da jornalista teve em meados de fevereiro

21/03/2025 12h16

Vanessa Ricarte foi assassinad a facadas no dia 13 de fevereiro momentos depois de registrar denúncia contra o músico Caio Nascimento

Vanessa Ricarte foi assassinad a facadas no dia 13 de fevereiro momentos depois de registrar denúncia contra o músico Caio Nascimento

Continue Lendo...

O juiz  Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, aceitou a denúcia contra o músico Caio Cesar Nascimento Pereira, assassino da jornalista Vanessa Ricarte, mas ele quer pena até 25 anos mais mais branda que a defendida pela promotoria. 

O MPE denunciou o músico por quatro crimes e se fosse condenado ao tempo máximo em todos, a pena chegaria aos 86 anos. Mas, o juiz rejeitou parte das denúncias e agora a pena máxima não passaria dos 61 anos, em tese.

Caio está preso desde o dia do crime e, conforme o Garcete, ele responderá ação penal pela prática de feminicídio, incluindo a causa especial de aumento de pena (um terço até a metade) por ter agido com recurso que dificultou a defesa da vítima e também as agravantes de motivo torpe e ter sido praticado contra a companheira. 

De acordo com a denúncia, na tarde do dia 13 de fevereiro, na Rua Júlio Dittmar, no Bairro Monte Castelo, o denunciado matou a jornalista por razões da condição do sexo feminino, assim como tentou matar o amigo dela, não concluindo sua intenção por circunstâncias alheias à sua vontade. 

Na análise da denúncia feita pelo Ministério Público, o juiz Carlos Garcete rejeitou os pedidos de imputações dos crimes de tentativa de homicídio de um amigo da vítima, que estava presente no dia dos fatos, além da imputação ao crime de cárcere privado e o crime de violência psicológica. 

Se tivesse aceitado a tentativa de homicídio do amigo de Vanessa, a pena poderia ser aumentada em até 20 anos. Porém, o juiz entendeu que não existiam provas. E, se aceitasse a denúncia por cárcere privado, seriam até mais três anos.  

O magistrado reforçou que, de acordo com a doutrina e a jurisprudência, cabe à acusação explicitar data, horário, local, descrição adequada dos fatos e individualização da conduta.

Conforme o juiz, “diante da proporção midiática que o presente caso tomou, observa-se, com a devida vênia, que a denúncia proposta pelo Ministério Público perante o Poder Judiciário parece conter excesso acusatório, o que, utilizando-se da doutrina americana, caracterizaria o chamado overcharging”.

No caso da tentativa de homicídio do amigo, ponderou o juiz “se trataria da chamada ‘tentativa branca’, porquanto o amigo não sofreu lesões”, ocorre que, não há descrição na peça acusatória de que tenha havido perseguição e que o denunciado, por circunstâncias alheias à sua vontade, não conseguiu aplicar-lhe golpes de faca e matá-lo, de modo que o pedido da denúncia, neste ponto, foi rejeitado pelo juiz. 

Do mesmo modo, na imputação do crime de cárcere privado, o Ministério Público, segundo o juiz, não descreveu, suficientemente, qual seria a conduta criminosa em concreto.

“Ora, onde, quando, como e por que houve o delito de cárcere privado? São elementos que precisam estar descritos na denúncia. De que modo o denunciado agiu com dolo de manter a vítima em cárcere privado?”, questionou o juiz no despacho.
 
O magistrado fez semelhante questionamento à imputação do crime de violência psicológica, lembrando que tais pontos são elementos normativos que precisam ser esclarecidos na denúncia a ser oferecida pelo Ministério Público.

“De que forma teria ameaçado, constrangido, humilhado, manipulado, isolado, chantageado, ridicularizado, limitado a locomoção, de modo a causar prejuízo à saúde psicológica e autodeterminação da vítima?”.  

Ao rejeitar a violência psicológica, o juiz livrou o músico da possibilidade de pegar dois anos a mais de pena. 

POSSIBILIDADE DE RECURSO

O juiz destacou ainda que, nada impede que, ao longo da instrução processual, as provas possam demonstrar o contrário, caso em que o Ministério Público poderá oferecer denúncia aditiva.

Com relação às providências administrativas, o despacho determina a citação do acusado, determinando prioridade no cumprimento pelo oficial de justiça, diante do tempo já decorrido da prisão do denunciado e por se tratar de processo envolvendo violência doméstica. 

O magistrado também requisitou, no prazo de cinco dias, todos os laudos periciais pendentes dos institutos responsáveis (IMOL ou Instituto de Criminalística), entre outros procedimentos.

Pelo rito ordinário da ação penal nas varas do Tribunal do Júri, será agendada em breve a primeira audiência de instrução e julgamento para ouvir, pela ordem, primeiro as testemunhas de acusação.

(Com assessoria)

Obras

Prefeitura destina R$ 17 milhões para retomar duas obras paradas

Corredor Sudoeste, que ligará Terminais Aero Rancho e Bandeirantes e Centro de Belas deverão ter avanço nas obras

21/03/2025 12h00

Obra no Centro de Belas Artes já dura 34 anos

Obra no Centro de Belas Artes já dura 34 anos Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

A Prefeitura Municipal de Campo Grande divulgou nesta sexta-feira (21), por meio de Diário Oficial, a destinação de R$ 17, 3 milhões para retomar duas importants obras do município: o Corredor Sudoeste e o Centro de Belas Artes.

Corredor Sudoeste

O município firmou contrato com a empresa Engevil Engenharia Ltda. para a execução da obra do corredor exclusivo de transporte público sudoeste na Avenida Marechal Deodoro, que compreende o Trecho Sul/Norte (Terminal Aero Rancho/Terminal Bandeirantes) e Trecho Norte/Sul (Terminal Bandeirantes/ Terminal Aero Rancho). 

O objetivo do corredor é justamente conectar o Terminal Aero Racho ao centro da capital com uma redução do tempo de deslocamento, passando pelo Terminal Bandeirantes.

Com um prazo de até 360 para execução da obra, a construtora receberá R$ 9.638.000,00 da prefeitura. 

A empresa venceu a licitação sendo a terceira colocada no processo. Isso porque as duas primeiras empresas apresentaram erros na documentação enviada.

Histórico

Em 2011, a Prefeitura de Campo Grande conseguiu R$ 180 milhões, pactuados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana, para melhorar o transporte coletivo da Capital.  

Desse valor, R$ 20 milhões foram assegurados para construir cinco terminais; R$ 110 milhões para construção de 68,4 quilômetros de corredores de transporte coletivo; R$ 4,5 milhões para modernização do sistema de controle eletrônico; R$ 40,3 milhões para intervenções viárias; e R$ 6 milhões para estações de pré-embarque.  

Centro de Belas Artes

Outra obra, ainda mais demorada, deverá ter uma pequeno avanço. Com o valor de R$ 7,7 milhões, a empresa CR Arquitetura e Construção Ltda. deverá executar a reforma e adequação do centro municipal de belas artes. 

Localizado na esquina entre a Avenida Ernesto Geisel e a Rua Plutão, no bairro Cabreúva, a construção está em andamento há 34 anos.

A princípio, sob a tutela do Governo do Estado, o local seria destinado para o funcionamento de um terminal rodoviário. No entanto, o local foi doado para o município de Campo Grande entre 2006 e 2007.

A partir de então, foi definido o novo destino que seria dado ao imóvel. Porém, uma série de intercorrências como a mudança de empresas responsáveis pela obra e a alta do preço de insumos paralisaram as obras.

*Colaboraram Felipe Machado e Leo Ribeiro

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).